Cidades
Vigilância Sanitária de Maceió não fiscalizou produtos da JBS e BRF após operação
Órgão deve aguardar comunicado do Ministério da Agricultura sobre necessidade de recolher produtos nos mercados de Maceió
Atualizada às 16h51
A Vigilância Sanitária de Maceió ainda não realizou nenhuma fiscalização em supermercados da capital para descobrir se algum produto das marcas fabricadas pelas empresas JBS e BRF Brasil está adulterado.
Após a operação, denominada ‘‘Carne Fraca’’, desencadeada na última sexta-feira (17) pela Polícia Federal (PF), os produtos das empresas alvo da operação continuam sendo comercializados e os alagoanos podem estar consumindo carnes sob suspeita.
A reportagem do Tribuna Independente tentou entrar em contato com o coordenador da Vigilância do Município, Ednaldo Balbino mais não obteve retorno.
Segundo informações publicadas em veículo local, a Vigilância de Maceió até o momento não recebeu comunicado do Ministério da Agricultura para retirar das prateleiras dos supermercados os alimentos fornecidos por empresas investigadas na Operação Carne Fraca.
De acordo com entrevista, o coordenador da Vigilância, Ednaldo Balbino, disse que a PF ainda não apontou as regiões para as quais a carne estragada foi destinada. Ele assegurou que, havendo a recomendação por parte do Ministério da Agricultura, as equipes da Vigilância vão recolher todos os alimentos com suspeita de adulteração.
“É preciso que o Ministério nos informe qual o lote que está sob suspeita. A partir daí teremos condições de agir e combater qualquer irregularidade praticada em Maceió. Enquanto isso, seguiremos atuando diariamente nas fiscalizações de rotina e inspecionando produtos comercializados em supermercados e mercados da cidade”, explicou.
Enquanto isso no Rio de Janeiro, a Vigilância Sanitária Municipal não precisou aguardar comunicado e os técnicos começaram a recolher amostras de carnes de supermercados da cidade um dia após a operação da PF. O objetivo foi o de verificar as condições dos produtos que estão sendo levados ao público naquela cidade.
Foram recolhidas peças de quatro cortes de carne em um supermercado de Botafogo e pedaços de carne de um mesmo lote em outro mercado, em Copacabana. Todas as peças recolhidas são de marcas procedentes do frigorífico JBS, que é um dos fornecedores dos supermercados.
A Vigilância Sanitária do Rio quer saber se o produto vendido está dentro das condições ideais de consumo. O material vai ser analisado em laboratório. O órgão informou que ainda vai recolher amostras de produtos de frango e embutidos.
SESAU
Sobre a fiscalização por parte da Vigilância Estadual, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) informou não ter também nenhum posicionamento quanto ao assunto e que todo município tem uma vigilância municipal de Saúde. Esta, por sua vez, segundo a assessoria, tem a função de fazer a inspeção em feiras livres, supermercados e açougues, do pescado e da carne consumida. “Esse é um trabalho de rotina. Não é só porque teve essa operação”.
A Sesau informou ainda que as vigilâncias municipais têm poder de polícia e, se encontrarem irregularidades em carnes vendidas em supermercados e açougues, por exemplo, podem lavrar um auto de infração e até interditar e multar o estabelecimento, além de caçar o alvará de funcionamento.
Adeal vai traçar metas para produtos alagoanos
O presidente da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Rui Alves, disse que foi realizado na segunda-feira (20) uma reunião com representantes do Serviço de Inspeção Estadual de Produtos de Origem Animal (SIE) para traçar metas para que produtos produzidos no Estado estejam sempre dentro da normas.
“Vamos ficar a par de todas essas notícias sobre o assunto e investigar se, aqui em Alagoas, entrou alguma carne [alvo da operação] ou não. Embora que nós sejamos responsáveis apenas pelas inspeções dos matadouros de Alagoas. Essas carnes que vêm de fora geralmente são fiscalizadas pela Vigilância Sanitária. Essas carnes também têm o SIF [Serviço de Inspeção Federal], ou seja, têm trânsito livre no Brasil todo. Vêm naqueles baús refrigerados, entram no Estado e automaticamente são distribuídas para os supermercados”, afirmou.
O superintendente do Ministério da Agricultura em Alagoas, Alay Correia, manifestou o desejo de que o caso continue sendo apurado pela Polícia Federal. “Acho que é uma vontade geral de todos os servidores do Ministério de que se apure e aqueles que têm desvios de conduta que sejam afastados, pois eles geraram um prejuízo para o Brasil inteiro e para a relação da confiança que a sociedade tem para o trabalho que o Ministério faz”, disse o superintendente.
JBS emite comunicado
"QUALIDADE É A MAIOR PRIORIDADE DA JBS E DE SUAS MARCAS
A JBS é a maior empresa de proteína no mundo, com 234 unidades, e emprega 230 mil pessoas. A companhia não tolera qualquer desvio de qualidade nos seus processos industriais. Em virtude do noticiário sobre a operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (17), a companhia afirma que:
1) As fábricas da JBS exportam para mais de 150 países, como Estados Unidos, Alemanha e Japão. São anualmente auditadas por missões sanitárias internacionais e por clientes.
2) A JBS é a companhia brasileira com mais certificações BRC (British Retail Consortium), principal referência global em qualidade na produção de proteína. Entre outras certificações, a empresa segue os padrões ISO 9001, de gestão de qualidade.
3) Nos últimos dois anos, as unidades da JBS receberam 340 auditorias de qualidade e atuaram com o mesmo zelo para assegurar igual comprometimento de seus fornecedores.
4) A JBS conta no Brasil com mais de 2.000 profissionais dedicados exclusivamente a garantir a qualidade dos seus produtos. Por ano, cerca de 70 mil funcionários passam por treinamento obrigatório nessa área.
5) A JBS é a maior interessada no fortalecimento da inspeção sanitária no Brasil. Um sistema rigoroso de controle de qualidade dá ao setor credibilidade perante o consumidor e reforça as oportunidades de exportação;
6) No despacho da Justiça Federal que deflagrou a operação, não há qualquer menção a irregularidades sanitárias ou à qualidade dos produtos da JBS e de suas marcas;
7) Os lamentáveis casos citados na imprensa sobre produtos adulterados não envolvem nenhuma das marcas da JBS. Nenhuma planta da JBS foi interditada pelas autoridades;
8) Nenhum dirigente ou executivo da empresa, ao contrário do publicado por alguns veículos, foi alvo de medidas judiciais na operação;
9) Um funcionário da empresa na unidade de Lapa, no Paraná, foi citado na investigação. A JBS não compactua com qualquer desvio de conduta de seus funcionários e tomará todas as medidas cabíveis.
10) A companhia está à disposição das autoridades competentes, clientes e consumidores para qualquer esclarecimento que se faça necessário.
Por fim, a JBS reforça seu comprometimento com a segurança alimentar e com a qualidade de seus produtos e destaca seu compromisso histórico com o aprimoramento das práticas sanitárias no Brasil."
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