Cidades

Feira Camponesa comercializa 100t de alimentos até sábado

Alimentos são produzidos por agricultores de assentamentos do interior de Alagoas

Por Lucas França com Tribuna Independente 04/10/2018 08h40
Feira Camponesa comercializa 100t de alimentos até sábado
Reprodução - Foto: Assessoria
Mais de 100 toneladas de alimentos serão comercializadas na 29ª Feira Camponesa, realizada pela Comissão Pastoral da Terra de Alagoas (CTP/AL), junto aos camponeses e camponesas acompanhados pela instituição no estado. A feira começou ontem (3) e segue até sábado (6), na Praça da Faculdade (Praça Afrânio Jorge), no bairro do Prado. No local os maceioenses pode encontrar alimentos como frutas, verduras, hortaliças, além de tapioca, bolos de diversos sabores, pimentas, produtos artesanais produzidos nos assentamentos dos produtores e animas vivos como galinha de capoeira e cabras. Segundo os feirantes, todos os alimentos comercializados são produzidos nos acampamentos e assentamentos da luta pela reforma agrária e tudo livre de agrotóxicos. Rosinaldo Brasiliano veio de Joaquim Gomes e garante que todos os produtos comercializados em sua tenda foram produzidos por ele. “Eu sempre participo dessas feiras. Trago alimentos que eu mesmo produzo sem veneno algum”, conta. Josefa Maria, conhecida como irmã Guida, também trouxe sua produção agrícola para a Feira Camponesa. De acordo com ela essa já é a quinta vez que participa desta feira. “A movimentação por aqui está ótima e olhe que hoje [ontem] é primeiro dia. A feira está bem organizada, a população sabe sobre a nossa produção e vem buscar produtos de qualidade. Além dessas feiras participo de outras em vários locais do estado levando a produção que eu e minha família faz no assentamento Paulo Freire, em União dos Palmares”, disse Guida parabenizando a CTP pela organização e valorização dos pequenos produtores. “A feira é uma benção. Muito organizada. Sempre participo e confesso que é um evento onde costumo vender todos os produtos que trago e levo o dinheiro para casa” ressalta. Outra que também já participa a alguns anos da feira é Maria Cícera que produz molhos de pimenta. “Vim do assentamento Água Fria em Maragogi. Essa é uma oportunidade de mostrar nossa produção”, explica. PREÇOS No local os preços são variados. O quilo a batata doce por exemplo, pode ser encontrado por R$ 2, a dúzia da banana por R$ 1 e R$ 2, o quilo de feijão de corda verde por R$ 5 e R$ 6, litro da pimenta por R$ 20. Os valores variam de produto para produto e de tenda para tenda. Mas, segundo a irmã Guida, ainda dá para negociar com o cliente dependendo da quantidade que ele for levar. “O valor praticado aqui é negociável. Depende do que o consumidor vai levar”. No local também foi montado uma Casa de Farinha, onde a farinha é feita na hora, e também um restaurante camponês, com comidas típicas no cardápio, como buchada de bode, sarapatel e galinha velha. Consumidores buscam produtos livres de agrotóxicos Nesta feira livre, a população maceioense encontra uma diversidade de alimentos, diretamente do produtor rural e a ampla maioria sem uso de agrotóxicos. E foi justamente pensando na qualidade do produto que o marinheiro Rivera Santos Araújo foi até a feira. “Eu já tenho o costume de vir a esse tipo de feira. Toda vez que tem eu vou em busca de alimentos saudáveis. Sabemos que são de qualidade e com valor  acessível. Vale lembrar que esse tipo de feira valoriza a produção dos pequenos agricultores, da agricultura familiar. Então, temos que prestigiar”, comenta. Quem também não deixa de ir à feira camponesa ou da Reforma Agrária é Luiz dos Santos. “Sempre venho. Os alimentos aqui são fresquinhos e de qualidade. Todos sem agrotóxicos e vendidos a um preço muito justo. Sempre procuro consumir alimentos sem veneno, mas não existem muitos locais que vendam. Tenho uma dificuldade para encontrar”, conta acrescentando que os governantes deveriam olhar com olhar especial a produção dos agricultores e valorizar a produção dando mais oportunidades as famílias de assentamentos. ESPAÇO CULTURAL Além da comercialização de alimentos, vão acontecer shows de quarta à sexta-feira, a partir das 19h, e o já tradicional bingo do carneiro na sexta-feira (5). Irão se apresentar no palco artistas e grupos locais. Os primeiros shows serão dos cantores de MPB, forró e reggae, Wagner Volpone e Guilla Gomes; Hoje (4), tem shows com o Samba da Periferia e a programação noturna do evento será encerrada pelo artista popular Jurandir Bozo e o forrozeiro Pinóquio do Acordeon. Com o tema “Plantar, colher e repartir!”, as Feiras Camponesas realizadas pela CPT/AL, além do estímulo à produção de alimentos sadios e do estreitamento da relação campo e cidade, ou seja, do produtor com o consumidor, são uma reflexão, especialmente, sobre a partilha do pão e a justiça social. Elas mostram a importância do trabalho dos camponeses para que não falte comida na mesa da sociedade. A feira acontece em duas edições por ano.