Cidades

Danos na rede elétrica causados por fogueiras podem gerar notificação

Ocorrência é avaliada e prejuízos por interrupção no fornecimento de energia são cobrados ao responsável

Por Tribuna Independente 20/06/2017 07h47
Danos na rede elétrica causados por fogueiras podem gerar notificação
Reprodução - Foto: Assessoria

O mês de junho é tradicionalmente marcado pelas festividades juninas e o advento dessas comemorações aumenta os riscos e a ocorrência de acidentes e problemas com a rede elétrica e, por este motivo, a população deve estar alerta acerca dos cuidados que devem ser tomados nesta época do ano, a fim de evitar acidentes.

O gerente de segurança da Eletrobras Alagoas, Jorge Rocha, orienta que mantenha uma distância segura da rede de distribuição de energia elétrica, e não se faça fogueira em baixo da rede elétrica. Quando soltar fogos de artifício ficar longe da rede elétrica. Bem como não utilizar as estruturas, como poste, cantoneiras entre outros componentes para amarrar enfeites (bandeirinhas, balões).

Lembra que neste período de junho aumentam as ocorrências de interferências na rede elétrica por conta das fogueiras montadas próximas de fiações de energia. E reforça que qualquer pessoa que ‘corta’ o fornecimento da rede elétrica, de maneira a vir gerar um dano, pode ser responsabilizada e notificada. A Distribuidora frisou ainda que os casos são avaliados e a cobrança pelos prejuízos causados pode ser de origem material, de mão de obra e o lucro cessante.

Jorge Rocha salienta também que existam campanhas de conscientização com ampla divulgação por meio dos meios de comunicação e ações educativas em comunidades, e escolas com orientações para a população quanto às medidas preventivas não somente no período junino, mas em outras épocas do ano.

Sedet intensifica fiscalização e orienta população sobre cuidados

Garantindo a segurança e diversão de todos, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) intensifica a fiscalização e orienta a população sobre os cuidados e procedimentos para a utilização de fogueiras.

De acordo com a Sedet, as fogueiras podem ter até um metro de altura por um metro de diâmetro e largura. Além disso, essas fogueiras devem ser construídas a uma distância mínima dos chamados ‘palhoções’ de aproximadamente 10 metros. Evitando, assim, que as fagulhas atinjam-nos, causando acidentes.

O local escolhido para montagem também requer atenção, a Sedet orienta que as fogueiras não sejam colocadas próximas a casas, árvores, fiação, automóveis e, entre outros, produtos inflamáveis.

Para acender as fogueiras é preciso observar se não há crianças por perto e utilizar gravetos no intuito de estimular a proliferação do fogo, evitando o uso de gasolina, solvente, óleo, querosene, entre outras substâncias inflamáveis.

A Secretaria alerta que as madeiras utilizadas para as fogueiras têm que ter como origem o florestamento, que são as lenhas utilizadas para a venda, a exemplo do Eucalipto, Pínus e Sabiá. A utilização de madeiras provenientes dos manguezais ou da Mata Atlântica é considerada crime ambiental, previsto nos Códigos Municipais e Federais, nas leis respectivas de Nº 4.548/1996 e 9.605/1988.

“Montamos um cronograma especial este mês para orientar e intensificar a fiscalização sobre a padronização das fogueiras. Se for comprovada a comercialização ou utilização dessas madeiras, o responsável pode pegar até cinco anos de reclusão”, explica José Soares, coordenador de Fiscalização da Sedet.

Também não é aconselhável o uso de madeiras provenientes da construção civil, nem de móveis antigos, porque podem conter produtos perfuro-cortantes, como pregos e arames. Bem como podem apresentar verniz e outros produtos tóxicos que, com a queima, liberam substâncias nocivas à saúde.

Dúvidas e denúncias podem ser feitas pelo telefone 3315-4759, ou na própria Sedet, na Av. Governador Afrânio Lages, 297, Farol, de 8h às 14h.

Campanha adverte quanto à mudança de comportamento

Além de muita alegria, arte, diversão e forró, os festejos juninos trazem também muitos danos ambientais por causa das fogueiras. É tradição, ninguém discorda, porém devastadora, e, portanto, precisa ser repensada. Muitas campanhas já foram lançadas nas redes sociais sobre a extinção de fogueiras durante o período de junho na intenção de conscientizar crianças e a sociedade em geral sobre a importância de não acender fogueiras e sim adotar alternativas mais sustentáveis, sem prejuízo à beleza e grandiosidade das festas de São João.

Conscientizar sobre a importância de não acender fogueiras não é uma tarefa fácil, principalmente na região Nordeste, onde essa tradição é muito forte. Então, o que as campanhas ambientalistas pretendem é sensibilizar, quanto aos riscos que essa prática traz não apenas no que diz respeito às ocorrências que danificam a rede elétrica, pavimentação, aos incêndios, poluição do ar, destruição da vegetação, incentivo ao comércio ilegal de madeira, mas diretamente à saúde humana: queimaduras, problemas de respiração, dores de cabeça, irritação nos olhos.

Uma das campanhas que pede pela redução do que é considerado um símbolo junino, foi intitulada “Fogueiras: Apague essa ideia”. O projeto é apresentado para os mais resistentes, com alternativas sustentáveis ou menos danosas, como fogueiras coletivas, entre outras orientações, no sentido de minimizar os problemas decorridos delas. Para a idealizadora e jornalista Alinne Mirelle, esse é um trabalho incipiente de mudança de óptica, sobretudo, de comportamento.

Para ela, quando feito com crianças à probabilidade de êxito é muito grande, devido à sensibilidade, espontaneidade e o poder persuasivo que as tornam multiplicadores eficientes. Consequentemente, transformando-se em cidadãos melhores e mais responsáveis. “Mais que isso: cada vitória nesse processo representa a construção de um novo modo de vida, mais digno, harmônico e humanizado”.

“Seria muito importante sair do mundo virtual e ir a escolas e comunidades trabalhar diretamente na formação de multiplicadores, como já foi feito em 2009 e 2010, pela Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma)”, disse. “Na época, participei do projeto. O tema era “Fogueiras: uma tradição devastadora”, e era feito nas escolas públicas e particulares. O objetivo era conscientizar quanto a não realização de fogueiras voluntariamente, para que não fosse necessária uma lei proibindo, como se já pensava”, contou.

“Infelizmente, quando saímos, todos os projetos foram descontinuados - como é de praxe dos novos gestores. Mas fiquei com essa ideia na cabeça por todos esses anos. Agora a campanha está em novo formato. Espero que a cada ano novas ideias e parcerias sejam agregadas para que nosso material seja aperfeiçoado e viaje o mundo levando essa sensibilização e conscientização”, destacou a incentivadora.