Cidades

Alagoas tem segunda menor taxa do Nordeste de crianças em creches

Anuário divulgado esta semana aponta que Estado apresenta 21,7% da faixa etária de 0 a 3 anos matriculada em unidades

Por Tribuna Independente 24/05/2017 09h06
Alagoas tem segunda menor taxa do Nordeste de crianças em creches
Reprodução - Foto: Assessoria

Alagoas registra a segunda menor taxa do Nordeste de crianças de 0 a 3 anos em creches. São 21,7%, o que deixa o estado à frente apenas do Piauí, que tem 21,4%. Os dados foram divulgados esta semana no Anuário Brasileiro da Educação Básica, produzido pelo movimento Todos pela Educação.

No Nordeste este índice é de 25,4% enquanto que o indicativo nacional do atendimento infantil em creches ficou em 30,4%. Em 2001, o índice de participação do segmento 0 a 3 anos no estado era de 11,2%. Isto significa que em 14 anos a evolução foi de 10,5%. O melhor indicador em Alagoas ocorreu no ano de 2013, quando 24,1% das crianças nesta faixa etária estavam frequentando creches.

O levantamento considera a frequência de crianças de 0 a 3 anos de 2001 a 2015 e serve como base para o planejamento e execução de ações em todo o território nacional em relação às metas do Plano Nacional de Educação Básica (PNE).

Segundo o anuário, para atingir a meta imposta pelo PNE no Brasil, que é de 50% das crianças, são necessários 25 anos.

“Permanece muito distante a meta de atender metade das crianças de 0 a 3 anos. Mantida a atual taxa de crescimento, o atendimento estabelecido na meta só se dará em 25 anos. Ainda mais grave é a má distribuição desse atendimento, que vem sendo insuficiente para reparar desigualdades históricas da sociedade brasileira”, diz o documento.

Para as crianças de 4 a 5 anos o acesso ocorre de forma mais distribuída no estado. Em 2001, 64,8% deste público estavam em escolas de educação infantil. Já em 2015, o índice chegou a 83,3%. Mesmo assim, Alagoas ainda fica atrás em relação à média regional que foi 94,1% no Nordeste e 90,5% a nível nacional.

A meta é que todas as crianças de 4 a 5 anos no país tenham acesso à educação infantil até 2024. Dados do anuário também apontam que 600 mil crianças no Brasil ainda não tiveram assegurado o direito de frequentar uma escola.

Esta é a sexta edição do anuário, que gera as informações a partir da compilação de pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dados do Ministério da Educação (MEC).

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Em Maceió, o índice de atendimento de crianças de 0 a 5 anos não ultrapassa 10%. É o que afirma a coordenadora de educação infantil da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Angelina Araújo.

Segundo Angelina, a rede de ensino infantil da capital conta atualmente com 58 unidades de ensino que funcionam como creches e pré-escolas. A coordenadora diz que seriam necessárias mais 300 unidades para atender a demanda.

“Nós fazemos um atendimento muito baixo em relação ao número de crianças que precisam. A gente está caminhando neste sentido, mas o atendimento ainda é baixo. Nós atendemos em torno de 10% da população de 0 a 5 anos. Seriam necessárias mais 300 creches para atender Maceió.”

A coordenadora explica que 3.258 crianças de 0 a 3 anos de idade são atendidas em tempo integral nas unidades. Outras 5.990 com idades entre 4 e 5 anos, fase onde é obrigatória a matrícula, estão estudando na rede municipal.

Angelina diz ainda que os planejamentos são elaborados com base na demanda da população em cada região. Atualmente, a área com maior necessidade é a parte alta da capital. Segundo ela, entre 2015 e 2016 foram entregues 11 creches e outras duas estão em construção, entretanto são necessários recursos federais para os investimentos, que no momento estão suspensos.

“Até então, nós tínhamos o Proinfância do Governo Federal com a construção de creches através do Ministério da Educação. Mas ele foi suspenso. Temos a projeção de construção de mais 20 creches para Maceió. O mapa da cidade não apresenta áreas para construção desses equipamentos. Estamos estudando áreas para que sejam viabilizados. Mas se não tivermos um aporte financeiro do Governo Federal não é possível.