Cidades

Seguro de vida cobre a morte por suicídio?

Assunto ainda pouco discutido, o suicídio tem sido cada vez mais abordado diante do aumento do número de pessoas que tiram a própria vida em todo o mundo

Por Thayanne Magalhães 14/10/2016 10h27
Seguro de vida cobre a morte por suicídio?
Reprodução - Foto: Assessoria

Enquanto o suicídio continua sendo um assunto pouco falado, o número de pessoas que tiram a própria vida aumenta silenciosamente em todo mundo. No Brasil, o índice perde apenas para homicídios e acidentes de trânsito entre as mortes por fatores externos – o que exclui doenças.

Especialista no assunto, o psiquiatra e psicanalista Roosevelt Cassorla explicou em entrevista ao portal Tribuna Hoje, que as principais características de um suicida são os quadros psiquiátricos, como transtorno bipolar e psicoses.

“Fatores associados ao perfil do suicida são a falta de estrutura familiar, solidão, falta de apoio comunitário, antecedentes suicidas e de doença mental na família”, explica.

O assunto tem se tornado cada vez mais discutido, principalmente depois que em 2003 foi instituído o 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em relação ao seguro de vida nesses casos, alguns questionamentos podem ser levantados e o principal deles é: o suicídio possui cobertura securitária?

A especialista em seguros, Adenise Vieira, explica que, de acordo com o artigo 798 do Código Civil, a morte por suicídio não possui cobertura securitária quando ocorre nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro.

“Após os dois anos, os beneficiários receberão a importância contratada sem qualquer discussão”, explica a especialista.

Segundo Adenise, o maior problema das seguradores, nesses casos, é definir quando um suicídio foi premeditado ou não.

“Em alguns casos há indícios de premeditação, como uma carta de despedida e o prazo exíguo entre a contratação e o óbito. Por anos os tais indícios não foram suficientes para a recusa do pagamento pela seguradora em razão do posicionamento dos Tribunais Superiores, o STF [Supremo Tribunal de Justiça] e STJ [Superior Tribunal de Justiça] que mediante edição das súmulas 61 do STJ, e 105 do STF, firmaram entendimento de que a ausência de prova da premeditação garantia o pagamento do capital segurado aos beneficiários. Assim, só a prova robusta da premeditação afastava a obrigação da seguradora”, afirma.

A Súmula 61 diz que o seguro de vida cobre o suicídio não premeditado e a Súmula 105 diz que, salvo se tiver havido premeditação, o suicídio do segurado no período contratual de carência não exime o segurador do pagamento do seguro.

Seguro de vida não cobre somente morte

O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguro de Alagoas (Sincor-AL), Edmilson Ribeiro, explicou que as pessoas costumam relacionar o seguro de vida apenas à morte.

“O seguro de vida não cobre apenas a morte de alguém. Esse seguro cobre também a invalidez permanente, invalidez temporária e despesas médicas hospitalares, por exemplo”, explicou.

O seguro de vida, ainda segundo Edmilson Ribeiro, cobre também as despesas com funeral.

“O seguro de vida é importante em qualquer idade e para qualquer pessoa. Mas, especialmente quando se tem esposa e filhos e se imagina como eles iriam se sustentar na sua falta, é muito importante que se esteja assegurado”, opinou.

Sobre os casos de suicídio, o presidente do Sincor afirma que o tema deve sim ser abordado, apesar de que as pessoas não costumam falar no assunto.

“O corretor deve explicar as questões relacionadas aos casos de suicídio. Há uns quinze anos houve um caso aqui em Maceió e depois desse não me recordo de mais nenhum. A seguradora fez a cobertura e, obviamente, o segurado havia feito o contrato há mais de dois anos”, contou Edmilson, se referindo ao período de carência para esses casos.

Edmilson Ribeiro destacou a importância de se procurar um corretor devidamente habilitado na hora de contratar um seguro de vida. 

“O profissional habilitado saberá indicar o melhor seguro de vida para cada caso específico. É importante receber essa orientação antes de fechar negócio”, enfatiza.

O presidente do Sincor destacou ainda que toda seguradora possui um departamento relacionado a sinistros e estão prontas para realizar atendimentos diferenciados quando se trata de morte.

