Cidades

Suspeito de agredir motorista da Uber se diz filho de delegado

Paulo Cerqueira nega ser pai de agressor e informa que pediu apuração do caso

Por Lucas França com Tribuna Independente 19/12/2017 08h03
Suspeito de agredir motorista da Uber se diz filho de delegado
Reprodução - Foto: Assessoria
  Um motorista do aplicativo Uber identificado apenas como Rafael foi agredido após uma colisão que ocorreu no último sábado (16), por três rapazes. O condutor contou à polícia que um dos agressores se disse filho do diretor geral da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), delegado Paulo Cerqueira. A reportagem da Tribuna Independente entrou em contato com o delegado e ele garantiu não ter filhos. “Não tenho filho, não tenho Trailblazer. Só tomei conhecimento  do caso por colegas. Já determinei a delegada Kátia, minha adjunta, apurar tudo, inclusive os crimes contra honra da minha pessoa”, explicou o delegado. CASO De acordo com o  motorista, o nome dos envolvidos foi retirado do Boletim de Ocorrência (B.O) e eles aparecem como “desconhecidos”. O curioso no caso é que todos foram prestar depoimento na Central de Flagrantes I, no bairro do Farol, e mesmo assim os nomes não constam no B.O. O motorista disse que os agressores foram liberados em seguida. No vídeo que circula na internet durante a agressão, o motorista Uber disse que está no direito dele e que os agressores estariam supostamente alcoolizados. No vídeo, um dos agressores grita o nome Ricardo pedindo para ele ter calma e parar de bater no motorista. O condutor Uber disse que estava na mão correta e o agressor que teria batido na traseira do veículo. Já em áudios que circulam nas redes sociais, após o fato, outros condutores do aplicativo contam que um dos agressores teria saído da Central de Flagrantes em um veículo de um delegado. “O cara saiu da delegacia em uma Trailblazer que pertence ao delegado da Central de Flagrantes. Por isso, que o caso não vai dá em nada. Ele é filho do Paulo Cerqueira”, diz trecho dos áudios. O representante da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Alagoas (Amaal), Christiano Cavalcante, lamenta o ocorrido e aconselha a todos os parceiros Uber’s que passam por esse tipo de situação entrar em contato com a empresa. “A empresa tem um setor responsável para acompanhar esse tipo de caso e dá toda assistência necessária, inclusive com advogado para aconselhar o que deve ser feito nesse tipo de situação”.   Caso começou a ser investigado nesta segunda-feira   A assessoria de comunicação da PC informou que o caso começou a ser investigado nesta segunda-feira (18), mas que ainda não tem nada que possa ser dito no momento. “A Direção da Polícia Civil de Alagoas pelo compromisso que tem com o cidadão alagoano no combate a todo e qualquer tipo de violência, bem como pela orientação externada a todos os integrantes da Instituição pela qualidade, zelo e postura profissional ética e reta na condução dos procedimentos policiais, vem a público esclarecer que o episódio dando conta que um motorista do aplicativo Uber teria sido agredido por três rapazes, após um acidente de carro ocorrido no inicio da manhã do último sábado (16), e que um deles teria feito ameaças ao profissional do volante se intitulando filho de um delegado de Polícia, e que por conta disso, ele e os demais agressores teriam tido benesses no momento da confecção do procedimento policial na Central de Flagrantes I, será investigado com todo rigor pela Polícia Civil”, afirma a PC em nota. A nota ainda esclarece que os áudios repercutidos nas redes sociais, onde foi dito que o veículo envolvido na confusão com o Uber seria de propriedade do delegado-geral da PC, Paulo Cerqueira, não representam verdade. “Não tem qualquer fundamento a alegação de que um dos rapazes envolvidos no suposto conflito fosse filho desta autoridade policial, pois o mesmo não tem filhos”, diz um outro trecho da nota. A direção da PC afirma ainda que as providências serão tomadas para apurar todas as circunstâncias do fato. (Com assessoria)