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Procura por seguro de celular é pequena em Alagoas

Alto valor é principal causa; taxa chega a 25% do valor do aparelho

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 24/04/2018 09h23
Procura por seguro de celular é pequena em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Ter um seguro para o celular não é prioridade para alagoanos. É o que aponta quem trabalha com o assunto. Um dos motivos é o alto valor de adesão ao serviço, que pode chegar a 25% do valor do aparelho, além da franquia em caso de utilização. O serviço é oferecido tanto em corretoras especializadas, quanto em lojas que vende os aparelhos celulares. A proteção inclui cobertura para roubo e furto qualificados, além de quebra da tela, em alguns casos. Em uma loja de eletrônicos da capital, a procura não passa de 8% do total de aparelhos vendidos. A gerente da loja, Vivian Jamilly explica que a baixa adesão também é motivada pela falta de interesse. “Hoje a gente tem uma média de 8% de adesão nas compras de aparelhos, ainda é pequena. Acredito que muitas pessoas acham ser desnecessário, que tomam cuidado, que não vão precisar. O seguro cobre roubo, furto e quebra de tela. No caso do roubo e furto tem que ser qualificado, quando a vítima é ameaçada. Geralmente o cliente paga 25% no ato do compra pela aquisição do seguro. Se o produto vale R$ 1.000,00 o cliente vai desembolsar R$ 250. E caso seja roubado ele vai pagar a franquia, da mesma forma como um seguro de carro, essa franquia geralmente é mais 25% no caso do roubo. No conserto da tela não é necessário pagar franquia”, detalha. A gerente acredita que existe ainda um receio por parte dos clientes. “Outro fator que influencia é que as pessoas acham que não vão ser atendidas, por conta do pós venda que até um tempo atrás não era eficiente. Então elas pensam que não vão ser atendidas tão bem e acaba sendo uma venda mais trabalhosa porque as pessoas pensam que vão ser enganadas”, acredita. Segundo Vivian numa situação em que seja necessário acionar o seguro, o cliente deve apresentar documentos que comprovem a posse do celular e também o sinistro. “Ele faz uma carta a punho relatando como o celular foi quebrado e aí a seguradora informa para onde ele deve levar o aparelho para que seja feito o conserto. No caso de roubo e furto é preciso ir à Delegacia fazer o Boletim de Ocorrência aí vem documentos como RG, CPF, comprovante de residência, também é preciso trazer o bilhete do seguro que é fornecido no momento da compra e fazer uma carta a punho relatando como ocorreu o sinistro”. Para Cláudio Souza, de 59 anos apesar de ser um serviço benéfico é pouco atrativo para sua realidade. “Eu acho um bom serviço, mas nunca fiz e nunca senti necessidade de ter um. O Valor é muito alto. Pagar R$ 500,00 numa franquia é alto. É complicado, para mim seria desnecessário”. Marília Reis, de 22 anos é outra que diz não ter interesse no serviço. “Troco o celular com muita frequência aí não acho necessário. Como troco em média com um ano, a garantia cobre, para mim não é vantagem”, diz. “Pessoas preferem arriscar”, diz corretor   Corretor de seguros há mais de 22 anos, Djaildo Almeida explica que não há dados sobre a quantidade deste tipo de seguro no Estado porque é incluído na categoria de riscos diversos, portanto não há números específicos. Segundo Djaildo, as pessoas  “preferem arriscar” ao contratar um serviço que por conta dos altos índices de roubos e furtos em todo o país possui um risco altíssimo incluído no valor. “Na realidade as pessoas ainda preferem arriscar a fazer o seguro. O grande problema é que se você for ver a taxa que a companhia usa por conta do risco é alta. Isto explica porque os usuários preferem arriscar a ter o seguro. A gente chega a ter valores acima de 20% na taxa referente ao valor do aparelho. Sem contar que existe a franquia” Além de o custo ser um entrave, o desconhecimento sobre a cobertura do serviço é outro complicador, afirma Djaildo. “Como a maioria dos seguros só dá cobertura para o furto mediante mão armada, ou roubo qualificado, não cobre o simples desaparecimento, por exemplo, as pessoas pensam que tem direito e quando vão precisar a companhia nega o sinistro e as pessoas ficam reclamando. Isso ocorre porque faltou a informação principal para o cliente e ele não tem culpa, o cliente compra de boa fé. No meu entendimento essa lojas deveriam deixar essa venda para os corretores, porque fazem aquela venda “goela abaixo” e fecha por fechar. Com o corretor de seguros poderia ser com um custo benefício melhor, cobertura melhor”. A orientação é procurar uma empresa especializada para receber as informações corretamente, para assim optar pelo serviço que vai se adequar melhor ao perfil do usuário. “O usuário deve sempre procurar o corretor de seguros. Na venda feita pela loja geralmente são produtos engessados e o vendedor não tem a expertise que o corretor de seguros para oferecer o melhor produto. É por isso que muitas vezes o pessoal reclama que o seguro de celular não foi o que ele pensou. É porque na loja os vendedores só fazem tirar o pedido e não fazem uma venda consultiva, mostrando os pontos positivos e negativos, o que é mais adequado. O corretor de seguros não vende por vender, ele faz uma venda mostrando os prós e os contras”.