Cidades
Manifestações marcam luta contra projetos que "tiram direitos dos trabalhadores"
Sindicatos realizam atos em pela cidade contra a terceirização e reforma da previdência
Atualizadas às 13h59
A luta pela manutenção dos direitos trabalhistas conseguido ao longo dos últimos cem anos continua e os trabalhadores de Maceió se unem em protesto na manhã desta sexta-feira (31). Segundo o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT/AL), Rafael Gazzaneo, as manifestações são contra três projetos do governo Michel Temer.
“O projeto da terceirização, que está na mesa do presidente para ser sancionado, o projeto da reforma trabalhista e a reforma da previdência são projetos que devem resultar em perdas significativas nos avanços obtidos pela classe trabalhadora nos últimos cem anos se forem aprovados”, afirma.
Segundo o procurador, muitos dos direitos do trabalhador, consagrados na Constituição de 88, podem ser perdidos caso os projetos sejam aprovados.
“As elites brasileiras jamais cederam um centímetro em relação à classe trabalhadora. Existe uma crise econômica no país e eles querem descarregar tudo nas costas do trabalhador. O resumo é esse”, opina Gazzaneo.
“Para se contrapor, a sociedade precisa se organizar e protestar, procurar seu deputado federal para que ele não vote a favor das propostas desse governo. Esse governo que se sustenta a partir dos mercados. Sua única sustentação são as forças de mercado, porque não tem nenhuma aprovação diante da população brasileira”.
O protesto, organizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT-AL) acontece em frente a sua sede, no Centro. O ato público é realizado em defesa da Justiça do Trabalho. A mobilização conta com apoio de juízes, advogados, procuradores, servidores do Judiciário, auditores fiscais do Trabalho, sindicatos e entidades da sociedade civil e acontece em vários estados. Representantes de entidades sindicais que integram o Fórum Alagoano da Previdência e Contra as Reformas também participam da luta.
O presidente do TRT-AL, Pedro Inácio, diz que vê os projetos do atual governo com preocupação.
“O que estamos testemunhando nesse momento é uma tentativa de desmontar os direitos sociais do Brasil. É um pacote de medidas que nem na Ditadura Militar se viu. Medidas prejudiciais aos trabalhadores brasileiros, aos servidores públicos, aos direitos sociais”, opinou.
“É um pacote de maldades contra o trabalhador do campo e da cidade. A terceirização no serviço público, a reforma trabalhista, a PEC dos gastos, a reforma do ensino médio e outros que aí estão. Nunca se viu tanta maldade sendo feita ao mesmo tempo contra tanta gente em um espaço de tempo tão curto”, continuou.
Pedro Inácio afirma que a Justiça do Trabalho está sendo atacada porque defende os direitos dos trabalhadores.
“Falar em extinção da Justiça do Trabalho é desconhecer a própria história do Brasil, a Constituição Federal. A Justiça do Trabalho é um espaço de defesa dos interesses dos trabalhadores, mas também das empresas. Nosso papel ´equilibrar as lutas entre capital e trabalho, resolver conflitos sindicais e mediar greves”.
O ato terminou com um abraço simbólico dos manifestantes ao prédio do TRT.
Abraço encerrou ato no TRT (Foto: Tribuna Hoje)
Rodoviários pararam na Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro também em protesto contra os projetos.
(Foto: Sandro Lima)
OAB seccional Alagoas apoia ato no TRT
O vice-presidente da OAB, seccional Alagoas, Ednaldo Maiorano esteve presente no ato em favor da Justiça do Trabalho. Segundo ele, o apoio da OAB ao movimento visa garantir os direitos previstos na Constituição e dos ideais democráticos.
“São direitos que foram conseguidos a muito custo da classe trabalhadora do país. A OAB se posiciona no sentido de defender essas instituições democráticas, principalmente a Justiça do Trabalho como instrumento de garantia desses direitos individuais. A OAB lançará certamente a sua manifestação oficial e debaterá não só com a sociedade, mas principalmente com a advocacia, as outras situações que estão pautadas”, afirmou Ednaldo.
Ele também relatou à reportagem do Tribuna Hoje que um amplo debate deve ser feito em uma audiência pública. Essas discussões devem alinhar o discurso da entidade sobre todas as reformas.
“Pessoalmente, nosso entendimento é que essas reformas precisariam ser muito mais trabalhadas a nível de discussão na sociedade de forma a preservar as garantias históricas que foram conseguidas. A OAB estará sempre sob vigília institucional e vigília cidadão porque esse é o seu papel”, destacou o vice-presidente da seccional.
Força Sindical
A Força Sindical foi uma das primeiras entidades sindicais a marcar presença no ato em frente ao TRT. Gima da Força, presidente da Força Sindical em Alagoas, destacou que a participação no ato tem objetivo de defender os direitos dos trabalhadores.
(Foto: Força Sindical / Cortesia)
“Essas reformas não são ataques, elas estão matando os trabalhadores, tirando os direitos deles. É preciso que haja união das entidades sindicais, das centrais sindicais, para que não passemos por esse caos que estamos passando hoje”, pontuou Gima.
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