Cidades

Pais falam da dificuldade do diagnóstico perceptivo da criança

Falta de informação e preconceito são apontados como obstáculos para descobrir problema e iniciar tratamento

Por Tribuna Independente 15/07/2017 10h57
Pais falam da dificuldade do diagnóstico perceptivo da criança
Reprodução - Foto: Assessoria

Sobe, desce, pula e é assim o dia inteiro. Com baixo rendimento escolar a criança parece que foi ‘ligada na tomada’, não para e deixa os pais à beira de um ataque de nervos. O quadro é cada vez mais comum e tem nome: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH.

O TDAH é uma limitação que aparece na infância e é geralmente detectada em fase escolar. Mas muito antes disso é possível perceber um comportamento diferenciado na criança, que além de muita energia, não consegue se concentrar por muito tempo ou realiza inúmeras tarefas sem concluir.

O grande problema nos casos é a dificuldade em fechar o diagnóstico, que precisa de equipe multidisciplinar que envolva suporte pedagógico, psicológico e neurológico, além do apoio inicial da família e professores.

A professora Midiã de Oliveira, mãe de Luís Gabriel de 9 anos, demorou a encontrar uma conclusão para as dificuldades com o filho. Após passar por psiquiatras, neurologistas, psicólogos e duas escolas, ela explica que ele foi diagnosticado com TDAH há um ano. “Ele não se concentrava e tirava nota baixa. Com cinco anos, ele sabia ler tudo. Em termos de cognição saía na frente em relação aos colegas. Mas em termos de comportamento, de manter a rotinam, de sentar e ficar quieto, não dava. a professora não conseguia. Reclamavam muito dele”, relata Midiã.

A mãe diz que dos cinco anos, quando começou a estudar, aos oito, quando foi diagnosticado, o menino enfrentou dificuldades no ambiente escolar. O diagnóstico veio num misto de satisfação, por enfim saber o que o filho tinha, e medo, por não aceitar o problema.

“Ao mesmo tempo em que foi um alívio, porque todo mundo ia ter um olhar diferenciado para cuidar do Gabriel, foi um choque, porque eu percebi que meu filho ia ter dificuldades de conviver num mundo como o nosso. Principalmente na escola, que tem todo aquele ambiente tradicional de ensino com a criança sentada, focada na professora. Minha preocupação era: Meu filho é diferente num mundo que não sabe absorver as diferenças”.

A escola, segundo ela, teve papel fundamental, pois conseguiu identificar um problema que nem ela como mãe conseguiu. “Na nova escola me disseram que era diferente, que ele não conseguia seguir as rotinas. Com relação a registro, focar nas situações ele se retrai, porque não consegue participar da mesma forma que as outras crianças participam. Elas [direção] chamaram, a gente conversou, viu o que tava dando errado, começou a procurar médico e aí a médica diagnosticou”, explica.

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