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Maceió: Conselho Municipal aprova preço de R$ 3,80 para nova tarifa de ônibus

Aumento de 8,5% precisa ser sancionado pelo prefeito; Câmara votou contra

Por Carlos Amaral com Tribuna Hoje 07/02/2018 13h04
Maceió: Conselho Municipal aprova preço de R$ 3,80 para nova tarifa de ônibus
Reprodução - Foto: Assessoria
O preço da tarifa de ônibus em Maceió deve aumentar para R$ 3,80. Esse valor foi aprovado na manhã desta quarta-feira (7) pelo Conselho Municipal de Transporte, mas ainda precisa da sanção do prefeito Rui Palmeira (PSDB). Atualmente o preço da passagem é de R$ 3,50. O aumento proposto pelo colegiado é de 8,5%; e a inflação oficial de 2017 foi de 2,95%. A reunião ocorreu na sede da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). A proposta inicial dos empresários do setor, divulgada no mês de janeiro, era de aumento de 15%, com o valor da tarifa em R$ 4,02, mas o prefeito questionou esse aumento. Considerando-se que se use o serviço duas vezes por dia, em 20 dias por mês (dias uteis), o gasto mensal com passagem de ônibus em Maceió passará a ser de R$ 152,00 caso o novo preço entre em vigor. Esse custo representa 15,75% do salário mínimo, recebido por cerca de 60% dos maceioenses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). À época, Antônio Moura afirmou à Tribuna Independente que a definição do reajuste dependia de outros fatores, como a integração temporal. “Na verdade, o prefeito não citou apenas a integração. A integração é o mais importante, o prefeito citou o cumprimento do contrato. Antes mesmo da discussão do reajuste o prefeito já havia falado que só ia conversar sobre um possível aumento, reajuste, depois que alguns itens do contrato fossem cumpridos pelas empresas, um deles é a integração temporal total e o outro é a formalização do consórcio. Os dois já estão sendo trabalhados e, paralelo a isso, estamos discutindo o reajuste”. Não há um prazo estabelecido para que o prefeito sancione ou vete o aumento da passagem –podendo ocorrer sob outro percentual –, contudo, isso deve ser feito nos próximos dias. CÂMARA DE VEREADORES O vereador José Márcio Filho (PSDB), representante da Câmara Municipal de Maceió (CMM) no Conselho Municipal de Transportes, votou contra o aumento da passagem de ônibus em Maceió durante a reunião do colegiado na manhã desta quarta-feira. Segundo a assessoria de comunicação da Casa de Mário Guimarães, a posição do parlamento municipal é que o prefeito Rui Palmeira não sancione o valor aprovado pelo Conselho. José Márcio Filho, através da assessoria da CMM, justificou seu posicionamento. “É preciso entender que mesmo sem o reajuste de 8,5%, o atual valor da tarifa já está acima da capacidade do que a maioria dos usuários do sistema pode pagar. Além disso, analisando as planilhas apresentadas pelas empresas, detectamos que o percentual para um reajuste poderia ser abaixo do que foi proposto e do que foi aprovado na reunião do Conselho Municipal de Trânsito, sem inviabilizar economicamente as empresas”, diz José Márcio Filho. Quem também se manifestou foi o presidente da CMM, Kelmann Vieira (PSDB). Para ele, é preciso levar em consideração os problemas na oferta do transporte público em Maceió. “Não há como não reconhecer que a licitação feita pelo Executivo trouxe melhorias para o transporte público em Maceió. Porém, as reclamações da população com falta de ônibus, coletivos lotados e a demora em pontos para pegar o transporte são aspectos que depõem contra o setor. Além disso, falta conforto. Moramos em uma cidade cuja temperatura é alta e os coletivos, mesmo com a passagem a R$ 3,50 não possuem ar-condicionado. Por tudo isso, como disse o vereador José Márcio Filho, a Câmara votou contra o percentual e vai trabalhar para que o processo de discussão da tarifa volte a ser uma atribuição da Câmara, como era antes da criação do Conselho em 2009”, comenta o presidente da CMM. Kelmann Vieira adianta que vai rediscutir no parlamento o papel da CMM sobre o valor da passagem de ônibus em Maceió. “Esta é uma situação que precisa ser amplamente discutida, não pode ficar limitada apenas ao Conselho. O Poder Legislativo é, sim, o colegiado ideal para isso, já que podemos realizar audiência pública e convoca a sociedade para um amplo debate, antes da aprovação de qualquer aumento”, argumenta o presidente da CMM.