Cidades

Nível das lagoas apresenta redução e famílias começam a voltar para casa

Diminuição significativa é apontada pela Semarh

Por Tribuna Independente 02/06/2017 08h23
Nível das lagoas apresenta redução e famílias começam a voltar para casa
Reprodução - Foto: Assessoria

Os níveis das lagoas começam a baixar consideravelmente e famílias que moram próximas às áreas atingidas começam a voltar para suas residências.

De acordo com o último boletim divulgado pela Sala de Alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), as lagoas Mundaú e Manguaba continuam descendo significativamente.

Na Lagoa Manguaba, o nível vem baixando em torno de cinco centímetros por hora.  Já na Lagoa Mundaú, o nível desce  cerca de um a dois centímetro por hora. Os avisos de alagamentos foram retirados do local.

Em Marechal Deodoro, umas das cidades mais afetadas com as chuvas dos últimos dias que deixou um cenário de destruição com ruas totalmente alagadas, famílias desabrigadas e vários prédios públicos danificados, as pessoas já começaram a fazer a limpeza de suas casas e estão voltando com os móveis que conseguiram salvar.

Equipes de voluntários e funcionários da Prefeitura estão ajudando na limpeza das ruas e auxiliando as famílias que estão voltando para suas casas. 

A rotina na cidade começou a voltar à normalidade, muitos já voltaram a trabalhar, comércio já reabriu secretárias da cidade e unidades de saúde também já está fazendo o atendimento à população.

No município, cerca de seis mil pessoas ficaram desalojadas. Deste total, 750 já foram realocadas para o Conjunto Maria Gislaine Matheus. No total 19.294 pessoas foram atingidas diretamente com as chuvas.

Em Pilar e Jacuípe as famílias desalojadas também começaram a voltar para casa. De acordo com o boletim divulgado ontem (1º), pelo Corpo de Bombeiros e Coordenação da Defesa Civil Estadual, Pilar foi à segunda cidade mais afetada pelas chuvas dos últimos dias no interior do Estado.

Ainda ontem, uma equipe da força-tarefa de servidores públicos estaduais seguiu para o município de Marechal Deodoro e outra para Pilar, a fim de realizar uma série de ações sociais em benefício da população afetada pelas chuvas.

Hoje (2), o trabalho da força-tarefa do Governo do Estado vai continuar o trabalho  nas cidades que estão em situação de emergência.

MONITORAMENTO

De acordo com a Semarh, os rios monitorados estão voltando ao seu escoamento normal. Porém, o órgão destaca que os rios da região Norte, Manguaba, Camaragibe e Jacuípe, que permaneciam em estabilidade até ontem, ainda apresentavam um leve aumento de nível, mas que não representa risco de inundação.

Muitas pessoas continuam em abrigos

Apesar de muitas famílias terem voltado para suas residências, ainda existem outras desabrigadas tanto em Marechal Deodoro quanto em Pilar.

Em Marechal, 2.400 pessoas continuam em abrigos montados pela prefeitura.

No Município, uma força-tarefa foi montada para atender ás famílias vítimas das inundações.

Desde o último sábado (27), voluntários e servidores trabalham na produção de refeições e lanches para as vítimas e equipes de trabalho, com uma produção de aproximadamente 4,5 mil refeições diárias.

Além de fornecer alimentação pronta, a Prefeitura de Marechal Deodoro informou que vem dando toda a assistência necessária às famílias atingidas pelas chuvas.

De acordo com a assessoria de comunicação do município, todos os dias, equipes saem para distribuir água potável, cestas básicas, botijões de gás, roupas e colchões.

A Secretaria de Saúde também retomou os serviços e desde o último sábado, vem realizando atendimentos de emergências, consultas, vacinação, no Posto Médico montado no Gabinete de Crise e com equipes volantes, em todos os abrigos e comunidades atingidas de forma preventiva contra doenças que podem surgir após a enchente.

A Secretaria de Assistência social também está realizando um levantamento de todas as famílias desabrigadas para serem assistidas com os programas sociais disponíveis.

Em Pilar, ainda existem seis famílias que tiveram as casas destruídas e ainda não têm para onde ir. Elas estão em um abrigo improvisado em uma escola.

Trinta e nove mil pessoas foram atingidas pelas chuvas

De acordo com o Boletim divulgado ontem pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL) e Coordenação de Defesa Civil, o número de pessoas desalojadas e desabrigadas em decorrência das chuvas que caíram em Alagoas na última semana já passa de 39 mil.

Comparado aos dados divulgados na quarta-feira (31), o total de pessoas afetadas, que era de 24.227, passou para 39.150, um aumento de 14.923 pessoas.

Segundo os dados mais recentes, 31 cidades alagoanas foram atingidas pelas chuvas. O número de desabrigados passou de 7.883 para 11.625 e os desalojados aumentaram de 16.344 para 27.525.

De acordo com o governador Renan Filho, o aumento de desabrigados e desalojados é resultado do trabalho das equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

Ontem, o corpo do adolescente que desapereu na lagoa Mundaú foi encontrado. O adolescente é a primeira vítima de afogamento decorrente das chuvas em Alagoas. As demais vítimas morreram em decorrência de deslizamentos ocorridos em Maceió, sendo cinco no incidente da Grota da Santa Helena, no bairro do Santo Amaro, uma no alto da Boa Vista e uma na Grota do Pau D’Arco.

Uma pessoa continua desaparecida na Grota Santa Helena. As buscas, que haviam sido prejudicadas por causa do mau tempo, foram retomadas.