Atualizada às 9h05 de 4/11

Um grupo de taxistas  realizaram na manhã desta quinta-feira (3) uma carreta em protesto contra o serviço da empresa Uber em Maceió.  Os táxis seguiram do Jaraguá pela avenida Fernandes Lima até a sede da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas de Alagoas (Sintaxi), Ubiraci Correia, ação é para pedir que a fiscalização seja mais rigorosa contra os motoristas Uber. A categoria pede que a prefeitura coloque em prática a lei municipal  nº 6.552/2016,  de autoria do vereador Galba Netto (PMDB), que proíbe o transporte irregular de passageiros feitos por carros particulares.

"A gente quer que a prefeitura regularmente a atividade dos motoristas Uber para que eles paguem o mesmo imposto, as mesmas taxas que os taxistas pagam para poder  trabalhar.  A nossa categoria tem obrigação com a SMTT, e não é justo concorrermos com um grupo de carros particulares que não tem obrigação alguma para circular com passageiros," disse Ubiraci.

O presidente do Sintaxi informou que  os taxistas procuraram a SMTT ontem durante o protesto para pedir mais fiscalização. E explicou ainda que a lei municipal já existe e que apenas precisa de mais fiscalização.

A SMTT informou que só quem tem licença para fazer o transporte de passageiros são os carros de placa vermelha (táxis) e que os veículos particulares que fazem esse serviço de forma remunerada  estão irregulares e quem for pego na fiscalização vai sofrer as penalidades cabíveis.

Em seu posicionamento a respeito dos últimos acontecimentos a Uber disse que as pessoas tem o direito de escolher como quer se movimenta e de trabalhar honestamente. "A Uber acredita que todo cidadão tem o direito de escolher como quer se movimentar pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente. Regulamentações modernas servem exatamente para criar ambientes de inovação nos quais o usuário tem a liberdade de escolher o melhor serviço disponível para se movimentar pela cidade".

Motoristas Uber reclamam de ameaças

A Uber começou a operar na capital alagoana, no dia 6 de outubro. O serviço é oferecido por motoristas que se cadastram na plataforma da empresa. Qualquer pessoa pode ser um  motorista Uber, mas todos passam por uma ‘espécie’ de triagem para ser aceitos. São observados antecedentes criminais dos candidatos nas três esferas e eles devem estar com carteira de habilitação em dia e com licença para exercer a atividade remunerada.

Alguns episódios já ocorreram desde o início da operação do Uber na capital.

No dia 22 de outubro, o motorista do Uber Ítalo Marques foi impedido por taxistas  de transportar passageiro no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, entre as cidades de Maceió e Rio Largo.

O policiamento que atua no local e representantes da Infraero precisaram intervir.  Em seu perfil no Facebook, Ítalo criticou a postura de taxistas que, segundo ele estavam em 15 pessoas.  “Alguns taxistas do aeroporto estão se achando no direito de dizer que os passageiros que desembarcam por lá só podem ser transportados pela categoria. Hoje, em um ato irresponsável por parte de 15 taxistas, quase fui agredido por eles. Tive cerceado meu direito garantido em constituição de ir vir”, reclamou.

Um outro episódio ocorreu no bairro da Jatiúca. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um grupo de taxistas bloqueando a Avenida Empresário Carlos da Silva Nogueira e impedindo que um motorista do Uber realize viagem com pessoas que se encontravam numa casa de shows.

Um outro motorista Uber, Ronisson Barbosa também disse em entrevistas para jornais locais que foi uma das vítimas dos taxistas. “Fui ameaçado quando estava trabalhando na Amélia Rosa. Os taxistas fecharam meu carro e não deixaram meu cliente entrar. “Queremos segurança, não somos taxistas. Os clientes nos procuram para um serviço particular, as autoridades que deem uma resposta’’, comentou.

CARREATA UBER

Na noite da última terceira-feira (1º), motoristas particulares que fazem uso do aplicativo também realizaram uma carreata na orla de maceió para protestar contra a ação de taxistas que estão tentando impedir a circulação dos veículos. A concentração aconteceu no estacionamento do Jaraguá e seguiu pela orla da Pajuçara, encerrando na avenida Dr. Antônio Gomes de Barros, no bairro da Jatiúca.

Durante a concentração, os motoristas do Uber falaram sobre a tentativa de quebrar o monopólio em relação aos transportes na capital alagoana, reforçando a mensagem de que vieram fazer a diferença e oferecer aos usuários mais mais uma opção de transporte. A manifestação foi acompanhada pelo  o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran),  que foi acionado pelos motoristas Uber’s.

A assessoria de comunicação da Uber no Brasil orienta os motoristas que prestam serviços para o aplicativo, quando se sentirem ameaçados ou passarem por esse tipo de constrangimento, para que façam um  boletim de Ocorrência (BO).