Cidades

Chuva causa queda de árvores, alagamentos e deslizamento de barreiras

Somente nesta quarta-feira foram 13 chamados em residências com risco de desabamento

Por Tribuna Independente 25/05/2017 08h18
Chuva causa queda de árvores, alagamentos e deslizamento de barreiras
Reprodução - Foto: Assessoria

A chuva que vem caindo na Capital está deixando “alguns” estragos. Entre o domingo (21) e quarta-feira (24) foi registrada a queda de no mínimo nove árvores, além de alagamentos em vários bairros de Maceió e deslizamentos de barreiras.

De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Semds), ontem, quatro árvores tiveram de ser cortadas e outras estão sendo avaliadas para que haja ou não uma poda. Ainda ontem, três árvores foram flagradas no chão nos bairro do Stella Maris (Corredor Vera Arruda), Mangabeiras (no Residencial Vaticano) e Jardim Petrópolis (Residencial Aldebaran). Na Avenida Pierre Chalita houve deslizamento de barreiras e a lama cobria a pista.

Segundo o secretário Adjunto Especial da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, o órgão tem atendido muitas ocorrências, mas dentro da normalidade. “A Defesa Civil está trabalhando com equipes de plantão nas ruas da capital para atender as demandas decorrentes das chuvas registradas. Ontem, o órgão, que é vinculado à Semds, recebeu chamados em diversos bairros com registros de queda de árvores, deslizamentos de terra, alagamento e demolição de imóveis”, disse.

Segundo o órgão, somente nesta quarta-feira, foram 13 chamados em residências com risco de desabamento; três imóveis desabados e dois muros; 13 deslizamentos de barreiras; cinco chamados de deslizamento de barreiras; seis alagamentos; quatro quedas de árvores e 18 ameaças.

Os imóveis com risco de desabamento foram na Grota do Rafael, Gruta, Prado, Bom Parto, Tabuleiro, São Jorge, Jacarecica, Farol, Reginaldo.  Os registros de deslizamento de barreira foram feitos - Grota do Pau D’arco, Grota do Carimbão, Cruz das Almas, Mutange, Bom Parto, Jacintinho, Farol e Chã da Jaqueira. Já as ameaças de deslizamento de barreira foram nos bairros do Jacintinho, Ladeira da Moenda, Mutange, Chã da Jaqueira. E as quedas e ameaças de queda de árvores foram nos bairros do Farol, Chá de Bebedouro, Jatiúca, Bebedouro, Moenda, Loteamento Bela Vista, Jacintinho, Corredor Vera Arruda, Conjunto Costa Neto, Eustáquio Gomes, Grota São Luiz, Grota Rafael, Santo Eduardo, Pitanguinha.

Para evitar que a população corra riscos, nos locais com ameaça de deslizamento de terra, o órgão encaminhou equipes para a colocação de lonas para contenção da encosta. Sobre as famílias que tiveram de deixar os imóveis, a Defesa Civil fez o encaminhamento à Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), por meio do Centro de Atendimento Socioassistencial (Casa). No local, as famílias são cadastradas e, conforme os preenchimentos de dados recebem o benefício do aluguel social.

VOLUME

A Defesa Civil informou que o quantitativo esperado para o mês de maio é de 382,2 milímetros. Até ontem (24), choveu 73,63% do previsto, o que corresponde a 281,4mm. Diante da previsão de chuvas, o estado de alerta foi estendido até sexta-feira (26).

O órgão também reforçou que está à disposição de todos os cidadãos e, segundo orienta o secretário-adjunto Dinário Lemos, quem precisar da Defesa Civil deve acionar as equipes pelo número 0800 030 6205 ou 3315-1437.

Segundo a estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), só em uma hora, das 12h às 13h de ontem caíram na capital 30,8mm de chuva. O total acumulado alcançou 54mm no período de quatro horas em Maceió.

Chuvas devem ocorrer até sexta no Estado

Desde o último fim de semana vem chovendo em Alagoas, e a previsão é que ainda vai se estender pelos próximos dias. As regiões da Zona da Mata, Baixo São Francisco e a faixa litorânea que absorve Maceió terão volumes mais intensos até o próximo fim de semana, segundo informou o meteorologista da sala de alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Vinícius Nunes Pinho.

O meteorologista explicou que a quantidade de chuvas já era esperada para esse período. Mas ele ressaltou que essa chuva não é significativa para acabar com o problema de estiagem no Estado.

“Essa quantidade de chuva era previsto. Inclusive no nosso alerta, emitido na última sexta-feira (19), nós colocamos que essa chuva não iria impactar significativamente nos principais rios do estado como Mundaú e Paraíba, mas que ela poderia causar alagamentos principalmente por falhas em drenagem urbana, por conta dos córregos que enchem muito rápido. Isso tudo foi divulgado no aviso e a Defesa Civil estava ciente e se preparou para isso”, explicou Vinícius Nunes Pinho.

O meteorologista disse ainda que são volumes significativos de chuva, “mas, são chuvas normais dentro do nosso período chuvoso”. De acordo com ele, em alguns pontos do Litoral Norte choveu 220mm nos últimos dias e na região metropolitana caiu cerca de 170mm de água. Em alguns pontos da Zona da Mata caíram 200mm. Segundo o meteorologista, está chovendo em toda Alagoas, inclusive no Sertão.

“Mas, no Sertão e no Agreste, as chuvas serão rápidas, alternando com períodos secos. Apesar de a metade leste os volumes serem maiores”, destaca Pinho.                        

Segundo o metereologista, os volumes ainda não resolvem a estiagem prolongada nas duas regiões, apenas amenizam. “A situação continua a mesma. Claro, deve chover um pouco nos próximos dias, mas ainda não o suficiente. Ainda esperamos volumes significativos de chuva. É possível que sexta [amanhã] volte a chover mais”, esclareceu.

ESTADO

Segundo a Defesa Civil Estadual, está caindo um volume bom de água em toda Alagoas, mas que é bem distribuído e não tem risco de inundação e nem de enxurradas. A preocupação é no Litoral Norte e Sul e na capital, onde o volume de água é maior.

Mas, o coordenador da Defesa Civil Estadual, major Moisés Melo, disse que o órgão está em alerta e de prontidão para atuar. “Estamos acompanhando a evolução das chuvas. A primeira resposta cabe aos municípios, a Defesa Civil Municipal e a estrutura de cada cidade de darem os primeiros combates. Agora, para os resgates é necessário a intervenção do Corpo de Bombeiros, dependendo das situações. Nós temos uma equipe especializada. Quarenta homens do  Corpo de Bombeiros em Maceió e 30 no interior prontos para atuar em qualquer momento”, informou.

Ainda segundo o major Moisés, a situação mais preocupante é em Maceió devido ao volume que está caindo. “A preocupação é do Rio Jacarecica, que, se continuar no volume que vai, pode transbordar durante a madrugada [de hoje]”.