Cidades

Trabalhadores voltam às ruas contra Bolsonaro

Manifestação em contraponto a candidato do PSL e a favor de Haddad ocorre neste sábado

Por Tribuna Independente com Thayanne Magalhães 20/10/2018 09h38
Trabalhadores voltam às ruas contra Bolsonaro
Reprodução - Foto: Assessoria
Mulheres, LGBTs e integrantes de movimentos sociais voltam às ruas, no sábado (20), em defesa da democracia e contra o fascismo em mais um ato contra a candidatura à presidência de Jair Bolsonaro (PSL). O movimento denominado de #EleNão, que reuniu mais de 30 mil pessoas na orla de Maceió em setembro, volta com mais força com a participação de movimentos sociais organizados e agora se intitula Frente Pela Democracia. A concentração do ato acontece a partir das 15h, no Alagoinhas, no bairro de Ponta Verde. “É o momento de decidirmos muito mais do que um resultado eleitoral. É um projeto de país. Estamos escolhendo se queremos uma sociedade com mais inclusão social, respeito à diversidade, distribuição de renda, fortalecimento da democracia e defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, ou se vamos querer uma sociedade dominada por ódio, preconceito e fundamentalismo religioso”, afirma a jornalista Lenilda Luna, uma das organizadoras do ato pelo Movimento de Mulheres Olga Benário. “Por isso, vamos às ruas neste sábado para mostrar que essa sociedade civil organizada vem conquistando direitos às custas de muita luta política e não vai abrir mão disso sem resistência. Não queremos uma sociedade que retroceda ao século passado”, reforçou. Para Lenilda Luna, a candidatura de Bolsonaro representa o que há de mais atrasado na política. “Na minha opinião, ele nem deveria ser candidato porque um representante político que defende abertamente a tortura e o assassinato de grupos sociais e que rende homenagens à torturadores, deveria ter os direitos políticos cassados, e não ser ovacionado como mito. Isso é absurdo”, concluiu. O ato político e cultural está sendo organizado por várias entidades dos movimentos de mulheres, LGBTQIAP+, entidades sindicais e partidos políticos. Artistas alagoanos, grupos culturais e representantes de várias denominações religiosas vão participar do ato, que será encerrado no Posto 7, na Jatiúca, com Celebração pela diversidade religiosa e pelo Estado laico. No primeiro ato contra a candidatura de Bolsonaro e consequentemente as suas propostas de governo, outras mobilizações ocorreram em alguns municípios alagoanos. Em todo o país também foram constados pontos de resistência. Avanço de pautas retrógradas preocupa Hammel Phillipe tem 25 anos é médico e LGBT. Ele fala do temor diante dos discursos contrários à sua liberdade e sua forma de amar. “É muito difícil para todos nós LGBTQI+ ouvir de um parente que vai votar no Bolsonaro, diante dos discursos contrários à nossa liberdade, forma de amar e até mesmo a nossas vidas. Há três dias uma travesti foi esfaqueada e assassinada em São Paulo aos gritos de ‘Bolsonaro presidente’. Todos nós estamos com muito medo, não apenas porque haverá cortes para políticas públicas que combatem a lgbtfobia, mas também porque o ódio tem aflorados perseguições a todos nós”, disse. O médico comenta que às vezes se pergunta se os parentes querem vê-lo morto. “Mas, o fato é que as pessoas estão desiludidas com a política e acham que Bolsonaro é o exemplo perfeito para se votar com protesto e acham que vai ser o melhor para todo mundo. O pior é que esse egocentrismo pode realmente acabar com nossas vidas. Já sofri vários ataques homofóbicos na minha rede social mesmo antes das eleições pelos meus posicionamentos a favor de políticas lgbts. Isso é triste e mostra que nossa sociedade está vivenciando o ódio. Colegas sofrem transfobia e homofobia apenas por ser quem são. Tudo isto é estimulado pelo discurso do Bolsonaro”, opinou Hammel Phillipe. De acordo com os organizadores, a Frente Pela Democracia Alagoas foi criada a partir da iniciativa dos atos puxados por mulheres e LGBTQI+ no dia 29 de setembro. O objetivo é aglutinar todos lutam contra a retirada de direitos e pela democracia. Movimento tem iniciativa plural e acontece nacionalmente O movimento é nacional e declara que mais uma vez vem dizer não ao fascismo e ao ódio. Os integrantes da Frente afirmam que estão com Haddad e Manuela. “Estamos na luta pela democracia e pelos nossos direitos. Seremos resistência”, declaram. Os organizadores explicam ainda que várias reuniões foram realizadas nos últimos dias para tomar todas as providências para garantir um ato organizado e pacífico. Eles reforçam que essas medidas são ainda mais necessárias, tendo em vista a crescente violência de eleitores de Bolsonaro contra os que manifestam apoio a Haddad e Manuela, atingindo principalmente LGBTs e mulheres. Foram denunciadas agressões e manifestações de ódio nas redes sociais em todo o país. “Mas essa violência não nos intimida. Vamos marchar pela paz e pela democracia, em defesa dos direitos trabalhistas e da liberdade de expressão”, manifestaram os integrantes da Frente. Entre as várias entidades LGBTs que vão participar do ato, estão: Associação Nacional de Travestis e transexuais; Associação Cultural de Travestis e Transexuais do Estado de Alagoas; Associação Arco-íris - Paripueira; Associação Nacional LGBTI+ Triângulo Rosa; Coletivo LGBT Comunista; Coletivo Mães Pela Diversidade - Regional Alagoas;  Coletivo Pró LGBT O “Que” do Movimento - Visibilidade QIAP+; Coletivo Quilombo Púrpura; Diversidade Tucana - Regional Nordeste, Grupo Cultural Transhow; ABL - Articulação Brasileira de Mulheres Lésbicas; Levante Popular da Juventude entre outros participantes.