Cidades

Protesto contra o candidato Jair Bolsonaro reúne milhares na orla de Maceió

Concentração do ato foi na Avenida Silvio Carlos Viana, na orla de Ponta Verde

29/09/2018 18h47
Protesto contra o candidato Jair Bolsonaro reúne milhares na orla de Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
Um ato contra o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) lotou a orla de Maceió neste sábado (29) com milhares de manifestantes. Com cartazes com a hashtag #EleNão, os participantes do ato protestaram contra as declarações polêmicas do candidato do PSL, que, segundo eles, são racistas, homofóbicas e machistas, além de, muitas vezes, ir contra os direitos humanos. A concentração do ato foi na Avenida Silvio Carlos Viana, na orla do bairro de Ponta Verde, e, guiado por carros de som, o protesto se estendeu até o Posto 7, já no bairro da Jatiúca. Estiverem presentes no local, para garantir a ordem na manifestação, agentes da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL). A manifestação também contou com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Alagoas (OAB/AL). A professora universitária e servidora do Juizado da Mulher em Alagoas, Amanda Lima, participou do protesto e ressalta que o momento é histórico. “Pessoas dos mais diversos grupos, ideologias, idades, mulheres, homens, LBTQI... Todos estão unidos. Ninguém aqui quer retrocesso, fascismo, tortura e ódio. Eu e minhas companheiras do grupo Carmim Feminismo Jurídico estamos orgulhosas de todos aqui. Jamais esqueceremos esse ato”, afirmou. De acordo com a organização do protesto, o ato reuniu cerca de 30 mil pessoas na orla de Maceió. Segundo participantes da manifestação, durante o percurso, moradores dos prédios à beira-mar e populares que passeavam pela orla se dividiam entre apoiar ou criticar a manifestação. “Vimos pessoas de prédios próximos à avenida fazendo gestos de 'arminha' com a mão. Outras se juntaram ao ato”, comentou uma participante. A jornalista Emanuelle Vanderlei esteve com a multidão na orla e contou que, em um momento em que a desinformação ameaça o convívio em sociedade, o protesto é de extrema importância. “Em um momento em que o fascismo está se espalhando, é importante que vários movimentos sociais tenham se reunido para dizer 'não' a tudo que representa o atraso, a apologia à tortura, a misoginia, ao machismo, ao racismo, a homofobia. Foi um ato histórico, realmente. Queremos dizer 'não' ao retrocesso e desejamos que o Brasil continue uma democracia”, disse. Assista ao vídeo abaixo durante a manifestação: [video width="640" height="352" mp4="https://tribunahoje.com/wp-content/uploads/2018/09/842ccf3d-df2c-4751-9060-92adbca3ed86.mp4"][/video] Entre os cartazes segurados pelos manifestantes, era possível ler frases como “Filha minha não foi fraquejada”, “Ele nunca, ele jamais”, "Crianças também dizem 'ele não'”, além de camisas que também continham dizeres sobre a manifestação. O advogado Jonas Cavalcante, que é presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, também evidenciou que a população alagoana fez um ato histórico neste sábado. “A gente espera que, no dia 7 de outubro, esse jogo possa ser virado e que o Brasil todo se levante contra o fascismo e contra violação dos direitos humanos e que todos optem pela democracia”, afirmou o advogado. Após a manifestação, aconteceu um festival cultural no Posto 7 que contou com apresentações de diversos artistas.   Texto: Rívison Batista / Imagens: Emanuelle Vanderlei