“Independente do motivo da morte, o departamento está pronto para atender os familiares da melhor forma”, concluiu.

Por que os homens são maioria?

De acordo com Roosevelt Cassorla (psiquiatra e psicanalista citado acima), as taxas de suicídios entre homens é três vezes maior do que entre as mulheres. Outro fator relacionado à diferença de gêneros, é que os homens costumam tirar a própria vida de forma mais violenta.  

“Os homens usam meios mais violentos quando cometem suicídio, como armas de fogo, provocam acidentes de trânsito ou se enforcam. Já as mulheres costumam usar substâncias químicas para acabar com a própria vida”, explica o psiquiatra.

Cassorla destaca ainda que existe uma associação entre a mortalidade por suicídio com a tendência de expor sentimentos. Segundo o psiquiatra, nas regiões onde os homens são mais propensos a falar sobre o que sentem, a taxa de suicídios é menor.

Por que os adolescentes?

Roosevelt Cassorla conta que o número de adolescentes que tiram a própria vida no Brasil tem aumentado. O psiquiatra explica que há suspeitas de que fatores sociais estão relacionados ao aumento do índice.

“Fatores sociais envolvendo a cultura do narcisismo, prestígio, poder, valorização do bem material em detrimento de aspectos afetivos somado a vazios podem predispor a quadros depressivos envolvendo a desesperança. Os jovens têm cada vez menos oportunidades de se realizarem como pessoas”, explica o especialista.

Essas experiências de vidas humilhantes, segundo explica o psiquiatra, aliadas à desatenção e ao despreparo do sistema público de saúde, agravam ainda mais a situação.

“As tentativas de suicídios de adolescentes muitas vezes estão associadas ao fracasso na escola ou no trabalho ou conflitos interpessoais com um parceiro romântico. A insegurança física e econômica, desemprego ou falta de acesso também podem estar relacionados a esses casos”, afirma.

Roosevelt Cassorla acredita que as características do perfil dos jovens devem ser levadas em consideração pela família.

“Tanto crianças quanto adolescentes com impulsividade alta, devem receber uma atenção maior. Os pais e amigos tendem a achar que um comportamento agressivo pode ser confundido com uma fase difícil, como um comportamento clássico de adolescente, porém, um adolescente às vezes tem uma depressão não diagnosticada que vai aparecer como agressividade. Não é aquela depressão que as pessoas imaginam de ficar na cama, de não fazer mais nada. O adolescente sente muita dificuldade de pedir ajuda”, pontua.

O psiquiatra afirma ainda que o acesso fácil a meios de incentivo também devem receber uma maior atenção. O aumento de casos de cyberbullying - bullying feito pelas redes sociais e internet - é um fator contribuinte para o aumento das taxas entre adolescentes.

Por que idosos tiram a própria vida?

Para o psiquiatra e psicanalista Roosevelt Cassorla, além dos quadros psiquiátricos e da involução cerebral, os idosos possuem maior predisposição à depressão.

“Principalmente quando o idoso não encontra apoio e reconhecimento da sua humanidade. Além disso, nessa idade observamos o acúmulo de problemas de saúde, em sua maioria doenças crônicas e incuráveis, muitas vezes dolorosas ou de tratamento penoso, associado ao isolamento social progressivo, causados pela viuvez, separações, distanciamento de filhos e netos”, explica.

Como perceber um comportamento suicida?

O psiquiatra explica que as pessoas que apresentam tristeza intensa, desesperança, antecedentes de atos suicidas, devem receber mais atenção.

“O paciente se mostra sem vontade de viver e dá sinais, dizendo algo como ‘a vida não vale a pena’, ‘melhor morrer’,’ queria dormir e não acordar’ ou algo parecido. A busca de ajuda de profissionais de saúde mental é o próximo passo. Eles saberão como orientar o paciente e a família”, explica. 

Cassorla comenta ainda que as pessoas que já tentaram suicídio uma vez, não irão tentar novamente se tiverem ajuda.

