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Entidades lamentam Pilar ficar sem vaquejada; evento foi transferido para PE

Evento estava programado para acontecer no próximo final de semana na cidade do Pilar

26/11/2016 13h13
Entidades lamentam Pilar ficar sem vaquejada; evento foi transferido para PE
Reprodução - Foto: Assessoria

O polêmico caso da Justiça que resultou na suspensão da XXV Vaquejada de Palmeira dos Índios, a ser realizada entre os dias 10 e 13 deste mês, fez com que os organizadores desse esporte em Alagoas, por medida de precaução, transferisse para o Estado de Pernambuco, o  quanto antes, o XIV Campeonato Brasileiro de Vaquejada 2016, evento que estava programado para acontecer no próximo final de semana na cidade do Pilar, mas que agora está ocorrendo desde ontem, em Bezerros/PE, reunindo grande parte dos estados do Brasil.  

“Lamentavelmente estamos enfrentando uma situação constrangedora, sobretudo, pelo fato da Justiça encarar essa prática esportiva, como causadora de maus tratos nos animais. É que hoje, a vaquejada está altamente profissionalizada, fiscalizada, cujos animais são rigorosamente tratados por meio de um critério técnico, que visa evitar acima de tudo, possíveis casos de lesões; e como se não bastasse, a vaquejada é responsável por milhares de empregos hoje no país”, disse o presidente da Associação Alagoana de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ALQM), Henrique Carvalho, a um grupo de jornalista alagoano, que na manhã desta sexta-feira, se fez presente na cidade de Bezerros/PE, a convite de sua entidade, a fim de conhecer todo procedimento do desenrolar de uma vaquejada.  Na oportunidade, Henrique estava com seu conterrâneo de Viçosa/AL, o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Aldo Rebelo.

Para surpresa de Henrique, na tarde de ontem mesmo, a desembargadora Elisabeth Carvalho, do TJ/AL, em caráter liminar, autorizou a realização do referido evento no município de Pilar, cuja decisão teria sido fruto de um agravo de instrumento apresentado pela ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), que até então estava proibida de realizar a vaquejada. “Graças a Deus, podemos dizer agora que a nossa entidade vai se programar para a Vaquejada de Arapiraca  agendada para o próximo final de semana; além de outras que virão  até o transcorrer de  2017”, disse Henrique Carvalho, lamentando cidades como Palmeira dos Índios e Pilar, que foram prejudicadas com essa onda de incerteza jurídica, fato esse que tem atormentado  a situação dos que lidam com vaquejada no Brasil.

“Aqui em Bezerros/PE,  cerca de 400 caminhões provenientes de outros estados, estão estacionados nesse pátio. São veículos que trouxeram os animais e outros servem de alojamento para o pessoal de apoio, onde se calcula que aproximadamente, 1.200 pessoas vieram de fora, e que todas elas ficam durante quase uma semana  na cidade, aquecendo o comércio local, sobretudo, na compra de alimentação, entre outros, conforme norma  da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), coisa  que deveria acontecer  para os nosso pilarenses em Alagoas”, questionou o advogado, Erivaldo empresário alagoana do Grupo Aliança, que atua com vaquejada. 

“A vaquejada é um produto eternamente fixado na memória no nosso povo; ela faz parte de uma história sem precedentes, sobretudo no Nordeste. O jurista que tenta impedir um esporte desta natureza, é porque ele teve unicamente uma formação urbana. Para acabar com esse tipo de esporte, é preciso haver uma decisão equilibrada; até porque os riscos de maltratarem os animais já foram todos corrigidos, e a vaquejada tem sido um esporte em expansão, que cada vez mais tem gerado emprego e renda para o brasileiro” comentou o ex-ministro, Aldo Rebelo, o alagoano de Viçosa, que fez questão de ir prestigiar a abertura do XIV Campeonato Brasileiro de Vaquejada, no agreste pernambucano.

Em contato com a nossa reportagem, o prefeito eleito de Palmeira dos Índios, Júlio César disse que sua cidade é tradicionalmente conhecida como a capital da vaquejada em Alagoas, razão de condenar a maneira de como alguém da Justiça está encarando esse esporte; taxando-o de coisa criminosa. “Se acabar com a vaquejada, que acabem também com o hipismo, corrida de cavalo, touradas e rodeios. Tantas coisas para serem discutidas mais importantes; como arrombamento de bancos, crime organizado, gangs de roubo de carros, tráfego de droga, entre outros crimes que estão dominando Alagoas.  Na verdade, a gente tem que lutar para que esse esporte não seja extinto, ele é uma cultura histórica no Nordeste” desabafou.