Cidades

Álbum de figurinhas da Copa vira 'febre' entre alagoanos

Em uma semana, lotes esgotam em uma livraria da Capital; de acordo com vendedores, colecionadores são adultos e crianças

Por Lucas França com Tribuna Independente 03/04/2018 08h22
Álbum de figurinhas da Copa vira 'febre' entre alagoanos
Reprodução - Foto: Assessoria
A Copa do Mundo da Rússia 2018 é só em junho, mas os colecionadores alagoanos e a criançada já estão correndo atrás do álbum e das figurinhas para coleção. As falas de “tenho esse, quero, vamos trocar”, referência às coleções de adesivos, reverberaram e até hoje ainda continuam nos pátios das escolas, em grupos de amigos e agora com a tecnologia através das redes sociais. Há quase 50 anos, os álbuns de figurinhas da Copa do Mundo viraram febre mundial e, em 2018 eles estão de volta para alegria dos colecionadores fanáticos por futebol e para a criançada.  Os álbuns são uma tradição dos boleiros desde 1970. Em uma livraria em um dos shoppings da capital, os dois primeiros lotes que chegaram já esgotaram. Segundo o coordenador de vendas Everton Tales, o primeiro pedido feito pela livraria chegou dia 22 de março e no dia 31 do mesmo mês já não havia nenhum exemplar. “Vieram no primeiro lote 290 unidades de álbuns capa brochura (mole) e no segundo lote, dia 29, 148 capa dura, mas esgotaram bem rápido. Já fizemos novos pedidos. Está para chegar entre esses dias, provavelmente na quarta-feira (4). Já as figurinhas ainda têm alguns pacotes aqui”, disse Everton. Pensando na procura e necessidades dos clientes, a livraria montou um espaço especifico para colecionadores e crianças fazerem trocas de figurinhas repetidas e adquirir seu álbum. De acordo com os vendedores a procura foi intensa durante o último fim de semana, “crianças, adultos, advogados, enfim, muita gente querendo o álbum da copa 2018”. Nesta livraria localizada em um shopping da parte baixa, o álbum capa dura custa R$ 49, 60 com 60 figurinhas, e o capa mole, R$ 7,90 e não vem acompanhado de figurinhas. O pacote com cinco figurinhas sai no valor de R$ 5. Os vendedores disseram que os clientes não avaliam o preço na hora da compra, porque a meta entre os fanáticos por futebol sempre é completar seus álbuns de figurinhas. “Ele interage mais com amigos e foge dos eletrônicos”, diz mãe Há 20 dias a coordenadora financeira Isabel Almeida adquiriu o álbum para colecionar com seu filho João Henrique França, de 10 anos. “Sempre incentivei. Quando ele tinha três anos, comprei o da copa de 2010 para colecionarmos. Eu confesso que também gosto muito. Temos guardado os das últimas duas copas. Eu acho saudável essa questão de seguir com essas coisas. Foge um pouco do videogame, celular, jogos eletrônicos. Interage mais com os amigos. É algo antigo em ação e remete também à minha infância”, conta Isabel. [caption id="attachment_82310" align="aligncenter" width="168"] João Henrique, 10 anos, está no início da coleção e conta com 100 figurinhas (Foto: Cortesia)[/caption] Isabel disse que Henrique está no começo da coleção, mas já tem umas 100 figurinhas e que sempre está pedindo mais. “Não posso ir à esquina que ele pede para comprar figurinhas”, comenta. Quem também começou a coleção e já conta com 200 figurinhas é o Alejandro Ferreira, de 10 anos. Ele começou a semana passada e sempre está pedindo à mãe que compre mais figurinhas para trocar com o primo. A mãe de Alejandro, a cabeleireira Aline Ferreira, conta que na última copa ele também colecionou. “Desde última copa que ele coleciona. Nesta que ele está maior, troca às repetidas com o primo e amigos. E sempre está querendo comprar mais e mais”, conta. [caption id="attachment_82312" align="aligncenter" width="169"] Alejandro, 10 anos, já tem 200 figurinhas no álbum e pede para que a mãe compre mais todos os dias ( Foto: Cortesia)[/caption] PRÉ-VENDA Menos de 72 horas após seu lançamento, no dia 16 de março, o álbum da Copa do Mundo da Rússia já tinha exemplares com todas as figurinhas anunciados, a 500 reais cada um, no site Mercado Livre. Em conversa com um interessado, um dos vendedores informou ter aberto 1. 200 pacotes para encontrar a última estampa de um dos seus álbuns. Até o dia 20 de março, 37 edições completas haviam sido vendidas. A editora Panini responsável pelo álbum oficial acompanha essas e outras movimentações para evitar irregularidades. O trajeto do carregamento entre a fábrica, em Barueri, São Paulo, e o centro de distribuição carioca tem escolta armada. Não é exagero: em 2014, uma Kombi com 68 mil envelopes foi levada por bandidos quando fazia entregas em bancas do Rio de Janeiro.