Cidades

Alagoanos usam aplicativo para denunciar animais silvestres em cativeiro

Em menos de um dia de ação, fiscais do órgão ambiental encontraram 52 aves, em três municípios

12/07/2017 18h50
Alagoanos usam aplicativo para denunciar animais silvestres em cativeiro
Reprodução - Foto: Assessoria

A população alagoana tem colaborado com as equipes de Fiscalização e de Gestão de Fauna do Instituto do Meio Ambiente (IMA). Entre os meses de outubro de 2015 e junho de 2017 foram recebidas 184 denúncias que tratam especificamente do comércio, abusos e maus tratos a animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Na terça-feira (11), durante mais uma operação motivada por denúncias realizadas pelo aplicativo IMA Denuncie, foram resgatadas 52 aves. Todas mantidas em residências localizadas nos municípios de Boca da Mata, Barra de São Miguel e São Miguel dos Campos.

A ação contou com o apoio do Batalhão de Polícia Ambiental, mas a população colaborou e entregou os animais de modo voluntário.

Todas as aves foram enviadas ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), coordenado, em Alagoas, pela equipe do IMA e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

As aves passarão por avaliação e recuperação, em caso de necessidade de tratamento. Em seguida serão anilhadas, para posterior soltura na natureza.

Segundo Gabriela Gama, bióloga da equipe de Gestão de Fauna do IMA, não é possível regularizar animais silvestres adquiridos de modo irregular, comprados em feiras livres ou capturados na natureza. “A pessoa que quer criar um animal silvestre deve fazer o cadastro e adquirir de criadouros autorizados”, comentou.

Ela explica que as pessoas que realizam a entrega voluntária dos animais ao Cetas ou à equipe de fiscalização ficam isentas de receber penalidades administrativas ou criminais, em caso de ação realizada pelo BPA. Como a população realizou a entrega voluntária, a equipe não efetuou autuações.

A bióloga lembra ainda que adquirir animais em feiras é o mesmo que alimentar o tráfico de animais silvestres. A multa para que for flagrado cometendo esse tipo de infração pode variar de R$ 500 a R$ 5 mil, conforme as especificidades do animal, como estar ameaçado de extinção, por exemplo.

Entretanto, o chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé e Fernão Velho, Marco Diniz, lembra ainda que os valores dobram em caso da apreensão ou flagrante dentro de uma Unidade de Conservação. As multas passam a variar entre R$ 1 mil a R$ 10 mil por animal.

O aplicativo IMA Denuncie está disponível para Smartphones, nos sistemas Android e iOS.