Cidades

AL: estado é segundo do país com maior taxa de homicídios

Estudo leva em consideração ano base 2016

Por Da redação com agências 15/06/2018 18h17
AL: estado é segundo do país com maior taxa de homicídios
Reprodução - Foto: Assessoria
O estudo “Atlas da Violência 2018: políticas públicas e retratos dos municípios brasileiros, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia Aplicada e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública” divulgado nesta sexta-feira (15) revelou que 2,2% municípios concentram 50% das mortes mais violentas do país. Segundo, o levantamento, Alagoas é o segundo estado do país com maior taxa de homicídios. Os dados são referentes ao ano de 2016. A capital alagoana ocupa a 9ª colocação no ranking das cidades mais violentas do país. A taxa de homicídios no estado naquele ano foi de 52,3 assassinatos para cada 100 mil. No ranking Nacional, Sergipe tem a maior taxa do país (64,7), seguido por Alagoas e Rio Grande do Norte (53,4). Já São Paulo (10,9), Santa Catarina (14,2) e Piauí (21,8) apresentaram os menores índices de assassinatos. Já em relação a mortes de jovens, Alagoas aparece em terceiro lugar no ranking dos estados que mais matam jovens no Brasil. O número de homicídios no estado foi de 122,4 por 100 mil habitantes, número bem superior à média nacional, de 65,5. O estado, ainda está em uma colocação ruim em relação a mortes de negros. A taxa de mortes foi de 69,7%, a terceira maior do país. Em contrapartida, obteve a menor taxa de homicídios de não negros do Brasil (4,1%). Em 2016, a média nacional de homicídios contra a pessoa negra foi 2,5 vezes maior que a de crime do tipo contra não negro. Número Nacional O Brasil atingiu a taxa de 30 assassinatos para cada 100 mil habitantes, em 2016, pela primeira vez na história, segundo o Atlas da Violência. Com 62.517 homicídios, a taxa chegou a 30,3 para cada 100 mil habitantes, o que corresponde a 30 vezes o registrado em países da Europa. Antes de 2016, a maior taxa havia sido registrada em 2014, com 29,8 para cada 100 mil pessoas. De acordo com o levantamento, nos últimos dez anos, 553 mil pessoas perderam a vida vítimas de violência no Brasil. Em 2016, 71,1% dos homicídios foram praticados com armas de fogo. Segundo o estudo, são 123 cidades que contabilizam 31 mil mortes violentas em 2016. Em todo o País, foram registradas 62.517 mil homicídios, segundo o primeiro relatório publicado pelo Ipea e pelo FBS, no dia 5 de junho. O relatório traz dados referentes às taxas de homicídio por homicídios. Entre as dez cidades com maior índice de violência letal, cinco estão na Bahia. São elas: Eunápolis (124,3 mortes para cada 100 mil habitantes), Simões Filho (107,7), Porto Seguro (101,7), Lauro de Freitas (99,2) e Camaçari (91,8). Duas estão no estado do Rio de Janeiro, Queimados, o município com maior número de mortes violentas por habitantes (134,9) e Japeri (95,5). As outras duas são Maracanaú, no Ceará (95) e Almirante Tamandaré (88,5). Os pesquisadores explicam que é possível observar a prevalência da violência letal em municípios localizados, sobretudo, nas regiões Norte e Nordeste do País. Nesses 123 municípios mais violentos, os dados apontaram que metade dos homicídios aconteciam em, no máximo, 10% dos bairros. “Nos bairros com maiores prevalências de vitimização letal, a incidência de crime não ocorre de modo homogêneo, mas em algumas comunidades pertencentes a essas localidades”, afirma o documento. Em comparação com 2015, o estudo detectou um aumento no número de cidades que respondem por metade das mortes violentas. Naquele ano, foram 109 municípios contra as 123 atuais. “Isso, certamente, é parte de um processo em curso, desde meados dos anos 2000, quando tem-se observado um espraiamento do crime para cidades menores.” O estudo afirma ainda que com planejamento e políticas focalizadas territorialmente é possível mudar a realidade dessas comunidades e bairros, com grande impacto nas condições de segurança pública das cidades e mesmo do país. A pesquisa aponta que há no País um problema central: a política criminal e de saneamento do sistema de execução penal, que, fora do controle do Estado, termina arregimentando um exército de mão de obra barata para o crime organizado e desorganizado. Nos últimos dez anos, de dentro das prisões foram criadas dezenas de facções criminosas pelo país afora, sobretudo no Norte, no Nordeste e no Sul do país.