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Em Maceió, chuvas causam transtornos e prejudicam serviços de tapa-buraco

Prefeitura diz que operação tem sido afetada de forma significativa pelas precipitações iniciadas no final de maio

Por Tribuna Independente 22/07/2017 10h57
Em Maceió, chuvas causam transtornos e prejudicam serviços de tapa-buraco
Reprodução - Foto: Assessoria

Desde abril, início da quadra chuvosa, Maceió tem enfrentado transtornos a exemplo dos buracos nas vias. Segundo a Prefeitura de Maceió são mais de dois meses de chuvas ininterruptas, o que tem prejudicado o trabalho da operação tapa-buraco.  Até agora, o volume de chuvas chegou a 1767 mm, algo que não se via há 10 anos na cidade.

Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Semds), o volume ultrapassou a média história de 1.256 mm. O balanço sobre a pluviometria, cujas informações são da Defesa Civil da capital, mostram que entre abril e julho, o volume foi 40,7% maior que o esperado.

Os primeiros 20 dias de julho já bateram a marca esperada para o mês inteiro, segundo a Defesa Civil Municipal.

“Em julho, o quantitativo de chuva registrado já ultrapassou o volume esperado para todo o mês. Até esta sexta-feira (21), as precipitações chegaram a 271,2 mm.

Sobre as localidades onde mais choveu, a Defesa Civil aponta o bairro Antares, com 287 mm. “Com o volume de chuva, a Defesa Civil já notificou mais de 800 ocorrências, entre desabamento de imóveis e casas com a estrutura comprometida, deslizamentos de barreiras e ameaças, além de quedas de árvores. Neste ano, houve também o registro de oito óbitos, sendo sete corpos encontrados e um desaparecido após o deslizamento de uma barreira”, diz o órgão.

Manta asfáltica para corrigir defeitos não tem efeito esperado

Segundo a Prefeitura de Maceió, as chuvas têm atrapalhado os serviços. A manta asfáltica utilizada para corrigir os defeitos nas vias não tem o efeito esperado, sendo desperdiçada quando aplicada no período chuvoso.

“Executar ações de tapa buraco em período de chuva é serviço perdido, porque o asfalto, tecnicamente chamado de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), perde a temperatura mais rapidamente quando muito exposto a chuva, perdendo qualidade”, explicou a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom).

De acordo com o Prefeito Rui Palmeira, cerca de R$ 1 milhão em recursos próprios foi aplicado desde maio, quando as chuvas se intensificaram.

Segundo a Prefeitura, manta asfáltica é desperdiçada quando aplicada em período chuvoso porque perde qualidade (Foto: Ascom / Seminfra)

“Estamos diariamente nas ruas, e temos 12 equipes espalhadas pela cidade trabalhando para minimizar os efeitos das chuvas na nossa malha asfáltica. Desde o início dos serviços em maio, já foram usadas 3.400 toneladas de massa asfáltica e quase R$ 1 milhão em recursos próprios na recuperação de vias de Maceió”, afirmou Palmeira.

Na Rua Ariosvaldo Pereira Cintra, no bairro da Gruta, vários cruzamentos apresentam buracos que têm incomodado a população. O motorista Luciano da Silva Félix passa uma vez por dia, de segunda a sábado pelo trajeto para fazer entregas de comidas típicas em padaria e supermercados da região. Segundo Luciano, os buracos já fazem parte de seu itinerário.

“Maceió está repleta de buracos. “Não tem uma via que passo assim pra dizer ‘está perfeita’. Haja suspensão para o carro”, reclama.

Num dos cruzamentos, o vendedor de macaxeira Adilson Henrique da Silva, conta que já presenciou muitos acidentes por conta de dois buracos no local. Segundo ele, ao reduzirem a velocidade para desviar, os motoristas que vem atrás acabam colidindo com o veículo da frente.

“Tem uns quatro meses que esse buraco se formou e já vi uns 10 acidentes. Você vai reduzir, o outro vem atrás e bate. Eles fizeram o serviço, mas depois de um mês, com a chuva, largou tudo, como se fosse areia. Se solta tudo. Foi feito uma vez e agora voltou pior do que estava antes”, detalha. 

O secretário de infraestrutura de Maceió, Ib Brêda explica que as vias têm sido seriamente prejudicadas pelas chuvas. A previsão é que o trabalho possa ser feito de forma adequada nos próximos meses.

“Os trabalhos de recuperação de vias só poderão ser feitos de forma definitiva em setembro, quando esta quadra chuvosa, que é com certeza uma das mais longas que já vivenciamos, terá terminado. Temos muitas ruas e avenidas com asfalto antigo, que precisa ser removido para em seguida ser implantada uma nova malha asfáltica”, explicou Ib Brêda, titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra).