Cidades

Homem que matou capitão da PM em AL é condenado a 17 anos de prisão

Decisão foi proferida pelo magistrado Anderson Santos dos Passos

Por Tribuna Hoje com assessoria TJ/AL 05/12/2017 00h40
Homem que matou capitão da PM em AL é condenado a 17 anos de prisão
Reprodução - Foto: Assessoria
No final da noite desta segunda-feira (4), o júri condenou Agnaldo Lopes de Vasconcelos a 17 anos de prisão pela morte do capitão da Polícia Militar Rodrigo Rodrigues durante uma abordagem no conjunto Santa Amélia, em Maceió. A decisão foi proferida pelo magistrado Anderson Santos dos Passos e determina que Agnaldo Lopes foi condenado a 14 anos e três meses pelo crime de homicídio e três anos por posse de arma sem autorização. O julgamento A 9ª Vara Criminal de Maceió iniciou, na manhã desta segunda-feira, o júri popular do réu Agnaldo Lopes de Vasconcelos, acusado de homicídio contra o capitão da Polícia Militar Rodrigo Moreira Rodrigues. O magistrado Anderson Santos dos Passos conduziu a sessão. “Temos cinco testemunhas, uma declarante e o próprio réu. Pela experiência que eu tenho, com essa quantidade de pessoas, nós conseguimos terminar hoje. Mas deve se alongar um pouco, porque é um processo em que há muitas questões a serem esclarecidas”, estimou Anderson Passos. A defesa indicou apenas uma testemunha, os demais a serem ouvidos foram convocados pelo Ministério Público Estadual (MP). Após os depoimentos, foram  realizados os debates entre acusação de defesa. A primeira testemunha começou a ser ouvida às 10h. O advogado Welton Roberto, assistente de acusação, afirmou que o réu sustentava uma “versão fantasiosa” de legítima defesa. “Nós temos demonstrações claras [da] farsa que ele tentou montar posteriormente ao fato que ele cometeu, ligando às 10h23 para o Copom (Central de Operações Policias Militares), quando ele já havia assassinado o capitão Rodrigues às 9h23”. “Ele assassinou um policial militar em serviço e por isso deve ser condenado a uma pena de 12 a 30 anos. Não havia nenhuma situação em que ele se sentiu, ou estava, em uma situação de ser agredido. O capitão havia subido ao muro para saber o que estava acontecendo dentro da casa, já que ele se encontrava em uma perseguição a uma pessoa que havia assaltado, à mão armada, um cidadão”, argumentou Welton Roberto. A defesa ressaltou que eram 22h de um sábado e que o réu não tinha conhecimento de que se tratava de uma abordagem policial, mas pensava ser um assalto, já que, supostamente, o capitão Rodrigues teria se apresentado primeiro como vigilante do condomínio, apesar de não haver esse tipo de funcionário no local, o que era sabido pelo réu. O giroflex e a sirene estariam desligados na ocasião. O capitão Rodrigues morreu após ser atingido por disparos de arma de fogo quando subiu o muro para olhar dentro de uma casa onde poderia estar um celular roubado naquele dia, em 9 de abril de 2016. O rastreamento indicava que o aparelho estava na área, mas posteriormente foi constatado que o celular estava, na realidade, em uma casa próxima. A vítima do assalto do celular, Felipe Rangel Jucá, afirmou ter certeza que o giroflex da viatura estava ligado. Relatou que o vizinho avisou que era a Polícia e que Agnaldo poderia abrir a porta. Disse que o capitão se identificou como Polícia desde o início, tendo proferido as palavras “abre a porta, porra, é a polícia”. Ainda segundo Felipe, o réu disse que abriria a porta, mas deu a entender que o portão estava quebrado, e não abriu. O cabo da PM Ângelo Máximo Dourado Barbosa, entretanto, negou o uso do palavrão ou a ocorrência de qualquer truculência. “A guarnição da rádio patrulha não trabalha dessa forma”, disse.