Cidades

Casais à moda antiga

Apesar da tecnologia ter transformado até os relacionamentos amorosos, ainda existem pessoas que apostam na tradição

Por Tribuna Independente 10/06/2017 09h29
Casais à moda antiga
Reprodução - Foto: Assessoria

O Dia dos Namorados é inspiração para muitas histórias. Apesar de a tecnologia ter transformado até os relacionamentos amorosos, alguns casais ainda apostam em relacionamentos à moda antiga. Com direito a consentimento dos pais para namorar ‘de porta’.

A história do casal Elane Costa, de 23 anos, e Thiago Gabriel, de 24, começou nos tempos de escola. Estudando juntos desde o 6º ano do ensino fundamental, antiga 5ª série, eles só começaram o namoro anos depois, quando já cursavam o 1º ano do ensino médio.

Elane conta que a iniciativa do namoro foi de Thiago, que queria oficializar o pedido e conhecer a família. Ele foi o primeiro namorado dela. Os dois tinham apenas 15 anos quando a história de amor começou.

“Eu não queria apresentá-lo aos meus pais. Eu não queria namorar de porta, mas ele ficou meio que me pressionando para pedir aos meus pais, ir à minha casa e aí concordei”, diz a jovem.

O relacionamento de Elane e Thiago passou por uma turbulência: a resistência do pai. O casal explica que no começo o pai dela não era bem um fã do namoro. Mas com o passar do tempo, Thiago se tornou membro honorário da família, ganhando status de filho.

“No começo meu pai hesitou. Mas hoje eles são como pai e filho. Também pelo fato do Thiago não ter sido criado com o pai dele, acho que terminou depositando os sentimentos e expectativas no meu pai. Com minha mãe também é assim, ela o trata como filho”, diz Elane.

O Dia dos Namorados de Elane e Thiago começa de forma antecipada, já que o aniversário dele foi na sexta-feira (9). Também este ano será diferente porque é a primeira vez que comemoram a data como casados. São pouco mais de sete meses como marido e mulher.

“Sempre comemoramos a data [Dia dos Namorados], trocamos presentes. Nossa história já soma oito anos incluindo o noivado e sete meses casados”, festeja Elane enquanto acertava os últimos detalhes da festa para o amado.

SOB VIGILÂNCIA

O namoro de Maelvia Cristina e Emanuel Ferreira parece uma cena de um filme antigo. Enquanto o rapaz e a moça namoram na sala de casa, os irmãos fazem a vigilância para garantir que tudo está ‘nos conformes’.

Quando se conheceram, Maelvia e Emanuel tinham apenas 15 anos. Eles começaram a dançar juntos num clube em Paulo Jacinto. A proximidade se transformou em amizade, que algum tempo depois virou namoro.

“Até então éramos só parceiros de dança. Ele também fazia parte de um movimento de jovens católicos e me convidou para participar. Aí a gente foi se aproximando, nos conhecendo melhor e então resolvemos firmar compromisso. Ele veio em minha casa e falou com meus pais e eles aceitaram, graças a Deus. Estamos juntos há quase cinco anos”, aponta a moça.

O consentimento dos pais de Maelvia não garantiu liberdade total para o relacionamento. Até hoje, namoro, apenas com a supervisão da família.

“A família está sempre presente. Ficamos sempre na área ou na sala da minha casa, com meus irmãos por perto sempre dando uma olhadinha [risos]”, comenta Maelvia.

Os planos para o casamento começaram, mas sem data definida. O casal espera concretizar o sonho, assim que conseguirem estabelecer a situação financeira. Segundo eles, fim do namoro, nem pensar.

“As condições não está favorecendo muito no momento, mas temos nossos planos para o casamento. Passando por altos e baixos, mas nunca nos deixamos”, detalha o casal.

Quando o moderno esbarra no tradicional

Fechando a lista dos casais, Phiama Inácio e Hexiton Brandão miraram na tecnologia e acertaram na tradição. Tudo começou no Tinder, plataforma digital para encontros, mas ao se conhecerem as tradições da família falaram mais alto.

Acostumado com o namoro mais tradicional, Hexiton diz que ao encontrar Phiama quis também conhecer a família dela. O encontro foi marcado e o namoro oficializado com a presença do pai da jovem.

“Eu sou do interior e a gente tem esse costume. Fazer o pedido, levar e buscar em casa. A gente se dá muito bem assim”, destaca Hexiton.

Phiama diz que o namorado sempre fez questão de levá-la à faculdade ou em casa. Os encontros aos fins de semana eram sempre na casa da moça e as viagens, com a família.

“Meu pai quando foi namorar com minha madrasta pediu aos pais dela, mesmo ela já tendo filhos. Com minha irmã, o namorado organizou um jantar para apresentar à família. Lá em casa é tradição namorar assim”, explica Phiama.

São dois anos juntos, sendo que, após seis meses de namoro, eles resolveram morar juntos. O que eles consideram ainda como um namoro, porque garantem que nada mudou no relacionamento.

“Continuamos namorando. Está tudo do mesmo jeito, sempre conversamos e fomos muito unidos e nada mudou desde então. Somos namorados ainda”, conta o apaixonado casal.