Cidades

Juíza ministra palestra sobre violência doméstica para alunos da rede pública

Ação do PCJE reuniu cerca de 200 jovens da Escola Municipal Antídio Vieira na quarta-feira (23)

Por Esmal / TJ-AL 24/08/2017 20h11
Juíza ministra palestra sobre violência doméstica para alunos da rede pública
Reprodução - Foto: Assessoria

Três em cada 10 mulheres nordestinas sofreram pelo menos um episódio de violência doméstica ao longo da vida. Os dados são do relatório da pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar, idealizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), no ano de 2016. Com o intuito de enfrentar esse cenário, o tema foi discutido na palestra ministrada pela juíza Carolina Valões, nesta quarta-feira (23), na Escola Municipal Antídio Vieira, localizada no bairro do Trapiche da Barra.

Cerca de 200 alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental participaram do debate promovido pelo Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), eixo de atividades da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal). Durante a palestra, os jovens foram instruídos pela magistrada Carolina Valões sobre as diferenças entre violência psicológica, verbal e física.

“A importância de falarmos sobre a violência doméstica aos alunos da rede pública reside, primordialmente, em esclarecer as diversas formas de violência constantes da Lei Maria da Penha e o que podemos fazer para rompermos esse ciclo de agressão”, afirmou a juíza.

Os dados que integram a pesquisa feita pela UFC em todas as capitais nordestinas revelam 55,2% das mães que sofreram agressões físicas afirmaram que os filhos testemunharam o episódio ao menos uma vez.

“Nem toda a mulher tem coragem de denunciar o agressor porque tem medo que aconteça algo pior. Eu, por exemplo, sou pequeno e não conseguiria defender a minha mãe se ela fosse agredida fisicamente. Mas aprendi que posso procurar ajuda para que isso não aconteça”, contou o jovem Luiz Fernandson Rocha, de 16 anos.

Visando promover o diálogo com os estudantes das escolas públicas do estado, os jovens tiveram a oportunidade de fazer perguntas, conversar com os servidores do PCJE e receber orientações da juíza sobre como se comportar diante de situações violentas e hostis dentro de casa.

“Percebemos que muitos alunos presenciam situações de violência em casa e não tem coragem para conversar com conselheiros tutelares ou com professores. Na atividade de hoje, eles se sentiram confortáveis para contar sobre experiências violentas no ambiente familiar para a juíza Carolina Valões”, ressaltou a servidora do PCJE Ana Valéria Moura Pitta.