Cidades

BPRv diz que rodovias estaduais do Agreste lideram em acidentes e óbitos

Durante 2016, trechos que passam pela região de Arapiraca tiveram piores números

17/01/2017 16h00
BPRv diz que rodovias estaduais do Agreste lideram em acidentes e óbitos
Reprodução - Foto: Assessoria

Na manhã desta terça-feira (17), em entrevista coletiva realizada na sede do Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL) com vários órgãos da fiscalização de trânsito de Alagoas, o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) apresentou números alarmantes com relação Agreste de Alagoas. De acordo com os dados, as rodovias estaduais que mais registraram acidentes e óbitos estão no entorno do município de Arapiraca. Os piores números são da AL-220 com 179 acidentes e 13 óbitos, da AL-115 com 101 acidentes e 18 mortes e da AL-110 com 97 colisões e 16 vítimas fatais. Todas as três rodovias cortam o município do Agreste e têm mais incidências de casos na região.

Apesar da constatação no Agreste, de forma geral, os números foram positivos e destacados pelo diretor-presidente do Detran/AL, Antônio Carlos Gouveia. “Os dados mostram o êxito de ações integradas e um Detran proativo com planejamento de salvar vidas. Detran trabalha os conceitos de forma punitiva para evitar acidentes e gerar a mudança de comportamento no trânsito. É o nosso foco principal. O trabalho está valendo a pena com índices reduzidos”, ressaltou.

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Remi Alcântara, declarou que o trabalho é feito diuturnamente e que as reduções no número de acidentes em rodovias federais em Alagoas ocorrem desde 2011.

Para Remi, os pontos com as principais infrações foram levados em conta para buscar reduções. Ultrapassagens em locais indevidos, excesso de velocidade e a falta de cinto de segurança são as maiores causas de acidentes. “2016 foi encerrado de forma integrada com as demais forças e seguimos buscando parcerias para que a curva de acidentes continue caindo.”, disse.

RODOVIAS ESTADUAIS

O coronel Túlio do BPRv apresentou vários gráficos sobre os acidentes nas rodovias estaduais, área de patrulha do batalhão. Durante todo o ano de 2016, foram abordados 129.447 veículos e 715 acidentes ocorreram nas rodovias estaduais. Foram 70 pessoas mortas nessas vias  e 362 vítimas não fatais.

Foram recolhidas 484 Carteiras Nacional de Habilitação (CNHs), 23.724 veículos notificados e 2.731 veículos ao pátio do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). 40 condutores foram flagrados por embriaguez e 99 prisões realizadas, além da apreensão de 28 armas de fogo.

Em comparação com 2015, os acidentes caíram, foram 82 a menos em 2016. Já o número de óbitos aumentou, foram 12 a mais.  O número de vítimas não-fatais teve crescimento, com 60 a mais. O número de veículos removidos chegou a 199 a mais, porém o recolhimento de CNHs caiu com 45 a menos. Foram sete detidos por embriaguez a mais que 2015, além de mais 30 prisões e 12 armas de fogo apreendidas.

Acidentes e óbitos em rodovias

24 rodovias de alçada estadual tiveram acidentes em 2016.Com já dito, as que cruzam Arapiraca lideram no número de ocorrências. A AL-220 com 179 acidentes e 13 óbitos, a AL-115 com 101 acidentes e 18 mortes e a AL-110 com 97 colisões e 16 vítimas fatais.

Outra rodovia que tem números altos são as duas AL-101, Sul e Norte. No Norte, foram 132 acidentes com 14 vítimas fatais e no Sul, 98 acidentes com seis mortes. As demais vias possuem números de acidente abaixo de 20 e o máximo de três vítimas fatais.

DETRAN

Renan Silva, do setor de segurança do trânsito, disse que a redução de acidentes gerou uma economia estimada de R$ 376 milhões em 2016, apenas em Alagoas, o que seria o valor equivalente à construção de quatro hospitais.

O órgão de trânsito estadual apresentou vários dados comparativos entre os anos de 2014 a 2016. O número de veículos registrados em Alagoas, saltou de 670.715 para 753.188, um aumento de 12%.

Já a quantidade de vítimas de acidentes de trânsito atendidas no Hospital Geral do Estado caiu 22% de 12.014 em 2014 para 9.410 em 2016. O número de óbitos advindos desse tipo de acidente na unidade hospitalar também caiu. Foram 44 em 2014 e 38 em 2016.

Unidade do Agreste

Diferente do HGE, a Unidade de Emergência do Agreste teve crescimento no número de atendimentos de vítimas de acidentes. Foram 12.353, 5% a mais que 2015, quando ocorreram 11.742.

Quando os números levam em consideração apenas as motocicletas, ficam ainda mais preocupantes.  Dos 12.353 atendimentos na unidade, 10.839 foram vítimas de colisão de motocicleta. Ou seja, 88% das vítimas de acidentes de trânsito levadas à UE do Agreste são de colisão envolvendo motos.

Lei Seca

A Lei Seca, iniciada em 2012, é considerada pelos órgãos como uma das ferramentas mais importantes com relação às reduções de acidentes e vítimas fatais. Apenas a Lei Seca teria gerado uma economia de 10 milhões por ano aos cofres públicos.

Antônio Carlos Gouveia destacou o trabalho da Lei Seca e exemplificou ações como a campanha ‘Amigo da Vez’ realizada em bares com o objetivo daqueles condutores que bebem e passam a chave do veículo a um amigo sóbrio.

“Não somos inimigos de quem bebe, somos inimigos de quem dirige embriagado”, encerrou o diretor-presidente do Detran de Alagoas.