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Perito criminal alagoano cria novo método para desvendar trajetória de tiro

Nova técnica foi usada no caso de bala perdida durante réveillon em Maceió e deve se tornar uma pesquisa teórica experimental

Por Agência Alagoas 22/02/2017 16h21
Perito criminal alagoano cria novo método para desvendar trajetória de tiro
Reprodução - Foto: Assessoria

Ocorrido no primeiro dia de 2017, o caso de bala perdida em uma festa particular de fim de ano em Maceió, foi esclarecido graças a um novo método desenvolvido por um perito criminal alagoano. O físico Edson Junior, perito do Instituto de Criminalística, definiu o alcance do tiro que atingiu uma turista durante o réveillon Celebration, possibilitando a conclusão de que o projétil foi disparado do lado de fora do evento.

Segundo Junior, o maior problema para determinação do alcance real de um projétil de arma de fogo é a resistência imposta pelo ar. “Alguns físicos ao longo da história fizeram trabalhos nessa área de balística buscando resolver esse problema, um deles foi o matemático Daniel Bernoulli, que focou nos ângulos de até 20 graus”, disse.

No caso especifico do Celebration, o perito físico chegou à conclusão de que o alcance do projétil foi 765,207 metros, o que levou Ricardo Leopoldo, responsável pela conclusão do laudo de constatação de trajetória do projétil, a descartar a hipótese de que o tiro que atingiu a vítima tenha partido de dentro do evento.

Para “achar” o alcance da bala, Junior constituiu um coeficiente de atenuação de ordem de grandeza, produzido pelas forças de resistência do ar sobre a velocidade do projétil e aplicou a direção vertical e horizontal do movimento do projétil com base no princípio da independência dos movimentos de Galileu. Em seguida, o perito contabilizou a velocidade terminal atingida pelo projétil, obtendo assim, o valor de alcance mais próximo do real para o caso em questão.

“Com os exames realizados e considerando os resultados dos cálculos com os dados aproximados da distância de 765m, cheguei à conclusão que o referido projétil ao sair do cano da arma, percorreu uma trajetória em forma de parábola, fazendo um contorno descendente, até atingir a vitima. Diante dessa premissa traçamos um cone de possibilidades de onde se encontrava o atirador quando da realização do disparo”, esclareceu o perito Leopoldo, cujo laudo com a trajetória foi definitivo para a conclusão do inquérito policial que apurava o fato.

Com o novo método criado, o perito Edson Junior pretende desenvolver uma pesquisa teórica experimental, buscando confrontar e aperfeiçoar esse método e posterior publicação em revista de alcance internacional na área de balística criminalística, uma vez que o método auxiliaria peritos do mundo inteiro.