Cidades

Correios fechará três agências em Alagoas ainda neste ano

Unidades em Maceió, Campo Alegre e Coruripe encerrarão atividades; corte nacional poderá afetar outros municípios

Por Tribuna Independente 23/06/2017 08h31
Correios fechará três agências em Alagoas ainda neste ano
Reprodução - Foto: Assessoria

As Agências dos Correios Filatélica, no centro de Maceió, Luziápolis, em Campo Alegre, e Pindorama, em Coruripe, terão as atividades encerradas ainda este ano. A informação é da Gerência dos Correios em Alagoas, que analisa ainda o fechamento de mais unidades, ainda sem data prevista.

O fechamento das agências nos povoados de Luziápolis e Pindorama ocorrerão no dia 1º de outubro. Já a agência Filatélica, em anexo à agência Central de Maceió, terá as atividades encerradas no mês seguinte, no dia 1º de novembro.

Os cortes fazem parte do chamado ‘Plano de Otimização’ da Empresa Brasileira de Correios e Telegráfos (ECT), anunciado em fevereiro deste ano. A fusão de agências visa o controle de gastos, uma vez que a estatal passa por crise financeira. Em dois anos consecutivos registrou prejuízo de R$ 4 bilhões.

A previsão inicial é de fechamento de 250 agências em todo o país. Alguns estados como São Paulo, Bahia e Maranhão, por exemplo, já tiveram agências fechadas.

A segunda etapa do processo de contingência da empresa poderá afetar outros municípios alagoanos. No entanto, segundo as informações apuradas, ainda não há definição do período em que isto ocorrerá.

“Em relação à segunda fase do Plano de Otimização, que atinge cidades com mais de 50 mil habitantes, também deverá ser aplicado em Alagoas, porém não há data determinada para tal procedimento”, explicou o órgão por meio de assessoria de comunicação.

Segundo os Correios, o atendimento prestado à população não será afetado, pois haverá remanejamento dos serviços para as unidades centrais de cada município. Além disso, o órgão tentará manter o atendimento por meio de acordo com as prefeituras.

“Uma alternativa trabalhada pelos Correios é a realização de Acordos de Cooperação Técnica com as prefeituras das cidades para suprir a ausência dos serviços postais nos povoados e distritos afetados pelo Plano de Otimização da Rede de Atendimento.”

Os funcionários da empresa, que trabalham atualmente nas três agências, serão remanejados, garante o órgão.

“Quanto aos empregados que atualmente trabalham nas agências que terão seus serviços descontinuados, a empresa irá redistribuí-los de acordo com a demanda existente nas agências de Correios de cada região.”

Para sindicato, fechamentos são ruins para imagem da empresa

Para o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect-AL), o fechamento não configura economia real. É o que afirma o  presidente da entidade, Altannes Holanda.

“Sinceramente é um valor tão irrisório. Na agência de Luziápolis há só um atendente comercial, qual a economia que isso vai trazer R$ 1.500, R$ 2.000? Será que o prejuízo para a imagem da empresa deixando de ter serviço lá não é muito maior do que isso?”, questiona o sindicalista.

Altannes Holanda, presidente do Sintect, acredita que população passará por transtornos para realizar serviços (Foto: Sandro Lima)

 

Holanda avalia que os prejuízos serão mais significativos para a população, que terá os serviços prejudicados, principalmente no interior do estado. Ele diz que apesar de remota, existe a possibilidade de funcionários com o fechamento de postos de trabalho.

“Em Maceió a perda não é considerável, pois é o mesmo prédio. O prejuízo mesmo é no interior. No povoado de Luziápolis, por exemplo, a população é maior que no município, Campo Alegre, veja o transtorno para os moradores se deslocarem para postar uma simples carta. A gente sente que a população terá um prejuízo intangível, não dá para medir em números.”, aponta.

Ainda segundo o presidente do Sintect-AL a decisão contraria os princípios do órgão e coloca os trabalhadores em posição desconfortável.

“O que nos deixa preocupados e tristes com isso tudo é porque quando os Correios foram criados, a fundamentação da nossa empresa é o caráter social dela, estar presente em todos os municípios do país, ligando o Brasil de ponta a ponta, mesmo que vá continuar a agência na cidade, mas os povoados são muito grandes e prejudica a população. Enquanto representante dos trabalhadores e também clientes, queremos que a empresa dê mais opções aos clientes e não restrinja”, acrescenta.