Cidades
58% dos professores da educação infantil não têm diploma em AL
Maioria encontra-se na rede privada; para especialistas, falta de formação pode comprometer aprendizagem
O último Censo Escolar realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), referente ao ano de 2016, aponta que 58% dos professores da educação infantil em Alagoas não têm formação superior em Pedagogia. No país, o índice é de 35%.
Para Jailton de Souza, professor-doutor do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas (Cedu/Ufal), a formação em pedagogia é primordial na aprendizagem da criança que está na fase correspondente à primeira infância – de 0 a 6 anos.
“É necessário que o profissional detenha conhecimento para lecionar em sala de aula. Quando o professor não tem formação adequada, ele compromete o processo de aprendizagem da criança, pois, são necessárias técnicas e didáticas específicas para se trabalhar com esse público”, defende o professor Jailton.
Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria dos professores sem formação encontra-se na rede privada, correspondendo a 69,5% de profissionais.
Para Célia Maria, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), um dos motivos para esse alto número é o barateamento de custos.
“O problema de muitas instituições da rede privada é a falta de comprometimento com a qualidade do ensino. Para diminuir os custos na receita, eles contratam profissionais sem a habilidade necessária para lidar com a demanda. Com isso, os resultados podem ser desastrosos, já que a falta de formação pode trazer o retardo na formação pela falta de conhecimento técnico”, analisa Célia Maria.
A vice-presidente lamenta a situação. “Nós acabamos ficando de mãos atadas. Esperamos que essa consciência venha dos próprios pais que, ao matricularem seus filhos, devem antes conhecer o corpo docente da instituição.”
FUNDAMENTO PEDAGÓGICO
A educação infantil corresponde a fase da criança que vai de 0 a 6 anos de idade, considerada como a primeira etapa da formação básica. Esta fase está dividida em creche e pré-escola e o objetivo da modalidade é o desenvolvimento integral da criança, no qual ela ampliará as relações pessoais e interpessoais, além de ter a oportunidade de construir suas habilidades, aprendizagens e visão sobre o mundo.
Segundo a pedagoga Taísa Paulino, a educação infantil trabalha um “mundo de informações” que constrói a base da vida escolar da criança. “O profissional da educação lida com várias culturas em sala de aula. Existe a cultura da escola, cultura do aluno e a própria cultura do profissional. Para saber equilibrar cada uma é preciso uma formação acadêmica específica. É importante salientar que é na primeira infância que se forma a personalidade que carregamos pelo resto de nossas vidas.”
A pedagoga diz que as brincadeiras realizadas não são por acaso. “Todas têm fundamentos pedagógicos que enriquecem o conhecimento da criança, desenvolvem seu cognitivo, trazendo suas experiências vividas também fora dos espaços educacionais. Por isso a importância de trazer Projetos Pedagógicos que venham contribuir com esse ensino e com o cotidiano. E isso somente um profissional competente pode fazer”, defende Taísa Paulino.
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