Política

Mulheres e LGBT criam movimento contra Bolsonaro

Manifestações acontecem em todo o país no dia 29 de setembro. Em Maceió, ato está programado na orla.

Por Emanuelle Vanderlei com Tribuna Hoje 19/09/2018 09h50
Mulheres e LGBT criam movimento contra Bolsonaro
Reprodução - Foto: Assessoria
Em resposta a diversas declarações que ofenderam mulheres, afrodescendentes e homossexuais, o candidato a presidência da república Jair Bolsonaro é alvo de protestos no Brasil inteiro. Iniciado nas mídias sociais, o movimento já tem milhares de adeptos e agora promete ganhar as ruas protestando contra o preconceito, a opressão e o autoritarismo. O movimento tem evitado mencionar o nome do parlamentar, utilizando a expressão “Ele não”, e já tem adesão de algumas pessoas famosas, como Bruna Marquezine, Cláudia Raia e Patrícia Pilar. Em Maceió, as mulheres começaram a se organizar através de um evento no Facebook, depois criaram um grupo de whataspp e marcaram uma reunião presencial, que aconteceu na tarde desta terça-feira (18), no Espaço Cultural da Ufal, na praça Sinimbu. Participaram representantes de vários movimentos organizados e muitas mulheres independentes, que viram o chamado e foram participar. “O grupo é diverso, tem eleitoras de vários candidatos à presidência, mas a pauta que as unifica é o repúdio ao discurso de ódio propagado por Bolsonaro. Estamos enfrentando o fascismo”, disse Lenilda Lima, da Marcha Mundial das Mulheres. [caption id="attachment_237137" align="aligncenter" width="750"] Reunião foi realizada nesta terça-feira (18) para organizar o ato (Foto: Divulgação)[/caption] Também está sendo divulgado um ato com a mesma temática em Arapiraca para as 17h30 do dia 1º de outubro, em frente ao Campus da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). Está marcada para hoje uma reunião com LGBTs sobre o mesmo ato; as mulheres decidiram aguardar os encaminhamentos desta reunião para unificar os movimentos. A proposta das mulheres é realizar um festival cultural na orla de Maceió na tarde do sábado (29). Mas os detalhes só serão divulgados após a reunião dos LGBTs. Preconceito As declarações polêmicas do Deputado Federal são muitas. Sobre as mulheres, ele disse que “Mulher deve ganhar salário menor porque engravida”, “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, na última dei uma fraquejada e veio uma mulher”, e ainda disse à deputada Maria do Rosário que não a estupraria porque ela não merecia por ser muito feia. Já sobre os afrodescentendes, ele afirmou: “Eu fui num quilombo, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais", “Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente promíscuo como lamentavelmente é o teu'' (sobre a possibilidade do seu filho namorar uma negra). Contra os LGBTs, ele também tem incitado a violência. Segundo ele, “ter filho gay é falta de porrada”, “prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”.