Cidades
Venda de carnes em Alagoas não sofreu queda após operação da Polícia Federal
Segundo a ASA, apesar da repercussão, movimento continua normal
Fez uma semana ontem (24) que a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Carne Fraca, com o objetivo de investigar adulterações que estavam sendo feitas nos produtos por parte de grandes frigoríficos do país.O resultado da operação foi negativo para o Brasil que deixou de importar a carne para alguns países. E também gerou uma série de desconfiança e boatos entre os consumidores brasileiros. No entanto, pelo que parece os alagoanos não estão ‘’desconfiados’’ dos produtos e continuam levando os alimentos para casa.A afirmação de que os consumidores do Estado continuam consumindo a carne das marcas investigadas pode ser afirmada com a Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA), que segundo o presidente da entidade Raimundo Barreto de Sousa, apesar da repercussão não houve reclamação por parte dos donos de supermercados se queixando de queda nas vendas em Alagoas.“O mercado ainda não teve uma reação negativa, não se sentiu uma queda significativa. As vendas estão dentro da normalidade. Os supermercados alagoanos estão preparados para esclarecer o consumidor sobre a qualidade e procedência dos produtos vendidos em cada loja”, disse Raimundo Barreto.O presidente da ASA disse que há sim certo receio e um cuidado maior dos consumidores quando vão escolher algum produto, mas que segundo ele é normal diante da repercussão da operação. “Mas a estimativa é que aos poucos o consumidor volte a ter confiança e o mercado volte à normalidade,” comentou Raimundo se referindo ao cenário nacional.O posicionamento do setor supermercadista em Alagoas é a confiança nas marcas e na qualidade dos produtos que leva à mesa dos consumidores, e no sistema de segurança de alimentos brasileiro. E que segundo Barreto esta posição vem reforçar o apoio aos trabalhos de investigação por parte dos órgãos reguladores e demais autoridades competentes. ”A expectativa é que se mostre fatos concretos, que se apure tudo que foi divulgado”, salientou.Outra afirmação que os produtos estão sendo comercializados e vendidos é que nos grandes supermercados de Maceió, os frangos, carnes e embutidos das empresas investigadas continuam nas prateleiras e as pessoas continuam indo em busca do alimento.Como até o momento não há indícios que carne adulterada tenha vindo para o Estado e também a Vigilância Sanitária Municipal não recebeu comunicado do Ministério da Agricultura para retirar amostras dos supermercados os consumidores estão seguindo com a mesma rotina.Já em Salvador/BA, nos açougues e supermercados da cidade, a queda no movimento já vinha sendo sentida. No entanto, de acordo com funcionários ouvidos pela reportagem do Tribuna da Bahia, a procura diminuiu em até 40% em alguns locais. Normalmente, segundo eles, há um enfraquecimento natural das vendas sempre na segunda quinzena de cada mês, por conta do dinheiro mais curto do consumidor. Contudo, a Operação Carne Fraca acentuou ainda mais esse índice.Funcionários de açougues de Salvador disseram que o movimento manteve-se igual, mesmo após a repercussão negativa da operação da PF. No entanto, eles admitem que as vendas poderiam cair diante da situação. “É normal à desconfiança inicial. Muita gente, inclusive, faz piada com a situação perguntando se tem papelão na carne moída ou questiona se vendemos Friboi”, contou Antônio de Jesus, supervisor de uma das lojas do Frigorífico do Mané, na região das Sete Portas.Contudo, o consultor de varejo da Associação Brasileira dos Supermercados (Abase) Rogério Machado, essa queda deve ser passageira, já que houve outras polêmicas com outros alimentos e, posteriormente, as vendas voltaram à normalidade.FISCALIZAÇÃOParalelamente a Operação Carne Fraca da PF, em uma fiscalização de rotina da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/AL) realizada na segunda-feira (20), os agentes do órgão, recolheram lote de frango estragado no supermercado G Barbosa Pátio, no Bairro Benedito Bentes, de uma marca que não está dentro da investigadas na operação.O superintendente João Neto esclareceu a importância da verificação e ressaltou que o consumidor pode contar com o órgão para realizar uma denúncia por meio das redes sociais, em um dos polos ou enviar sua denúncia para [email protected] para que a equipe vá até o local e verifique o ocorrido.REPERCUSSÃO NO PAÍSEm alguns estados grandes redes de supermercados retiraram das prateleiras produtos das marcas investigadas pela PF.O Carrefour retirou preventivamente das lojas os produtos das plantas interditadas. “A empresa frisa que o procedimento é apenas das fábricas investigadas e não das marcas.”A rede Walmart também já suspendeu preventivamente a venda em suas lojas dos produtos oriundos das plantas frigoríficas interditadas na Operação Carne Fraca. A empresa tinha relação comercial contínua apenas com uma das três plantas interditadas, pertencente ao frigorífico Peccin.O GPA, donos da bandeira Pão de Açúcar, Extra e Assaí informou por meio de nota que suspendeu a compra das três unidades industriais interditadas, duas no Paraná e uma em Goiás. No entanto, o grupo não informou se os itens foram tirados das lojas.IMPORTAÇÃOPelo menos 11 países suspenderam temporariamente a importação de carne brasileira e seus derivados, após vir a público as suspeitas de irregularidades pontuais na fiscalização do setor. Já a União Europeia e outros três países optaram por embargar apenas as compras dos 21 frigoríficos alvos da Operação Carne Fraca.Segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), até a deflagração da operação policial, as carnes bovina, de frango e suína nacionais e seus derivados eram exportados para mais de 150 países. A média de embarque diário do Brasil para o exterior até então era de US$ 63 milhões. Quatro dias após a notícia da suspeita de que ao menos 21 frigoríficos podem ter colocado à venda carne adulterada e produtos irregulares, o total embarcado na última terça-feira (21) caiu a apenas US$ 74 mil.
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