Cidades
Grupo de cadeirantes cobra da Arsal ônibus no Conjunto Jarbas Oiticica
Grupo diz que das oito mil pessoas que vivem no residencial, cerca de 300 são deficientes e 50 cadeirantes
Dezenas de cadeirantes que dependem do transporte público em Alagoas voltaram a cobrar providências quanto à questão da acessibilidade durante uma reunião na quarta-feira (26) na Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal). Eles querem a entrada de ônibus no Conjunto Jarbas Oiticica, em Rio Largo, região metropolitana de Maceió, e a garantia de acessibilidade no transporte rodoviário intermunicipal de passageiros da região.
Segundo os cadeirantes, das cerca de oito mil pessoas que vivem no Conjunto Jarbas Oiticica, cerca de 300 são deficientes. Desses, 50 são cadeirantes. Hoje, de acordo com a Arsal, os ônibus intermunicipais param na rodovia, em frente à entrada para o habitacional.
Os cadeirantes reclamam da falta de resolução para suas demandas. Segundo eles, esta já é a quarta vez, este ano, que a diretoria da agência reguladora os recebe no órgão, porém nada foi feito até o momento em prol da mobilidade dos mesmos.
Sobre falta de linhas de ônibus passando pelo residencial Jarbas Oiticica, um dos integrantes do grupo de cadeirantes, presentes na reunião, Adriano da Silva, afirmou que a empresa Tropical, que antes fazia o itinerário, foi substituída pela Viação Veleiro, ganhadora da licitação, por apresentar melhor frota para atender os deficientes cadeirantes. Porém, frisou que, quando venceu o processo, a Veleiro ainda passava pelo residencial. No entanto, não circula mais, prejudicando os deficientes que dependem do transporte público de qualidade.
“Éramos de Maceió e a maioria depende da capital, seja para trabalhar ou para atendimento médico. Enfim, tudo se resolve aqui. Queremos pelo menos duas linhas de ônibus entrando no residencial, uma com destino ao Centro e outra com destino a orla, além de dois lugares para cadeirante em cada linha”, reivindicou Adriano da Silva.
“Atualmente os ônibus são velhos, com elevadores quebrados, e sem manutenção. Quando funcionam os motoristas não param... É muita humilhação para nós, cansativo, constrangedor. Sem falar no perigo que é atravessar uma rodovia federal (BR) pela falta de ônibus circulando num residencial com mais de três mil pessoas”, completou o cadeirante em tom de revolta.
Outro cadeirante Edson Oliveira Vieira se disse angustiado com a demora e a falta de interesse de realizar as queixas. “Esta já é a quarta vez só este ano que procuramos a Arsal para tratar do mesmo assunto, e nada é feito em benefício dos deficientes”, questionou.
Grupo deve apresentar proposta para avaliação da agência
A diretora-executiva da Arsal Patrícia Medeiros disse que o grupo ficou de apresentar à agência uma proposta de quadro de horários de ônibus para atender a demanda dos moradores. “Depois que recebermos a proposta, vamos analisá-la em conjunto com a empresa Veleiro, que atua nas linhas Rio Largo/Maceió, Cruzeiro do Sul/Maceió e Aeroporto/Maceió, buscando a melhor solução para a demanda”, explicou.
Além da diretora, também participaram da reunião, Fábio Calheiros, assessor da presidência da Autarquia, bem como, o representante da Veleiro, que se propôs a analisar junto com a Arsal a proposta a fim de atender aos usuários.
Em relação às denúncias formuladas durante a reunião, de que algumas vans não estão transportando cadeirantes e da limitação do número de vagas nos ônibus para as cadeiras, a diretora orientou os passageiros que quaisquer irregularidades sejam denunciadas imediatamente à Arsal, para que a fiscalização de transporte verifique a denúncia in loco.
A Arsal informou que, para denúncias ou sugestões, os usuários do Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros podem ligar gratuitamente para a Ouvidoria do órgão no 0800 284-0429, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h; comparecer à sede da Agência (Rua Cincinato Pinto, Edf. Ipaseal, 226, Centro, Maceió); ou acessar a página eletrônica www.arsal.al.gov.br e clicar no banner “Ouvidoria Online”.
85% da frota de Maceió está adaptada à acessibilidade
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) informou por meio da assessoria de comunicação, que Maceió possui atualmente 85% da frota com acessibilidade. Que os novos ônibus têm duas vagas para cadeirantes, o que torna a cidade, a segunda capital do país com maior quantidade de vagas desse tipo no transporte público.
E acrescentou que, com a chegada de mais outros 34 novos ônibus, o percentual de acessibilidade na frota aumentará ainda mais, chegando perto dos 100%. Ainda não há previsão para a vinda dos coletivos porque, segundo a SMTT, depende das montadoras no Estado de Sergipe.
A acessibilidade está prevista na Lei Federal 12.587 de 2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, englobando a acessibilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade no transporte público coletivo intermunicipal de caráter urbano.
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