Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) apontam que o estado de Alagoas consumiu R$ 39 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) com doenças relacionadas ao tabaco em 2016. O valor refere-se a procedimentos nas internações hospitalares, na faixa etária de 30 a 69 anos.

As doenças mais comuns estão ligadas aos sistemas respiratório, circulatório, além de diversos tipos de câncer. Segundo Vetrucia Teixeira Costa, coordenadora do Programa de Tabagismo da Sesau o último levantamento disponibilizado pelo Ministério da Saúde, realizado em 2013, foram identificadas 3.922 mortes anuais no estado relacionadas ao consumo de tabaco.

“Essas principais doenças circulatórias, o câncer e as respiratórias oneram os cofres públicos do mundo inteiro, todos os países têm essa problemática. Isso sem contar os dados da rede suplementar, os convênios. Se houver um investimento maior em prevenção esses números podem sim diminuir. Essa é a faixa etária mais adulta, quando as pessoas começam a adoecer mais, ter mais complicações e precisam do SUS. Quem está começando a fumar agora, por exemplo, só vai ter complicação mais tarde.”

A coordenadora explica que o número de fumantes em Alagoas tem sido reduzido nos últimos anos. A prevalência de fumantes em Alagoas é de 7% na faixa etária acima de 18 anos. Segundo Vetrúcia, os trabalhos de conscientização repercutem positivamente na população, principalmente para os jovens.

OAB

“Números são expressivos eprecisam ser enfatizados”

Maria Goreti Moura, advogada e presidente da Comissão de Direito Médico da OAB Alagoas, diz que os números são expressivos e precisam ser enfatizados para que haja conscientização.

“O gasto público é imenso e serve como justificativa para a manutenção das medidas de combate ao tabagismo. O que o Brasil gasta hoje com o tabagismo, é absurdo. Se gasta muito com pessoas doentes decorrentes do fumo. Precisamos alertar cada vez mais os jovens que os riscos estão aí e o que pode acontecer”, explica.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um estudo publicado sobre o impacto econômico do tabagismo em todo o Brasil apontou que em 2011 foram gastos R$ 23 bilhões no tratamento de doenças tabaco-relacionadas. No entanto, a arrecadação de impostos sobre o cigarro ficou em R$ 6 bilhões.

Ainda segundo a Agência outros problemas decorrentes do tabagismo não podem ser contabilizados. “O custo do tabagismo no Brasil avaliado pela pesquisa ainda está subestimado: não incluiu o custo gerado pelo absenteísmo, perda de produtividade, despesas das famílias dentre outros gastos indiretos relacionados ao tabaco”, diz o órgão.

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