Nesta quinta-feira (2) é celebrado o Dia de Finados em todo o Brasil. Nesta data, é comum que muitas pessoas façam visitas aos cemitérios para prestarem homenagens aos familiares e amigos que já morreram. Só na capital alagoana, a expectativa é que cerca de 12 mil pessoas passem pelos cemitérios públicos.

Durante todo o dia milhares de alagoanos devem comparecer as covas, catacumbas e mausoléus. Em Maceió, os oito cemitérios públicos estarão com uma programação religiosa com mais de 18 celebrações para receber os visitantes que irão fazer as homenagens aos seus entes queridos.

A Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs) realizou o cadastro para ordenamento dos ambulantes e a Assistência Social (Semas) também alinhou ações para coibir a presença de crianças na comercialização de produtos ou limpeza de mausoléus nos cemitérios. O trabalho conjunto foi planejado, contanto com a participação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Semds), e das duas secretarias.

Nessa quarta-feira (1º), já tinha muitos ambulantes comercializando flores (artificiais e naturais), arranjos, velas, terços e corroas de flores nas portas dos cemitérios públicos de Maceió.

Maria de Fátima disse que começou a comercializar logo cedo. “Comecei logo hoje [quarta, 1]. Tenho flores artificiais e naturais, arranjos, coroas de flores e velas. Os valores estão bem acessíveis, porque se não o povo não compra. Meus produtos estão entre R$ 3 e R$ 20. A procura este ano está bem pouco. Ano passado eu vendi mais. Espero que amanhã [nesta quinta] melhore”, comentou a ambulante.

A dona de casa Maria Célia da Silva se antecipou e foi até o cemitério São José, no Bairro do Trapiche na véspera do Dia de Finados para iniciar suas homenagens aos parentes falecidos e aproveitou para pesquisar os valores dos produtos da época. “Na verdade eu sempre venho no dia mesmo. Mas, hoje [quarta], vim para fazer limpeza na catacumba para ficar tudo limpo. Eu venho todos os anos porque é uma tradição. Faço minhas orações, lembro-me dos momentos de quando eles estavam aqui conosco”, contou Célia.

PROGRAMAÇÃO

Em relação às celebrações religiosas, os cemitérios estão programados da seguinte forma:

No Cemitério Santa Luzia, em Riacho Doce, não terá programação religiosa no Dia de Finados.

Celebrações acontecem também em cemitérios particulares. As missas serão celebradas no Parque das Flores, Tabuleiro do Martins, às 10h e às 16h, e no Campo Santo Parque Maceió, no bairro Benedito Bentes, às 10h e às 16h.

HISTÓRIA

No início da história da Igreja, os cristãos rejeitavam totalmente a ideia de relacionamento com mortos. Nessa época, o pensamento predominante era o de que as almas simplesmente ficariam adormecidas até o momento do julgamento final. Mas, ao mesmo tempo em que o cristianismo era difundido pela Europa, acabava anexando elementos de outras culturas. Acredita-se que a tradição do Dia de Finados tenha surgido a partir dos celtas, povos que acreditavam na vida após a morte e separavam uma data anual para homenagear e evocar os mortos. A partir do século V, a Igreja destinou uma data específica para isso.

Mas o grande responsável pela popularização do costume de orar pelos entes que já se foram foi o monge beneditino Odilo de Cluny, o qual determinou no ano de 998 que todos os membros de sua abadia fizessem preces por essas pessoas. Nascida na França, a tradição acabou se propagando por toda a Europa, até que o Dia de Finados foi oficializado durante o século XI, por meio dos papas Silvestre II, João XVIII e Leão IX. Já a data (dia 2 de novembro) foi estabelecida mais tarde, no século XIII.

No Brasil, o Dia de Finados é uma data triste, afinal as pessoas lembram de seus entes e sentem saudades. Já no México, é tudo diferente! Os mexicanos realizam festas com muitos banquetes, pois acreditam que nesse dia as almas das pessoas voltam para fazer uma visita a seus familiares e amigos.