Cidades

Tarifa Branca na conta de luz exige atenção do consumidor

Caso o cliente não mude hábitos de consumo, opção pode sair mais cara; uso de energia deve ser em horários alternativos

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 13/12/2017 08h16
Tarifa Branca na conta de luz exige atenção do consumidor
Reprodução - Foto: Assessoria
A partir de 1º de janeiro de 2018 a Tarifa Branca entra em vigor em Alagoas para clientes novos ou com consumo mensal acima de 500kw/h.  Propondo economia de até 20% a medida foi definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e chegará a todos os perfis até 2020. No entanto, a mudança pode não sair tão vantajosa a depender do tipo de consumo. De acordo com o assistente da Diretoria de Regulação da Eletrobras Distribuição Alagoas, Marcelo Ximenes, a mudança é positiva para consumidores que tenham possibilidade de mudar o hábito de consumo, isto é, utilizar a energia elétrica em horários diferenciados. “O objetivo da tarifa branca é estimular a população a deslocar o consumo para fora do horário de ponta. Porque no horário de ponta o sistema está normalmente sobrecarregado. Então, se você consegue deslocar esse consumo você desonera um pouco o seu custo de manutenção do sistema. Em contrapartida, é dado um incentivo para o consumidor, a tarifa branca vai funcionar com um valor de energia diferente em diferentes horários”, explica Ximenes. Para os perfis de consumo, onde a maior utilização está na faixa classificada como ‘horário de ponta’, a energia pode ficar cara. “Vai depender mesmo do interesse da população na mudança e no interesse em mudar o hábito de consumo. Uma panificação de pequeno porte, por exemplo, que utiliza forno elétrico, que tem um alto nível de consumo, pode ser prejudicada se consideramos o horário que ela vai utilizar para essas fornadas, já um mercado que possa fechar um pouco mais cedo pode ser beneficiado. Vai depender do perfil do consumidor e como ele vai se adequar à mudança. Tudo depende da disposição do consumidor”, pontua. Com a tarifa branca, o consumidor paga mais nos horários de pico e intermediários e menos nos horários alternativos. Por exemplo, a depender do tipo de consumo, em média a tarifa convencional fica em torno de R$ 0,50 e chegará a R$ 1,00 no período de intenso consumo (horário de ponta), R$ 0,70 no horário intermediário e R$ 0,40 no horário alternativo, afirma Marcelo Ximenes. Segundo a Eletrobras o horário de ponta em Alagoas corresponde ao período entre 17h30 e 20h30, além disso, existe um horário intermediário que considera uma hora antes, a partir de 16h30 e uma hora depois até 21h30 do período, onde a tarifa também é mais alta. “O valor da tarifa no horário de ponta vai ser um pouco maior do que o valor convencional, uma hora antes e uma hora depois tem um posto intermediário, mas em compensação, o valor da tarifa nos horários intermediários fica bem abaixo do valor convencional. Então aquele consumidor que consegue deslocar o consumo dele, pode economizar na conta de energia” Para os consumidores que querem mudar os horários de consumo, a adesão pode ser feita a partir do ano que vem. O consumidor que tiver interesse em aderir ou tiver dúvidas a respeito deve procurar a unidade de atendimento. ‘O consumidor deve procurar os postos de atendimento para receber todas as orientações referentes a mudança. Caso ele atenda todos os requisitos e ache vantajoso fazer a mudança, pode dar entrada no processo e o prazo estipulado pelo órgão regulador é de trinta dias, porque devido a mudança na cobrança da tarifa é necessária a substituição do medidor”, explica. O economista Lucas de Barros explica que o consumidor que optar em aderir a essa nova modalidade de tarifa terá que ficar atento aos seus hábitos para não ter que pagar mais caro pela conta. “O uso da energia deverá se concentrar no horário alternativo, de modo que o consumidor deverá ficar atento as informações de demanda de energia de sua região, e controlar o uso em sua residência, ou então correrá o risco de pagar a mais na sua conta”, ressalta. “Portanto, só há economia na fatura para os que consomem mais energia nos horários alternativos, e que consigam diminuir o consumo nos demais horários”, destaca o economista.