Cidades

Aumentam registros de focos de incêndios em Alagoas

Segundo Inpe, foram registrados 93 focos de janeiro a agosto deste ano contra 77 no mesmo período de 2016

Por Tribuna Independente 14/09/2017 11h22
Aumentam registros de focos de incêndios em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria

Alagoas registrou um aumento nos números de focos ativos de incêndios em áreas de vegetação. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),  foram registrados 93 focos de queimadas de janeiro a agosto deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado foram 77 registros.

Apesar do número e se for mantido ritmo até dezembro, o ano pode fechar em baixa com relação a 2016, visto que aquele ano foi fechado com um índice de 400 focos.

CAATINGA

No último dia quatro, técnicos da Assessoria de Geoprocessamento do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) participam do III Encontro de Geografia do Sertão Alagoano (III EGSA) e apresentaram estudo sobre o monitoramento de focos de queimadas no bioma caatinga.

O estudo intitulado como “O Monitoramento Ambiental de Focos de Queimadas no Bioma Caatinga no Estado de Alagoas para os Anos de 2006 e 2016” tem como objetivo alertar à sociedade sobre os problemas ambientais que se relacionam com a problemática das queimadas. Especificamente no semiárido alagoano, problemas como o lançamento de dióxido de carbono na atmosfera, a destruição de habitats naturais de várias espécies da flora e fauna, a erosão e perda de absorção dos solos e o dano às infraestruturas necessárias ao homem fazem parte do estudo realizado pelo setor.

Segundo Daniel Conceição, assessor de Geoprocessamento do IMA/AL, os focos de queimadas no bioma Caatinga foram registrados em todos os meses do ano. “Por meio deste trabalho, não podemos afirmar com toda certeza se os anos que tiveram secas apresentaram maior número de focos. Porém, os anos de 2010 a 2016 foram anos de baixa precipitação em relação à média histórica anual, o que contribuiu para o aumento na ocorrência de focos no ano de 2016”, explica.

Segundo o IMA/AL, o monitoramento foi feito em 44 municípios. Em 2006, no total foram 400 focos e em 2016 o número subiu para 522. Tanto no ano de 2006 quanto em 2016 o município de Traipu registrou a maior incidência de focos.

“O estudo faz uso de alta tecnologia, baseado em dados de imagens de satélites, e mostra que houve um aumento de 30,5% nos focos de queimadas no intervalo de tempo analisado, passando de 400 para 522 eventos registrados tanto em áreas agrícolas quanto em áreas vegetadas”, explica Daniel.

 Em relação a essas ocorrências, nos fragmentos de vegetação nativos, o aumento de focos de queimadas é considerado alto, uma vez que correspondem a mais de 210%, o que tem mostrado que as atividades antrópicas não têm poupado os poucos remanescentes vegetacionais da Caatinga alagoana.

A Assessoria de Geoprocessamento do IMA/AL realiza para todo o Estado e disponibiliza semanalmente através do site do órgão um relatório com os focos de incêndio como parte das atividades desenvolvidas cotidianamente.

Focos ocorrem no manejo de pastagens

Segundo os técnicos que realizaram o estudo de focos no bioma Caatinga, a maioria ocorre durante o manejo de pastagens para rebanho. Ainda de acordo com o IMA/AL, alguns dos focos não foram controlados.

“Possivelmente não foram controlados. A competência de controlar uma queimada é do responsável pela queima e o combate ao incêndio é de competência do Corpo de Bombeiros. O IMA/AL apenas identifica o fato ocorrido”, ressalta Daniel Conceição.

O órgão explica que o trabalho é realizado por meio de imagens de satélite que identificam o calor em determinada área exposta, não sendo possível verificar a extensão das queimadas. A identificação da extensão dos danos é de responsabilidade da Gerência de Monitoramento e Fiscalização.

De acordo com a Gerência de Fauna, Flora e Unidades de Conservação do IMA/AL, através do monitoramento é possível verificar o total de área queimada e qual tipo de vegetação foi atingida. “No local as assessoras poderão identificar os responsáveis, aplicar as medidas legais para a infração, ocasionando multa em caso de flagrante”, explicou.

Segundo o IMA/AL, os danos que as queimadas e incêndios podem promover ao meio ambiente são aumento da liberação de dióxido de carbono na atmosfera, destruição de habitats naturais, erosão e perda da absorção do solo, redução de espécies da fauna e flora e dano as infra-estruturas, como redes elétricas e estradas.