Cidades

Ex-presidente do Sindjornal e da ACDA, jornalista José Aldo Ivo morre aos 84 anos

Um dos membros fundadores do sindicato em Alagoas, Aldo passou mais de seis décadas na ativa

Por Tribuna Independente 06/03/2017 14h08
Ex-presidente do Sindjornal e da ACDA, jornalista José Aldo Ivo morre aos 84 anos
Reprodução - Foto: Assessoria

Atualizada às 21h15

Morreu na manhã desta segunda-feira (6), o jornalista José Aldo Ivo. Ele encontrava-se internado no Hospital Memorial Arthur Ramos em decorrência de problemas cardíacos. O velório do jornalista está marcado para as 17 horas desta segunda-feira (6) no Cemitério Parque das Flores, localizado na Avenida Durval de Góes Monteiro e o sepultamento ocorre no mesmo local às 11h desta terça-feira (7).

De acordo com familiares do jornalista, ele enfrentou de forma corajosa, ao longo dos últimos anos, diversos problemas de saúde, chegando a ficar internado por vários dias em unidades hospitalares.

Botafoguense de coração, o jornalista Aldo Ivo completaria 85 anos de idade no próximo dia 27 de março. Aldo era irmão de Floriano Ivo Júnior, Napoleão Ivo, Ledo Ivo, Maria Ivo Ferreira, Zeno Ivo, Maria Nisa Ivo de Lima, Ruber Ivo e Maria Inaiá Ivo. Foi casado, durante 25 anos, com Beatriz do Nascimento Ivo e, depois do falecimento dela, após cinco anos, casou-se com dona Maria Madalena Costa, com quem convivia desde 1988. O longevo jornalista deixou cinco filhos, 10 netos e quatros bisnetos.

Há 67 anos atuando no Jornalismo alagoano, foi um dos primeiros a organizar o sindicato da categoria, em companhia de Carivaldo Brandão, Zacarias Santana e Cavalcante Barros. Somente com a reforma trabalhista do governo Getúlio Vargas é que o sindicato começou a ser constituído legalmente.

Foi na gestão de Aldo Ivo, como presidente do Sindicato dos Jornalistas, que o curso de Comunicação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi criado, no final da década de 1970 do século XX.

Além disso, ele foi também presidente da Associação dos Cronistas Desportivos de Alagoas (ACDA), e atualmente era vice-presidente da Seccional Alagoas da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/AL).

O atual presidente do Sindjornal, Flávio Miguel de Oliveira Peixoto disse que o Jornalismo alagoano perdeu um grande profissional.

“Tive a oportunidade de conhecer Aldo Ivo, ainda quando eu era estudante de jornalismo na Ufal, participando de congressos da categoria e ele sempre foi de fácil conversa desde o primeiro contato. Depois, já como profissional e dirigente sindical, voltei a conviver com Aldo Ivo e ele sempre demonstrou uma preocupação com o coletivo. Mesmo com problemas de saúde não deixava de participar dos eventos do Sindjornal. Para nós fica seu exemplo e contribuição na origem da organização classista dos jornalistas e na criação do curso de Jornalismo da Ufal, luta iniciada por ele quando era presidente do Sindjornal”, disse Flávio.

A ACDA postou uma nota em suas redes sociais sobre a importância de Aldo Ivo no jornalismo alagoano e relembrou os locais por onde o veterano passou, além de seu trabalho como cronista desportivo. “A crônica esportiva foi seu primeiro berço no jornalismo e só depois é que ele foi para outras editorias. Aldo foi um dos que encabeçaram a proposta de criação do curso de graduação em Jornalismo da Ufal.”

O Sindicato dos jornalistas também postou nota sobre o falecimento de Aldo e citou o trabalho que ele fez durante o tempo que atuou na profissão.

O ex-presidente do Sindjornal, Adelmo dos Santos informou que Aldo era um companheiro que lutou muito pelo direito da livre informação e deixou um legado para o jornalismo no Estado.

“Foi o primeiro dirigente sindical a lutar para trazer o curso de jornalismo para a Ufal. O companheiro Aldo embora não fosse um jornalista que tivesse uma postura agressiva, uma postura de esquerda, no regime militar, ele mostrou um comportamento ético e sincero em defesa dos demais jornalistas contra aqueles que queriam impedir que os jornalistas exercesse livremente a profissão. Ele deixa um legado para a nossa categoria”, ressaltou o Jornalista Adelmo dos Santos.

O jornalista Flávio Gomes também lamenta a perda para o jornalismo alagoano. “Convivi com José Aldo Ivo por mais de 40 anos e dele me fica a recordação de uma pessoa simples, fiel, que adorava ser jornalista e que era, por mais contraditório que possa parecer, humilde e ao mesmo tempo vaidoso. Dos jornalistas com quem convivi foi, sem dúvida, o mais apaixonado pela profissão”, comentou.

ATUAÇÃO

O jornalista veterano começou a trabalhar oficialmente como jornalista em março de 1949 no Jornal de Alagoas durante 44 anos ininterruptos e só saiu de lá quando o jornal fechou as portas. Além disso, ingressou no Serviço Público Federal. À época não havia curso superior de jornalismo em Alagoas e ele foi aprovado em concurso interno como assessor de Imprensa da antiga Delegacia Regional do Trabalho de Alagoas (DRT/AL) – hoje Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Alagoas (SRTE/AL).

Ele também foi diretor geral do Diário Oficial de Alagoas, diretor de divulgação do Diário Oficial de Alagoas, redator do jornal O repórter e conselheiro da Fundação Alagoana de Promoções Esportivas (Fape). Além dessas atividades, ainda ocupou as funções de conselheiro do Serviço Social do Comércio (SESC) – representando a antiga Delegacia Regional do Trabalho, presidente da Seccional Alagoas da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/AL), assessor de Comunicação da Federação das Indústrias do Estado do Alagoas (Fiea).

Antes de encerrar suas atividades jornalísticas, Aldo trabalhou no semanário Tribuna do Sertão, de Palmeira dos Índios, onde fazia a editoria de Turismo.

Homenageado em várias ocasiões de sua vida profissional, o jornalista Aldo Ivo já foi agraciado com a medalha Denis Agra - maior honraria dos profissionais da imprensa em Alagoas.