Cidades

Iniciado trabalho de recuperação de ruas no Pinheiro

Serviços são realizados pela Seminfra como medida paliativa até que estudo do solo que investiga rachaduras seja concluído

Por Lucas França com Tribuna Independente 21/02/2018 08h33
Iniciado trabalho de recuperação de ruas no Pinheiro
Reprodução - Foto: Assessoria
Os trabalhos para recuperar uma das vias que sofreram fissuras, no bairro do Pinheiro, após as últimas chuvas registradas na capital foram iniciadas nesta terça-feira (20). A cratera que se formou em uma das ruas foi fechada. A medida é uma ação paliativa até que o estudo de solo, coordenado pelo engenheiro civil Abel Galindo Marques, mestre em Geotecnia e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), seja concluído. A previsão para que o estudo seja entregue é de 60 dias, podendo se estender a 90 dias. O geotécnico esclarece que serão coletadas amostras do solo e encaminhadas para o estudo mineralógico na Universidade Federal de Pernambuco, porque em Alagoas não é feito esse tipo de trabalho. O estudo, segundo Galindo, pode durar até 90 dias, período em que as áreas onde houve o registro de fissura permanecerão em observação. Além da Alameda Cônego Cavalcante de Oliveira algumas residências também foram interditadas e os moradores saíram dos imóveis. Parte da Rua Professor Mário Marroquim, nas proximidades da Igreja Matriz do Menino Jesus de Praga, também sofreu interdição. RECUPERAÇÃO A rua onde foram iniciados os trabalhos feito pela equipe da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) com a máquina retroescavadeira  foi a Joaquim Gouveia de Albuquerque, em frente ao Edifício Gameleira, no Conjunto Jardim Acácia. A intervenção na via pública tem como finalidade fazer uma vistoria na galeria de água pluvial antes de iniciar o trabalho de substituição de material para fechar a rachadura em um dos pontos mais atingidos. Segundo funcionários da Seminfra, as fissuras chegam a mais ou menos 1 km e foi constatado um vazamento nos dutos da Companhia de Saneamento (Casal) que já esteve no local para verificar e fazer a manutenção necessária. Um sumidouro que pertencente a um condomínio com cerca de 18 metros de profundidade também deve ser fechado e avaliado pela equipe. A professora Cássia Cordeiro que tem um apartamento no bairro disse que há um ano notou as rachaduras. “Quando comprei levei um engenheiro que paguei para avaliar o imóvel. Não tinha uma rachadura. Ano passado apareceu a primeira e a cada dia aparece uma nova. Quando começaram as rachaduras e quando soube que alguns imóveis foram interditados fiquei com medo. Liguei hoje [ontem] para a Defesa Civil vim avaliar. Estou muito preocupada”, disse. Fissuras chegam a aproximadamente 10 metros de profundidade Segundo a Seminfra, com o trabalho realizado ontem, foi observado que, em um ponto específico do bairro, foi constatado que a fissura vai adentrando pelo solo em uma profundidade aproximada de 10 metros. O coordenador dos serviços de drenagem Esdras Abreu, da Seminfra, explica que o trabalho iniciado é uma ação que o órgão está realizando em paralelo ao estudo geotécnico. “Nós abrimos toda a extensão da fissura ao lado da nossa drenagem, que não foi danificada. Faremos uma substituição de material para fechar esta rachadura, enquanto aguardamos a conclusão do estudo contratado, conforme orientação do prefeito em exercício Marcelo Palmeira”, explicou. GEOTÉCNICO “Há possibilidade de ser um problema de contração mineralógica em decorrência de mistura de solos diferentes, o inerte e o ativo, o chamado solo misto, que é comum nessas regiões onde houve fissura. Depois que molha e seca, o solo inerte permanece no lugar, enquanto o ativo se contrai e abre fendas. É um processo longo, visto que as casas onde houve esse registro foram construídas há mais de 40 anos, e agora que o problema surgiu. Um grupo de especialistas em Geotecnia, que utiliza métodos científicos e princípios da engenharia para a solução de problemas de infraestrutura em desastres de causa natural que vão analisar as amostras para saber do que se trata”, explica Abel Galindo.