Cidades

Iniciado estudo sobre rachaduras no bairro do Pinheiro

Análise para investigar causas de fissuras e buracos apresentados em ruas do bairro deve ser concluída no prazo de 60 dias

Por Lucas França com Tribuna Independente 20/02/2018 08h24
Iniciado estudo sobre rachaduras no bairro do Pinheiro
Reprodução - Foto: Assessoria
Equipes de trabalho da Defesa Civil Municipal e um geólogo estiveram, nesta segunda-feira (19), na Alameda Cônego Cavalcante de Oliveira, no Bairro do Pinheiro, para avaliar as possíveis causas de rachaduras e buracos que se formaram no local na madrugada da última quinta-feira (15) após as chuvas. Até o momento ainda não se sabe o que pode ter causado as rachaduras. Um estudo mineralógico foi iniciado ontem para investigar as causas das rachadura na Alameda Cônego Cavalcante de Oliveira e também em outras ruas do bairro e deve ser concluído no prazo de 60 dias. O estudo será feito sob a coordenação do engenheiro civil Abel Galindo Marques, mestre em Geotecnia e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). “Estivemos no local com o geólogo Abel Galindo que foi designado pelo poder municipal para apurar o que aconteceu no bairro do Pinheiro. Ele é experiente na região onde aconteceu a interdição da Defesa Civil, porque há três anos trabalha na localidade. Galindo verificou e nos passou alguns detalhes para ser verificado na estrutura. Ele estuda a localidade desde 2010 e nos disse que já recebeu um monte de denúncia sobre rachaduras que se formavam em ruas da região. O geólogo irá fazer a coleta do solo, analisar e nos passar um estudo da área no prazo de 60 dias”, explica Dinário Lemos. Galindo explicou que se trata de um fenômeno ainda de causa desconhecida e que serão analisados por um grupo de especialistas em Geotecnia, que utiliza métodos científicos e princípios da engenharia para a solução de problemas de infraestrutura em desastres de causa natural. “Há a possibilidade de ser um problema de contração mineralógica em decorrência mistura de solos diferentes, o inerte e o ativo, o chamado solo misto, que é comum nessas regiões onde houve fissura. Depois que molha e seca, o solo inerte permanece no lugar, enquanto o ativo se contrai e abre fendas. É um processo longo, visto que as casas onde houve esse registro foram construídas há mais de 40 anos, e agora que o problema surgiu”, explicou Abel Galindo. Além da Alameda Cônego Cavalcante de Oliveira algumas residências também foram interditadas e os moradores saíram dos imóveis. Parte da Rua Professor Mário Marroquim, nas proximidades da Igreja Matriz do Menino Jesus de Praga, também sofreu interdição. O geotécnico esclarece ainda que serão coletadas amostras do solo e encaminhadas para o estudo mineralógico na Universidade Federal de Pernambuco, visto que em Alagoas não é feito esse tipo de trabalho. O estudo, segundo Galindo, pode durar até 90 dias, período em que as áreas onde houve o registro de fissura permanecerão em observação. Após surgimento de rachaduras, algumas casas foram desocupadas Além de obras de infraestrutura na localidade, a Defesa Civil e demais secretarias de obras pediram que moradores deixassem as casas que estão com as rachaduras no piso e nas paredes. “Orientamos que alguns moradores procurassem casas de parentes pelo menos nesse prazo do geólogo por questão de segurança, até sabermos o que causou as rachaduras. Duas casas e alguns apartamentos estão danificados”, ressalta Lemos. A companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e a Distribuidora de gás natural do Estado de Alagoas (Algás), já foram comunicadas do problema. [caption id="attachment_64147" align="alignright" width="300"] Segundo Dinário Lemos, geólogo responsável por analisar problema estuda a localidade desde 2010 (Foto: Secom/Maceió)[/caption] O prefeito de Maceió em exercício Marcelo palmeira, visitou a comunidade do bairro Pinheiro e reforçou que a Prefeitura está à disposição da comunidade. “O trabalho para reconstrução da via será iniciado já nos próximos dias pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Urbanização (Seminfra), como medida paliativas. Medidas definitivas serão definidas a partir do laudo técnico proveniente do estudo. Em relação aos imóveis, as famílias que tiveram imóveis com rachaduras estão em contato com a Defesa Civil, que continua monitorando a situação”, explicou Palmeira. O CASO Os moradores do bairro do Pinheiro, na parte alta de Maceió, ficaram assustados com rachaduras e fendas que apareceram em algumas vias na última quinta-feira (15). A Alameda Cônego Cavalcante de Oliveira ou Alameda Acre, como é conhecida, amanheceu com rachaduras e em seguida se formou uma cratera. A equipe da Tribuna Independente foi até o bairro na última sexta-feira (16), e populares da região chegaram a falar sobre mau funcionamento de tubulações de gás, sumidouros causados por áreas aterradas e até mesmo tremores de terra. Moradores ainda disseram que problemas com rachaduras nas vias e imóveis são frequentes na região, mas nunca viram algo dessa proporção. O caso foi informado a Defesa Civil de Maceió, que convocou uma equipe especializada para averiguar a situação.