Cidades

Novas precipitações causam estragos em AL

Segundo a Semarh, volume este mês foi de 500mm, quando o esperado era de 360mm; deve chover ainda até domingo no Estado

Por Daniele Soares / Tribuna Independente 01/07/2017 08h52
Novas precipitações causam estragos em AL
Reprodução - Foto: Assessoria

Novas precipitações voltaram a cair na última quarta-feira (28), causando mais prejuízos a famílias na capital e interior. De acordo com a Sala de Alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), a previsão do tempo para o final de semana ainda é de muita chuva, pelo menos até domingo (2). Atenção segue voltada para as regiões do Litoral e Zona da Mata

O meteorologista da (Semarh), Vinícius Pinho, informa que apenas em junho já choveu o equivalente a mais de 500 milímetros, quando o esperado era aproximadamente 360mm de chuva.

Vinícius ainda afirma que o tempo continua instável. “Com chuva principalmente no Litoral, Zona da Mata e Baixo São Francisco - regiões que seguem em alerta, com possibilidade de pancadas mais fortes. A tendência é que as chuvas só diminuam a partir de domingo. Porém, com tempo ainda encoberto”, conclui o especialista.

ESTRAGOS

Conforme a Defesa Civil de Maceió, de quarta-feira até sexta-feira, foram registradas 51 ocorrências. Entre elas: 21 deslizamentos de barreiras; 11 quedas de árvore; 11 ameaças de desabamentos de barreiras; seis desabamentos de edificações; quatro ameaças de deslizamentos e uma inundação.

De acordo com o major Moisés Melo, coordenador estadual de Defesa Civil, o alto número de deslizamentos ocorre por causa dos solos encharcados por conta das chuvas que não cessam. “Recebemos ocorrências de deslizamento de Maceió e mais três municípios do interior. São eles: Jequiá da Praia, Maragogi e São Luíz do Quitunde, que infelizmente houve a morte de uma idosa por soterramento. Continuamos em alerta para qualquer chamado”, ressaltou o coordenador.

Já a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil continua alerta para novas ocorrências, acrescenta o major.

Ainda na capital, um deslizamento de barreira entre as localidades de Goiabeira e Sururu de Capote, próximo ao bairro Fernão Velho, provocou a suspensão das viagens do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

De acordo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), as fortes chuvas têm atrapalhado a limpeza da ferrovia e o restabelecimento das operações somente deverá acontecer quando o local atingido estiver oferecendo segurança para o tráfego dos VLT’s.

MURILÓPOLIS

“Cratera é tragédia anunciada”, afirma morador

A erosão de uma barreira situada às margens de um trecho da Avenida Nelson Marinho, principal via do Loteamento Murilópolis, na Serraria, avançou ainda mais após as fortes chuvas que caem em desde a última quarta-feira. O problema, divulgado pela Tribuna Independente na edição 10 e 11 de junho deste ano, vem se agravando e oferece riscos eminente de uma tragédia de grandes proporções.

A calçada, que já estava interditada, agora foi completamente destruída. Na tarde de sexta-feira, placas para contenção foram colocadas a fim de diminuir os riscos de acidente, até que o problema seja resolvido. A via no sentido Gruta-Serraria também foi interditada.

Porém, de acordo com o comerciante Edivaldo Marinho, essa erosão foi causada por um problema antigo. “Isso é uma tragédia anunciada. Todos aqui sabem que esse problema existe faz tempo. Há cerca de 1 ano, a bueira desse córrego entupiu. Desde então, sempre que tem fortes chuvas, esse canal que passa por baixo de nossas casas transborda, deixando-as inundadas”, afirmou o comerciante.

 Ele ainda enfatiza: “Tenho certeza que essa tragédia foi causada pelo volume de água que não escoa livremente devido a esse entupimento. A pressão da água que fez o muro e a barreira quebrar, consequentemente, a calçada não aguentou e foi junto, mas esse problema já existe há cerca de três meses”.

Segundo Diógenes Lins, líder da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Novo Mundo (Amabnm), o problema não se limita somente à quebra da barreira e da calçada, gerando a erosão na margem da pista. Porém, moradores da Grota Pica Pau, ainda no Novo Mundo, sofrem com deslizamentos e com a quantidade de água que escoa pelo córrego.

“Estamos fazendo o levantamento de famílias que de alguma forma foram atingidas pelas chuvas durante esse mês. Muitas casas foram inundadas e houve também muitos deslizamentos. Precisamos que os órgãos competentes se preocupem realmente com essas famílias que moram nas encostas e às margens do córrego”, disse o líder da associação.

Hermínio dos Santos, morador da Grota do Pica Pau, foi uma das vítimas dessas fortes chuvas. No início do mês de junho, ocorreu um deslizamento que deixou que derrubou o muro do quintal da casa dele.

“A chuva estava muito forte. Moro ao lado de uma encosta. Foi uma surpresa muito grande. Estava em casa com minha esposa e minha filha quando de repente ouvi o barulho no quintal. Quando fui olhar, era a barreira que deslizou e derrubou meu muro”, comentou.

De acordo com Hermínio, ele continua morando na residência porque não tem para onde ir. “A gente continua em casa. A Defesa Civil foi lá fazer a vistoria e até ofereceu o aluguel social pra gente. Disseram que se a gente quiser eles ‘bancam’ por três meses. Mas não tem condições de alugar uma casa somente com R$ 250 por mês. E depois desses tempo, como é que a gente fica?”, questionou o morador prejudicado.

Conforme a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), o auxílio moradia é destinado à famílias de baixa renda, que por motivos de calamidade encontram-se desalojadas. O pagamento do auxílio tem a duração de 6 meses, podendo ser prorrogado por mais 6 meses.

“A depender do caso, a família é encaminhada ao Ministério Público e por meio de ordem judicial continua a receber o auxílio até ter o problema sanado”, esclarece.

 Há o acompanhamento da família e avaliação da calamidade. Essa ação permite que seja analisada a possibilidade de a família ser cadastrada em outros programas sociais, como o Programa de habitação Popular