Cidades

Rodoviários ameaçam paralisação em caso de novos ataques a transportes coletivos

Sindicato adverte que categoria pode suspender circulação de ônibus em Maceió

Por Tribuna Independente 27/01/2017 11h19
Rodoviários ameaçam paralisação em caso de novos ataques a transportes coletivos
Reprodução - Foto: Assessoria

Devido aos ataques a ônibus ocorridos na última quarta-feira (25), os rodoviários de Maceió entraram em estado de alerta.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário (Sinttro-AL), Écio Angelo, afirmou que “se houver novos incêndios a gente vai assumir a posição de paralisação”.

Entre os trabalhadores a sensação é de insegurança. Lucas da Silva Oliveira, rodoviário, trabalha no Terminal da Rotary há 2 anos e conta que por lá os trabalhadores estão apavorados. Segundo ele no dia dos ataques, os ônibus foram recolhidos mais cedo por medida de segurança.

 “Todos têm medo, já fui assaltado duas vezes e sei como é. Quando acontecem essas coisas é que ficamos com bastante medo. É sair sem saber se vai voltar”, afirma.

O número de assaltos a coletivos em Maceió subiu 38% em 2016. Foram registrados 1.069 assaltos a ônibus, enquanto que em 2015 foram 773.

Maria Benedita é fiscal de transporte da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) há 30 anos e já passou por diversos terminais na capital. Ela demonstra indignação em relação a insegurança.

“Os inocentes pagam né? O que as pessoas têm com o problema dos bandidos? Se mataram sei lá quem. Ninguém pode pagar por isso. Isso é um problema de segurança. Todo mundo termina com medo”, dispara.

Investigações

Para Écio Ângelo a situação ‘está controlada’, mas o clima de insegurança é nítido entre os trabalhadores.

Ainda segundo ele a polícia informou que os suspeitos foram identificados e a região foi ocupada no sentido de prender os acusados, no entanto, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio de sua assessoria, não confirmou as informações repassadas pelo representante dos rodoviários e diz que as investigações seguem.

A prática de incendiar ônibus como represálias às ações policiais têm se tornado recorrente em Maceió. Em outubro do ano passado, também houve um ataque a ônibus no Complexo Benedito Bentes.

Na oportunidade, criminosos atearam fogo no coletivo por conta de uma operação policial na região.

Já a ação registrada nesta quarta-feira (25) deve-se à morte do líder de uma facção criminosa em confronto com a polícia.

Os dois ônibus, um da empresa Veleiro e outro interestadual da empresa Real Alagoas, foram interceptados pelos criminosos, que assaltaram os passageiros antes de iniciar o incêndio.

“Fazemos reuniões mensais para discutir o problema da segurança, mas os bandidos migram de um lugar para o outro e fica difícil. É muito complexo acabar com esse problema, com a situação de insegurança, apesar dos esforços feitos”, destaca o presidente do Sinttro-AL.