Cidades

Diminui número de casos de sífilis em Alagoas

De acordo com a Sesau, foram registrados 92 casos nos primeiros meses de 2017 contra 113 no mesmo período do ano passado

Por Tribuna Independente 14/06/2017 08h41
Diminui número de casos de sífilis em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria

O número de casos de sífilis em Alagoas sofreu uma queda, se comparado ao mesmo período de 2016. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Alagoas registrou no 1º quadrimestre deste ano 92 casos e no mesmo período do ano passado 113 casos da doença.

Durante todo ano de 2016, foram registrados 299 casos da doença. Em 2015 a Sífilis atingiu o número de 389 registros feitos pela Sesau. Já em 2014 as notificações do órgão foi ainda maior 414 casos segundo informou a coordenadora do Programa de Combate as Infecções Sexualmente Transmissíveis da Sesau, Monalisa Santos.

De acordo com a Sesau, a redução ocorreu principalmente sobre os casos de sífilis do tipo congênita, ou seja, aquela que o contagio acontece quando a bactéria responsável pela doença passa da mãe para o bebê através da placenta. “Uma realidade que se deve ao fato de terem sido adotadas duas estratégias, como a distribuição da Penicilina Benzatina (antibiótico que trata a gestante e a criança simultaneamente), adquirida pelo Ministério da Saúde (MS) e distribuído pela Sesau aos municípios do Estado, além da intensificação das atividades para ampliação da oferta de Testes Rápido de Sífilis, onde alcançamos 20% de aumento em relação ao ano de 2015” ressaltou Monalisa Santos.

Segundo a coordenadora do Programa de Combate as Infecções Sexualmente Transmissíveis, esses dois fatores foram extremamente relevantes para a redução dos casos de Sífilis Congênita e permanecerá como estratégia para o ano de 2017, bem como, o monitoramento dos municípios.

A Sesau explicou que os trabalhos de orientação sobre a doença aos munícipes são permanentes, assim como a disponibilidade de exames e tratamento à população. Além das orientações ao público em geral, existe um trabalho focado nas gestantes, o que fez com que reduzisse o número de casos em gestantes e bebês.

O infectologista Fernando Maia explicou sobre as formas de contágio da doença e os perigos. “A sífilis é transmitida principalmente por sexo desprotegido e da mãe para o filho pela placenta ou durante o parto. As formas desta doença são primária (lesão genital conhecida como cancro duro), secundária (roséola sifilítica), terciária (lesão cardíaca, goma sifilítica na pele ou meningovascular), latente (sem sintomas) ou congênita (da mãe para o filho). Os sintomas acometem indistintamente homens e mulheres. No entanto, nas mulheres existe o perigo da transmissão vertical da mãe para o filho”, esclareceu.

Antes de ter redução, Estado estava acima da média nacional

Segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), em 2015 o Estado estava acima da média nacional em casos de sífilis congênita.

As Unidades Federativas que apresentaram taxas de incidência de sífilis congênita superiores à taxa nacional (6,5 casos/mil nascidos vivos) foram: Rio de Janeiro (12,4 casos), Rio Grande do Sul (11,5 casos), Sergipe (10,9 casos, Espírito Santo (9,1 casos), Tocantins (9,1 casos), Rio Grande do Norte (9,0 casos), Ceará (8,7 casos), Pernambuco (8,5 casos), Piauí (7,8 casos), Alagoas (7,4 casos) e Mato Grosso do Sul (7,2 casos).

A média nacional naquele ano era de 6,5 casos por cada mil crianças nascidas vivas no Brasil. No entanto, as regiões Nordeste, Sudeste e Sul apresentaram as maiores taxas, superando a nacional (6,9 casos), seguidas das regiões Centro-Oeste (4,5 casos)

Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%. A sífilis em gestantes de 20,9%. Já a congênita de 19%. Em 2015, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878. No mesmo período, a taxa de detecção foi de 42,7 casos por 100 mil habitantes e a maioria em homens, 136.835 (60,1%). No período de 2010 a junho de 2016, foi registrado um total de 227.663 casos de sífilis adquirida.

Como medidas preventivas, o Ministério da Saúde recomenda o uso de preservativo nas relações sexuais, que evita todas as infecções sexualmente transmissíveis, inclusive a sífilis, e a realização do teste para identificar a doença, visto que a maioria dos casos em adultos é assintomática.