Os atendimentos por acidentes de trânsito no Hospital Geral do Estado (HGE) tiveram queda de 17% entre janeiro e abril deste ano, em relação a 2016. O número de mortos nas rodovias estaduais também apresentou queda, foram 14 óbitos a menos em 2017. No entanto, o quantitativo de acidentes nas rodovias estaduais e federais já chega a 724. 

Dados do HGE apontam que nos quatro primeiros meses deste ano foram 2.879 entradas por acidentes, sendo 46,2% de registros envolvendo acidentes com motos e 32,8% relacionados a colisões.

Uma tendência já observada em 2016, quando 44,8% foram acidentes de moto e 34,8% colisões. No acumulado do ano passado foram 9.405 registros, sendo 3.486 atendimentos na unidade de janeiro a abril.

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas (DER/AL), as rodovias estaduais apresentaram aumento no número de acidentes no comparativo. De janeiro a maio de 2016 foram 290 ocorrências e em 2017 o mesmo período soma 316. O número de vítimas também aumentou, foram 175 no ano passado e 187 este ano.

Apesar dos números o órgão destaca a redução no número de óbitos: foram 44 em 2016 e 30, em 2017. Segundo o DER, ações preventivas servem para melhorar os índices.

“Acredito que a proibição do uso do álcool para direção, com o aumento do número de blitz da Lei Seca, influencia muito na redução do número de óbitos já que, por exemplo, no mês de janeiro de 2016, que é um período de festas, nós tivemos 18 mortes nas rodovias estaduais. Outro ponto que influencia positivamente na redução desses números são as melhores condições das estradas e também as duplicações, que evitam acidentes e reduzem principalmente o número de óbitos”, explica Tasso Maciel Mendonça, chefe do núcleo de estatística do DER/AL.

Nas rodovias federais, os cinco primeiros meses deste ano também apresentaram alta. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que foram 389 vítimas e 41 mortos em 408 acidentes atendidos. No ano passado o número de vítimas foi de 372 incluindo traumas leves e graves, e 42 óbitos. Num total de 387 acidentes reportados pelo órgão.

Segundo a PRF, a principal causa de acidentes por dois anos consecutivos é a falta de atenção dos condutores. Enquanto que no ano passado o motivo foi responsável por 24,5% dos acidentes, este ano o índice já ultrapassa 32%.

Condutores apontam causas para alto número de colisões

O condutor Wagner dos Santos Leite trabalha numa loja de equipamento automotivos em um movimentado cruzamento da Avenida Durval de Góes Monteiro, em Maceió. Ele diz que o local é conhecido por acidentes causados pela falta de atenção dos motoristas.

“Aqui a gente vê muito acidentes, principalmente no cruzamento. Pessoas que passam com o sinal vermelho ou param antes do sinal fechar. Nas ruas aqui perto onde não tem semáforo é que acontecem mais ainda”, afirma.

Para o taxista Antônio Paulino, a dificuldade do trânsito é a disputa entre motos e carros. Ele afirma que os acidentes seriam menores se as motos fossem guiadas com mais cautela.

“Ainda acho o trânsito bom. Se não fossem as motos seriam uma beleza. São muitas motos e muita disputa. Nunca bati o carro porque sempre ando devagar, prestando atenção”, ressalta o taxista.

O motociclista Gênesis da Silva aponta o intenso fluxo de veículos como responsável pelo alto número de acidentes. “Aumentam os carros e o trânsito fica ruim. Eu mesmo já sofri alguns acidentes. É muito complicado”, afirma.