Cidades

Empresas podem ter ônibus recolhidos por manterem catraca alta

Prazo para envio de cronograma de retirada das catracas elevadas terminou na terça-feira (3), mas sem posicionamento do Sinturb

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 05/07/2018 08h18
Empresas podem ter ônibus recolhidos por manterem catraca alta
Reprodução - Foto: Assessoria
As empresas permissionárias do transporte coletivo da capital podem ter os ônibus recolhidos pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). A medida, segundo a pasta, deve ser adotada como parte da punição pelo descumprimento dos prazos relativos ao cronograma de remoção das catracas elevadas. No mês passado, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb) foi notificado pela SMTT para elaborar um cronograma de mudanças nas catracas dos coletivos, atendendo o previsto na Lei Municipal nº. 6.752, que proíbe a utilização de equipamentos que atrapalhem a locomoção dos passageiros no interior do ônibus. O prazo terminou na última terça-feira (3) sem o posicionamento dos empresários. Além de recolhimento dos ônibus, as empresas poderão receber autuações e multas. Elas foram notificadas pela SMTT no dia 15 de junho e teriam quinze dias para planejar as mudanças nas catracas duplas. “A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) informa que o prazo estipulado para a entrega do cronograma de substituição das catracas altas terminou nesta terça-feira (3). O órgão acrescenta que o Sinturb tem até quarta-feira (4) para apresentar o cronograma. Caso o material não seja entregue, medidas como aplicação de multas, autuações e retenção dos veículos deverão ser tomadas”, garantiu a Superintendência em nota. O Sinturb foi procurado pela reportagem da Tribuna Independente, mas até o fechamento da edição não houve retorno. Desde o mês de maio, quando a lei foi sancionada pelo presidente da Câmara Municipal de Maceió, vereador Kelmann Vieira (PSDB), a remoção das catracas elevadas tem gerado questionamentos quanto ao cumprimento. Em junho, alguns vereadores e o titular da SMTT, Antônio Moura, se reuniram para discutir quais ações seriam tomadas para “fazer valer” a lei. Usuários do transporte coletivo reclamam do aperto nas catracas Enquanto a mudança não é efetuada, entre os usuários de transporte coletivo sobram reclamações. A professora aposentada, Iracilda de Alencar, de 72 anos, questiona a continuidade dos equipamentos. Ela, que é usuária do cartão Bem Legal, afirma que encontra dificuldades para se deslocar do Osman Loureiro, onde mora, para outras localidades diariamente. [caption id="attachment_114216" align="alignright" width="200"] Professora aposentada Iracilda reclama da continuidade dos equipamentos: 'É muito apertado, dificulta demais' (Foto: Adailson Calheiros)[/caption] “Todos os dias eu saio de casa, seja para estudar ir ao médico. Agora mesmo acabei de sair do médico. Aí tenho esse cartão, que mandaram fazer justamente para passar na catraca, mas ficou horrível, porque é muito apertado, dificulta demais. Para mim é horrível”, relata a aposentada. Outra que conta os dias para a retirada das catracas elevadas é Dulcineide Costa, de 50 anos. Ela mora no conjunto Medeiros Neto e reclama do “aperto”. “É horrível, atrapalha quem tá com bolsa, quem tá com peso, para os gordinhos. Deveriam tirar isso logo, porque ainda não tiraram? Tem que tirar, é horrível. Tem motorista que não gosta de abrir a porta do meio para a gente passar, é horrível e atrapalha a todos. E sinceramente para mim não evita roubo. Né? Não evita nada, só atrapalha”, questiona. Célia Maria, de 31 anos, mora no Novo Mundo e reclama da continuidade das catracas.  “É um caso sério e todas as linhas que eu pego, infelizmente têm a catraca alta. A melhor coisa a se fazer é tirar para melhorar a vida de quem pega ônibus, não é?”.