Cidades

Golfinho é encontrado mutilado em Maceió

Esta é a segunda morte registrada de mamíferos só este mês em Alagoas

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 13/12/2018 09h04
Golfinho é encontrado mutilado em Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
O golfinho encontrado mutilado na manhã desta quarta-feira (12) na praia do Pontal da Barra morreu por asfixia causada por redes de pesca. Segundo o Instituto Biota de Conservação, a autópsia foi finalizada na tarde desta quarta constatou que os cortes foram provocados depois da morte do animal. Esta é a segunda morte registrada de mamíferos só este mês em Alagoas. De acordo com a coordenadora de monitoramento e resgate do instituto, Bruna Teixeira, entre maio e novembro foram 30 mamíferos mortos. O Instituto coletou amostras do animal para ajudar no monitoramento realizado em animais marinhos. “A autópsia do animal foi finalizada por volta das 14h. Já foi confirmada que a causa da morte foi por asfixia. O golfinho ficou preso na rede e depois da morte ele foi mutilado. Apresentando marcas bem características de objetos cortantes, de faca, cortes lineares. Era um boto cinza, com cerca de 1,30 metro, masculino e juvenil. Era um animal bem jovem. São as informações que a gente tem. Conseguimos coletar várias amostras porque o golfinho estava em um estágio de decomposição recente. Quando é assim, nós conseguimos fazer mais coletas”, explica. A coordenadora destaca que a hipótese com mais força até o momento é a de que o golfinho foi encontrado sem vida nas redes e na tentativa de tirá-lo houve o esfaqueamento. “O que sabemos é que o golfinho ficou preso na rede de pesca, o pescador encontrou e tirou. Mas normalmente o golfinho ou a tartaruga danifica as redes, corta as redes. E os pescadores muitas vezes se chateiam e utilizam objetos cortantes para tirar os animais e muitas vezes machucam, usam a barbatana como iscas por várias motivações”, acredita. A orientação segundo a ativista é que os pescadores tenham o máximo de cuidado para preservar a vida dos animais, nos casos onde isto não for possível, e o animal for encontrado sem vida, que a estrutura seja preservada. “Nossa recomendação é tirar o animal sem mutilar. Porque infelizmente há uma coexistência entre os animais e a atividade de pesca. E essa coexistência não é feliz sobretudo para as tartarugas e também para mamíferos que acabam se enrolando nas redes, pegando isca com anzol. Então, como o ideal seria uma ação mais enérgica nessas áreas de preservação e não há, o que resta ao pescador é que ao encontrar um animal emalhado nas redes não cortar, não ferir o animal, informar ao Biota, que não é um órgão de fiscalização é um órgão de pesquisa. Porque quanto mais o animal tiver em melhor estado, mais conseguimos estudar sobre ele”, esclarece. O período de alta temporada reforça a preocupação quanto à desova de animais marinhos, segundo o instituto. “Preocupa em relação à desova que tem muita gente nas praias, com veículos ou que interagem com os ninhos, mexem. No caso das mortes, isto ocorre pela atividade de pesca, independente do verão”, diz Bruna. MONITORAMENTO Em maio o Biota iniciou um monitoramento com as espécies marinhas do estado. Segundo Bruna Teixeira, apenas 10% das tartarugas registradas foram encontradas com vida.