Cidades

Sindicato e trabalhadores têm 10 dias para acordo ou ação judicial contra Gazeta

Gazeta informou que fará pagamento de rescisões de forma parcelada

Por Texto: Rívison Batista 05/12/2018 19h58
Sindicato e trabalhadores têm 10 dias para acordo ou ação judicial contra Gazeta
Reprodução - Foto: Assessoria

Uma audiência na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Maceió entre representantes do Jornal Gazeta de Alagoas – da Organização Arnon de Mello – e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), juntamente com funcionários que foram demitidos da empresa, aconteceu na tarde desta quarta-feira (5). A reunião começou às 14h30 e terminou às 15h30. De acordo com o MPT, as partes não chegaram a um acordo sobre o pagamento de rescisões trabalhistas e a procuradora do Trabalho Adir de Abreu deu o prazo de 10 dias para que sindicato e trabalhadores “vejam a melhor possibilidade acerca da espera de um acordo extrajudicial ou de uma ação judicial” contra a Gazeta de Alagoas.

“O MPT não vai medir esforços para ajudar as partes a cumprirem as obrigações trabalhistas”. Assim se posicionou a assessoria do Ministério sobre a audiência desta quarta-feira. Durante a reunião, a procuradora Adir de Abreu propôs que a empresa mantivesse os trabalhadores que foram dispensados com seus vínculos, sugerindo uma redução de carga horária “para que os ex-funcionários pudessem buscar alguma relação de trabalho”. “A procuradora afirmou que a dispensa está diretamente ligada ao pagamento de verbas rescisórias, que têm o objetivo do trabalhador se manter”, disse o MPT.

Como resposta, os representantes da Gazeta de Alagoas confirmaram a impossibilidade de desfazer as dispensas dos funcionários, afirmando que alguns trabalhadores dispensados já receberam termos de rescisão para fins de recebimento de seguro desemprego. “Alguns advogados já procuraram a Gazeta para negociar acordos de funcionários dispensados”, disseram os representantes da empresa. Os representantes da Gazeta também informaram que farão o pagamento das rescisões de contrato de forma parcelada.

“Porém [os representantes da empresa] afirmaram que ainda não podem chamar o trabalhador para efetivar acordo porque não têm recursos que possibilitem o pagamento dos funcionários”, disse o MPT sobre o posicionamento da empresa. Durante audiência, a Gazeta ainda afirmou que está priorizando, nesta semana, os trabalhadores que não têm nada depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) “para que eles possam se habilitar no seguro desemprego”.

Ainda durante a audiência, os representantes do Sindjornal disseram que, após a dispensa dos funcionários, a Gazeta apresentou uma planilha com valores dos jornalistas demitidos, mas não informou como faria o pagamento e nem a data.

Sindicato

O presidente do Sindjornal, Izaias Barbosa, esteve presente na reunião e afirmou à reportagem da Tribuna que a situação é absurda.

“A Gazeta não deu uma data para o pagamento dos funcionários dispensados. Querem parcelar a rescisão dos trabalhadores, mas não sabem a partir de quando, pois disseram que não têm dinheiro”, afirmou o presidente.

Barbosa disse que, entre os funcionários dispensados, há pessoas que estão sem dinheiro para pagar contas. “É uma falta de respeito completa. Além de tudo que aconteceu, não falaram aos trabalhadores com antecedência que o jornal diário iria passar para semanário. Os jornalistas souberam por outros jornais. E agora essa de não ter dinheiro para pagar as rescisões”, declarou.

Leia mais: Sindjornal cobra direitos de trabalhadores à OAM