Um filhote de morcego que deu entrada no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na manhã desta quinta-feira (22), pode ser o primeiro animal a ter material coletado, pela equipe do Instituto do Meio Ambiente (IMA), para iniciar o trabalho de diagnósticos de zoonoses oriundas de animais silvestres em Alagoas.

Entretanto, isso será possível apenas se o animal for a óbito. No caso de outros animais, as amostras serão coletas apenas se houver suspeita de alguma zoonose ou se eventualmente também entrarem em óbito.

“Também deu entrada no Cetas um filhote de sagui órfão, porque a mãe morreu de choque elétrico. Nesse caso não haverá notificação e nem coleta de amostras pois o animal está saudável. Só notificaremos e coletaremos materiais biológicos em caso de primatas ou carnívoros doentes, ou morcegos”, comentou Ana Cecília Pires, veterinária e bióloga da equipe de Gestão de Fauna do IMA.

O trabalho de diagnosticar e traçar o perfil epidemiológico de zoonoses oriundas de animais silvestres em Alagoas será desenvolvido a partir de um acordo de cooperação que está sendo construído entre o IMA, Ibama e Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Gerência de Doenças Transmissíveis e do Laboratório Central de Alagoas (Lacen).

Ana Cecília explica que a equipe do IMA ficará com a responsabilidade de coletar o material biológico dos animais doentes ou que entraram em óbito e, com autorização do Ibama, enviar para o Lacen para diagnóstico. “O órgão será responsável também por compilar os dados do histórico e local onde os animais foram recolhidos”, disse a veterinária.

A GEDT, por sua vez, irá traçar o perfil epidemiológico dos diagnósticos das zoonoses de grande importância na saúde pública. As informações servirão ainda para fomentar produções científicas.

Visita

No dia 22, a veterinária e o gerente de Fauna, Flora e Unidades de Conservação do IMA, Epitácio Correia, visitaram o Lacen, para dar início às tratativas para o acordo de cooperação. O diretor do Laboratório, Magliones Carneiro, mostrou os setores e equipamentos para o recebimento dos materiais biológicos que serão processados para o diagnóstico das zoonoses.

Enquanto está sendo construído o acordo entre os órgãos, o próximo passo será a visita dos técnicos do Lacen para aplicação de práticas de coleta de material biológico no Cetas. A data ainda será definida.