Cidades

AL registra aumento no número de mortes por acidentes elétricos

De acordo com dados da Abracopel, Estado registrou 32 mortes dessa natureza em 2017 contra 22 em 2016

Por Lucas França com Tribuna Independente 17/03/2018 11h27
AL registra aumento no número de mortes por acidentes elétricos
Reprodução - Foto: Assessoria
Alagoas teve 32 mortes relacionadas à eletricidade (choque, raios e incêndios por curtocircuito) em 2017 contra 22 em 2016. Os dados são do Anuário Estatístico Brasileiro dos Acidentes de Origem Elétrica da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) divulgados em dezembro do ano passado sobre acidentes de origem elétrica no Brasil. Segundo o estudo realizado pela Abracopel e pelo Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), os dados parciais são coletados via sistema de alertas da internet e redes sociais e chegaram a computar 1.319 acidentes de origem elétrica no país em 2016, sendo 599 fatais, e 1.387 em 2017, sendo 627 fatais. Um aumento de 33,6% entre 2013 e 2017. Ainda de acordo com a Abracopel, a Região Nordeste é a que tem o maior número de acidentes, apesar de não ser a região com a maior população. Foram 287 mortes contra 125 na Região Sudeste, 98 no Sul, 65 no Centro-Oeste e 52 no Norte. A relação de acidentes fatais por milhão de habitantes/Nordeste 2017 pode ser conferido no gráfico ao lado. Em 15 meses de janeiro de 2016 a março de 2017, o país teve 782 mortes relacionadas à eletricidade. Isso representa uma média de duas mortes por dia nesse período. Desse total, 236 mortes (30%) ocorreram dentro de casa. Ou seja, um caso a cada dois dias, em média. Muitos dos choques fatais também ocorrem por pessoas que fazem obras próximas à rede elétrica ou que tentam fazer ligações clandestinas em postes, por exemplo.  Levando em conta apenas o ano de 2016 (com 592 mortes), o aumento dos acidentes de origem elétrica foi de 5,7% maior em relação ao ano anterior, totalizando 1.319 casos. ELETROBRAS De acordo com dados da Eletrobras Distribuição Alagoas, houve 20 casos de acidentes elétricos em 2017 envolvendo a população externa, destes sete foram fatais. E em 2016 foram 14, sendo fatais. A maioria dos óbitos foi no interior. Já acidentes de trabalho em 2017 foram 10, nenhum resultou em morte. E em 2016 foram 20, também sem mortes. O órgão informou que o último caso de um acidente fatal envolvendo colaborador da empresa foi em 2011. Acompanhando as estatísticas de acidentes de trabalho da empresa, percebemos nos últimos oito anos, uma redução de 78% na ocorrência de acidentes de trabalho. Para evitar acidentes tanto de trabalho quanto com a população, a Eletrobras informou que realiza uma série de ações de treinamentos com os colaboradores e educativas  de prevenção com a população. ÓBITOS  IMLs de Maceió e Arapiraca registram 198 casos em 5 anos Devido ao aumento nos índices de acidente, perito criminal faz alerta para os cuidados com fiações elétricas Em outubro do ano passado, após o choque elétrico que matou três pessoas de uma mesma família na cidade de Cajueiro, interior de Alagoas, o perito criminal Charles Mariano responsável pelo exame pericial no local do acidente, fez um alerta para os cuidados com fiações elétricas. O alerta se deve ao aumento dos índices de acidentes fatais por choques registrados no Estado. Dados dos Institutos de Medicina Legal de Maceió e Arapiraca apontaram que nos últimos cinco anos, Alagoas registrou 198 casos de mortes por descarga elétrica.  Uma média de 40 por ano. O acidente que matou as três pessoas em Cajueiro foi provocado por um fio condutor de energia elétrica que se estendia preso através de pregos, desde a parte interna da residência, por cima de uma parede, até o muro na parte dos fundos. Um destes pregos estava servindo também para apoio de um varal de roupas composto por um arame farpado e um arame metálico. Com o esforço do fio condutor no prego, houve um desgaste da camada que isolava a parte com eletricidade, fazendo com que o prego e o varal ficassem energizados com a rede 220V. “Quando a primeira vítima, por algum motivo, tocou no varal ficou submetida ao potencial de 220V e causou um curto-circuito para a terra que circulou pelo seu corpo, vindo a falecer por eletroplessão. A segunda e a terceira vítimas, provavelmente, na agonia de tentar salvar, tocaram no varal e/ ou na vítima, sendo submetidas a mesma condição fatal”, disse o perito. Ainda de acordo com o perito que é engenheiro elétrico, a rede elétrica, apesar de fazer parte das nossas vidas, é extremamente perigosa quando manipulada por leigos e quando existe negligência, imprudência ou imperícia. “Basta aplicar os mínimos cuidados de segurança, para os riscos serem minimizados ou até mesmo eliminados. O responsável do imóvel deve sempre contratar profissional especializado para realizar as instalações elétricas. Jamais utilizar varais metálicos próximos à rede elétrica. E numa fatalidade, nunca tocar na vítima, e sim desligar o disjuntor geral do imóvel, seja residência, indústria ou comércio”, recomendou o perito Charles Mariano. Já este ano, no dia 12 de fevereiro, um homem morreu após receber uma descarga elétrica de um gerador instalado em um dos trios elétricos que iriam puxar um bloco pipoca na Chã do Pilar, região metropolitana de Maceió.