Cidades

Hospital de Campanha realizou 41 atendimentos nas primeiras 24 horas

Casos de diarreia e dermatite foram registrados pelo contato das pessoas com água contaminada

06/06/2017 20h50
Hospital de Campanha realizou 41 atendimentos nas primeiras 24 horas
Reprodução - Foto: Assessoria

A parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e o Exército Brasileiro para atender as vítimas das enchentes vem trazendo bons frutos para a população alagaoana. O resultado pode ser verificado no Hospital de Campanha, montado entre os municípios de Marechal Deodoro e Pilar, que atendeu 41 pessoas nas primeiras 24 horas de funcionamento.

Entre os atendimentos estão exames de raio-X, ultrassonografias e ecocardiogramas. Três pacientes precisaram ficar em observação, mas já foram liberados. De acordo com a coronel Sandra Andrade, coordenadora do Hospital de Campanha, as maiores demandas foram para os casos de diarreia, dermatites e infecções respiratórias, pelo contato da população com as águas contaminadas das enchentes. 

“O apoio que estamos dando ao Estado vem para suprir a necessidade no atendimento aos alagoanos e aos municípios que tiveram suas unidades de saúde atingidas. Isso porque, nestas unidades, também foram perdidos os medicamentos e leitos, que serão necessários para os pacientes acometidos pelas doenças que surgirão pelo consumo de água e alimentos contaminados”, afirmou a coronel Sandra Andrade.

O Hospital de Campanha é composto por 36 militares, sendo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de radiologia, para prestar até 150 atendimentos diários em pediatria, ortopedia e clínica médica. A unidade ainda possui leitos para internamentos clínicos nas situações de diarreias agudas, pneumonias e nos casos leves de leptospirose.

O aposentado Carlos Aureliano da Silva, 82 anos, chegou ao Hospital de Campanha acompanhado do filho, José Carlos da Silva. Sentindo mundo cansaço e com dificuldades para respirar, ele relatou que começou a sentir os sintomas depois que sua casa, localizada no bairro Cabreira, em Marechal Deodoro, foi invadida pela água da enchente. “Meu pai nunca tinha apresentado esse cansaço, mesmo sendo hipertenso e tendo doença de Chagas. Na semana passada, quando ele acordou, estava com água mais ou menos no meio das pernas e, pelo tempo que ficou nessa situação, pode ter desenvolvido alguma outra doença”, contou o filho.

Após o atendimento feito pelo médico clínico, tenente Cronemberger, o morador de Marechal Deodoro foi diagnosticado com um quadro de pneumonia, que agravou o quadro cardíaco dele. “O paciente ficou muito tempo em contato com uma água fria e, por isso, desenvolveu uma virose que acabou evoluindo para uma pneumonia, aumentando a insuficiência cardíaca da doença de Chagas”, explicou o médico.

Em razão desse diagnóstico, o aposentado Carlos Aureliano da Silva passou por uma nebulização para melhorar os níveis de oxigênio e diminuir o cansaço. Em seguida foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, para fazer o tratamento e acompanhamento da condição cardíaca.