Cidades

Com música, artesanato e educação internos são ressocializados

Projeto desenvolvido por reeducandos, sob a supervisão dos agentes penitenciários, contribui para reintegração social no Presídio Cyridião Durval

Por Agência Alagoas 09/06/2018 15h38
Com música, artesanato e educação internos são ressocializados
Reprodução - Foto: Assessoria
Incentivar o acesso à cultura, por meio da música, artesanato e alfabetização. Esse é o objetivo do projeto desenvolvido pelos internos do Presídio Cyridião Durval. Há oito meses eles participam de aulas com instrumentos musicais como violino, violão, piston e trompete, além de serem alfabetizados. Os procedimentos ocorrem sob a supervisão dos agentes penitenciários. O projeto agrega cerca de cem reeducandos que cumprem pena no Módulo 1. O apenado Charlié Isidoro da Silva explica que a ideia surgiu naturalmente. “Notamos que uma parte dos reeducandos não eram alfabetizada e os eram ficavam ociosos algumas vezes. Por isso, tivemos a ideia de implantar esse projeto de música e de alfabetização”, disse. O chefe da Cyridão, agente penitenciário Eduardo Gouveia, salienta que a iniciativa melhora a convivência entre os internos e cria novas perspectivas, como o planejamento para participar de seleções como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). “A partir do estudo da música houve o interesse pela alfabetização e um dos apenados se predispôs a ajudar aqueles que não sabiam ler. Hoje já temos reeducandos começando a ler ,e isso é muito legal, pois renova as perspectivas no cárcere e nós damos todo apoio e incentivo neste sentido. Esperamos ampliar esse trabalho para vê-lo crescer”, disse Gouveia. O reeducando Adenilton Soares destaca o apoio da unidade. “Agradeço à direção da unidade por ter permitido a entrada dos instrumentos. Só assim foi possível aliar a teoria com a prática. Sou formado em música e para mim é uma satisfação passar o conhecimento para outros custodiados”, explica Soares. Oportunidade “Durante as visitas, geralmente as famílias comentam que os internos que participam do projeto estão diferentes, com uma aparência renovada”, afirma o custodiado Charlié da Silva. As aulas acontecem nas segundas e quartas-feiras, pela manhã, com ensaio do coral e culto no segundo horário. Os instrumentos musicais foram doados por instituições religiosas. “Ainda há muito preconceito com aqueles que passaram pelo sistema prisional. Porém, quem quer mudar, consegue. Estou muito feliz de participar deste projeto e contribuir com a mudança de vida de outros reeducandos”, conclui o interno Adenilton Soares.