Cidades

Ato público no Centro chama população para o debate contra as reformas

Presidente do Sinpro-AL destaca as perdas na área da educação

Por Thayanne Magalhães 27/10/2017 11h26
Ato público no Centro chama população para o debate contra as reformas
Reprodução - Foto: Assessoria

Um ato público realizado desde a manhã desta sexta-feira (27), no calçadão do Centro de Maceió, une diversos sindicatos e centrais sindicais na luta contra as reformas do governo Michel Temer (PMDB).

Entre as pautas está o debate contra a reforma da Previdência, Trabalhista e a terceirização irrestrita que atingem em cheio o setor educacional e a sala de aula.

O presidente do Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro-AL), Eduardo Vasconcelos, destacou com preocupação a questão da reforma do Ensino Médio. “Nós estamos aqui para tentar alertar a população, que ainda não sentiu os danos que as reformas do governo Michel Temer devem causar. Só então irão se mobilizar”, opinou.

Vasconcelos falou ainda sobre a “desprofissionalização” do professor. “Agora é possível lecionar apenas com o ‘notório saber’, sem licenciatura. As matérias de Filosofia e Sociologia foram excluídas da grade curricular e o que o governo pretende a construir uma sociedade sem desenvolvimento intelectual, diminuindo as entradas nos mestrados e doutorados. O que estamos testemunhando é a mercantilização da educação”, afirma.

Eduardo Vasconcelos lembra que a Medida Provisória 746 (Reforma do Ensino Médio) rebaixa a formação dos professores, destrói as licenciaturas e compromete a qualidade do ensino. O movimento da Escola Sem Partido ameaça a liberdade de cátedra e os projetos pedagógicos críticos e democráticos. "Já a suspensão da Súmula 277 do Tribunal Superior do Trabalho acaba com a ultratividade das normas coletivas, retirando os direitos dos professores, conquistados ao longo de décadas com muitas lutas", destaca. 

O presidente do Sinpro-AL falou ainda sobre a perda dos direitos trabalhistas com a reforma. “Esta já vem tendo a sua constitucionalidade questionada, por se tratar de um projeto de lei. Queremos a saída desse governo que representa o capital, que vem tirando os direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora”.

A manifestação deve continuar durante todo o dia. 

SINTEAL

Para Consuelo Correia, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), não há o que comemorar no Dia dos Servidores Públicos (28) por causa do “desmonte passa o país, promovido por esse governo golpista, ilegítimo”.

“O desenho que está posto para nós em 2018, devido a diminuição de recursos, é muito pior que 2017. Nós já sentimos hoje a miserabilidade que está sendo estabelecido em nosso país pelo corte de verbas em políticas públicas, e em educação não está sendo diferente. Mais de R$ 4 bilhões foram diminuídos do orçamento da educação”, completa  presidente do Sinteal.

Consuelo também faz referência a uma pesquisa recém-divulgada pelo Ministério da Educação (MEC) sobre a capacidade de leitura e interpretação de texto das crianças brasileiras. Segundo o levantamento, em Alagoas somente 1,68% das crianças possuem essas habilidades.

“Infelizmente, não é novidade para nós aqui no estado. E justamente por essa demanda e esses retrocessos, somos contra as reformas trabalhista e previdenciária neste dia de luta em que todo o país para”, diz a líder sindical.

Ela também enfatiza que no próximo dia 10 de novembro haverá greve geral no Brasil.

“Não dá para nós sustentarmos um governo ilegítimo e que no Congresso realiza acordos fisiológicos, comprando parlamentares para permanecer na Presidência da República”, comenta Consuelo Correia.

Consuelo Correia, presidente do Sinteal, estca greve geral no país no próximo dia 10 de novembro (Foto: Sandro Lima)

Criminosos armados invadiram duas residências durante a madrugada desta sexta-feira (27), e assassinaram três pessoas durante a ação criminosa. As casas invadidas estão localizadas na Avenida Gama Lins, no bairro Cidade Universitária.

De acordo com as informações da polícia, foram executados José Fernando dos Santos, de 57 anos, e uma mulher identificada apenas como Ingrid, e Jeferson Fernando Freire, de 22 anos. Este último foi baleado e chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu.

Jeferson Freire, ainda de acordo com a polícia, tem passagem pela polícia por acusações de envolvimento com tráfico de drogas e homicídios.

Testemunhas teriam informado aos militares do 8º Batalhão, que atenderam a ocorrência, que pelo menos cinco criminosos encapuzados participaram do crime. O veículo usado pelo bando não foi reconhecido.

Agentes do Instituto Médico Legal (IML) e peritos do Instituto de Criminalística (IC) foram acionados para realizar a perícia no local do crime e recolher os corpos. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios.