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Alagoas deve ter chuvas regulares no inverno deste ano

Segundo meteorologista da Semarh, condições do Oceano Atlântico próximo à costa leste do Nordeste deverão influenciar

Por Lucas França com Tribuna Independente 22/01/2019 08h58
Alagoas deve ter chuvas regulares no inverno deste ano
Reprodução - Foto: Assessoria
Alagoas deve ter chuvas regulares no inverno de 2019, segundo informações do meteorologista da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Vinícius Nunes Pinho. “A nossa expectativa é que tenhamos um inverno de chuvas regulares. Anteriormente tínhamos a expectativa de que o El Niño fosse reger a nossa quadra chuvosa. E apesar de estarmos sobre influência de um El Niño, ele não deve ser preponderante nas chuvas esperadas para nossa quadra chuvosa. O que deve reger as chuvas deste Inverno serão as condições do Oceano Atlântico próximo à costa leste do Nordeste. E elas estão um pouco mais aquecidas, isso faz com que, mesmo com o El Niño (el Niño = chuvas abaixo da normalidade no NE)”, explica Pinho, acrescentando que essas águas mais aquecidas podem ser favoráveis à ocorrência de chuvas no leste do Nordeste. Ainda de acordo com o meteorologista, “nós temos basicamente dois tipos de El Niño um que é o El Niño intenso, onde as águas de todo Pacífico Equatorial estão bastante aquecidas, chamado de El Niño canônico - esse tipo de El Niño é um dos principais fatores que provocam as secas no Nordeste e temos (o que é o caso) o El Niño Modoki - que só partes do Oceano Pacífico está aquecida sendo a porção da Costa mais ao norte da América do Sul não apresenta águas aquecidas - esse tipo de El Niño pode provocar a diminuição das chuvas, mas ele não é preponderante como nesse caso, que o Atlântico terá mais força. Então, com isso, a expectativa é de chuvas dentro da normalidade no nosso período chuvoso”, avalia. Em Alagoas, o período chuvoso começa na segunda quinzena de abril e pode se estender até início de agosto. Segundo o meteorologista, em relação à reserva hídrica, o semiárido alagoano ainda permanece com uma situação desfavorável. “Por lá é necessário uma recarga hídrica substancial para que a situação volte à normalidade”, ressalta. Já segundo a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), para os próximos meses, o abastecimento está garantido. E não há previsão de racionamento ou de desabastecimento por falta de água no manancial no estado. “A época chuvosa e que serve de recarga para os mananciais operados pela Casal ocorre no período de maio a agosto. As chuvas deste mês são chuvas de Verão e pouco afetam o acúmulo de água nos mananciais de superfície. Somente quando chegar o período chuvoso de fato (maio a agosto) é que a Companhia poderá ter uma melhor previsão sobre necessidade ou não de racionamento, a depender da quantidade e o volume de chuvas nesse período”. Deficiência no abastecimento ocorre por questões estruturais, diz Casal   Ainda segundo a Casal, as cidades onde ocorrem mais deficiências no abastecimento é por questões estruturais, como subdimensionamento de redes, faltas de energia elétrica, aumento do consumo em virtude da presença de muitos turistas, entre outros fatores. “Isso ocorre mais nas cidades que dependem exclusivamente de poços como fontes de abastecimento, como Paripueira, Japaratinga e Maragogi. Para atender à população e aos visitantes de forma mais confortável, a Casal está colocando em operação novos poços nessas localidades.’’ Atualmente nenhuma cidade abastecida pela Casal está com rodízio ou deficiência no abastecimento - isso considerando a zona urbana, que é atendida pela companhia. “Em geral, a companhia não atende às zonas rurais, que dependem de outras fontes de abastecimento. Há cidades com deficiências pontuais causadas por subdimensionamento de redes, vazamentos, furto de água em adutoras, consumo clandestino (o famoso gato de água) nas casas da zona urbana ou faltas de energia elétrica, que sempre comprometem o funcionamento de bombas e motores das estações da companhia’’. A companhia explica ainda que no Semiárido e no Agreste, o abastecimento de cerca de 40 cidades é garantido com água captada no Rio São Francisco. “Ocorrem paralisações temporárias em virtude de problemas pontuais, como vazamentos, faltas de energia ou problemas mecânicos em equipamentos, mas não por falta de água no manancial. O nível do rio é controlado pelos órgãos federais, por meio da vazão liberada pelas barragens das represas hidrelétricas’’. 39 cidades estão em situação de emergência   Atualmente Alagoas tem 39 cidades em Situação de Emergência por conta da estiagem prolongada. O decreto foi renovado no último dia 17 pelo Governo do Estado. A União já tinha reconhecido a situação nestes municípios em agosto de 2018, mas com validade de 180 dias. Com o prazo chegando ao fim, e sem melhora da situação, o trâmite precisa ser feito novamente. O decreto mais recente foi para Olho D’Água Grande, que teve reconhecimento do Governo Federal no último dia 15. Na publicação do governo estadual, o governador Renan Filho (MDB) disse que compete ao Estado a preservação do bem-estar da população e das atividades socioeconômicas das regiões atingidas por eventos adversos, bem como a adoção imediata das medidas que se fizerem necessárias para, em regime de cooperação, combater situações emergenciais. Para o decreto de situação de emergência, o governo considerou os impactos decorrentes das perdas significativas na agricultura e agropecuária, comprometimento de reservatórios hídricos locais, além do abastecimento para o consumo humano. Os municípios em situação de emergência são: Água Branca, Arapiraca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Craíbas, Coité do Nóia, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Girau do Ponciano, Inhapi, Igaci, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Lagoa da Canoa, Major Izidoro, Maravilha, Mata Grande, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho D’Água das Flores, Olho D’Água do Casado, Olho D’Água Grande, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Pariconha, Piranhas, Poço das Trincheiras, Quebrangulo, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira e Traipu.