“A tentativa é um pedido de ajuda. Se o pedido não for atendido satisfatoriamente, novas tentativas podem ocorrer. Outra coisa que as pessoas costumam dizer é que, quem diz que vai se matar, não o faz. Isso é errado. Quem fala que vai se matar pode sim cometer suicídio. Algumas vezes se trata da tentativa de mobilizar o ambiente e, mesmo que a pessoa não tencione matar-se, ela está pedindo ajuda”.

Só os depressivos se matam?

Segundo o psiquiatra, não só as pessoas com depressão estão mais propícias a cometer o suicídio.

“Os psicóticos também. Existem outras situações, sem identificação clara de doença psiquiátrica, que também levam a desesperança e desespero. Aumenta a predisposição em pessoas impulsivas, que usam substâncias psicoativas. Pessoas muito sensíveis podem desejar morrer em situações de fracasso e culpa. Doentes graves também podem matar-se para fugir da dor ou para antecipar a morte. Torturados, presos e pessoas injustiçadas, traumatizadas, podem ver o suicídio como uma saída”, afirma o especialista. 

Vivências

A reportagem do Tribuna Hoje conversou com duas mulheres jovens que já tentaram tirar a própria vida. Elas relatam o sentimento que as tomaram para que decidissem cometer o suicídio.

As duas terão suas identidades preservadas.

Vamos chamar a primeira delas de Camila. Uma mulher de 31 anos, estudante universitária, que tentou o suicídio ainda na adolescência, mas continua convivendo com conflitos emocionais.

“Eu tentei me matar, de forma errada e imatura na adolescência, depois que percebi a decepção de meus pais com algumas atitudes minhas. A decepção deles me causou um sofrimento que eu nunca tinha sentido antes. Eu já carregava comigo a angústia de ser adotada e todos sempre me diziam que eu tinha mais era que levantar as mãos para o céu e agradecer os pais que tinha”, relata Camila

“Ninguém entendia que o problema não era os meus pais adotivos, mas a sensação de ‘despercentimento’. Parece que algum lugar sempre fica vazio no peito. Eu não conseguia enxergar as características físicas dos meus pais em mim e, consequentemente, buscava não seguir também os seus comportamentos. Isso tudo eu entendo agora, mas na adolescência não havia esse entendimento. Era tudo um turbilhão de sentimentos que não eram compreendidos”, conta a jovem.

Camila lembra que no auge da tristeza, achou que fosse melhor para ela e para seus pais que acabasse com a própria vida.

“Eu achei que seria melhor para mim e para os meus pais se eu morresse. E tomei alguns venenos que havia em casa misturados com água sanitária. A dor física é insuportável, mas nunca havia sentido a paz que senti naquele momento. Nunca esqueci o sentimento daquele momento até hoje. Era como se, finalmente, fosse me livrar de um peso”, relata.

“Como meus pais tem um pequeno negócio e morávamos por trás, e sempre fui muito barulhenta, minha mãe estranhou o silêncio e foi verificar. Então eles me socorreram e foi feita lavagem no meu estômago no hospital. Ficou tudo bem fisicamente”, continuou.

Após todos esses anos, Camila conta que há tempos não tocava no assunto, mas que os pensamentos e desejo de sentir “aquela paz” novamente são recorrentes até hoje.

“Recentemente eu li um texto que falava sobre o suicida querer que a dor pare. E é justamente isso. É exatamente isso. Eu não consigo entender como as pessoas suportam todas as dores que o viver causa. Alguns amigos que sabem dessa história sempre mandam mensagens de otimismo, fazem questão de fazer com que eu me sinta lembrada e querida. Mas é um sentimento tão ambivalente sentir-se querida e ao mesmo tempo se sentir sem utilidade, procurando um sentido pra vida. É como se cada passo que se dá não valesse a pena porque eu não sei onde vou chegar. Já segui algumas religiões e, atualmente, tenho inveja daqueles que realmente tem fé e acreditam em alguma coisa, pois considero que isso torna a vida suportável. Mas não sei onde essa fé foi parar. Acho que a deixei embaixo de alguma pedra no caminho”, descreve.

“O que sinto todos os dias ao me levantar da cama, é que depois de sentir essa suposta paz que a tentativa de suicídio que não deu certo me mostrou, nada mais será como antes. Tento pensar que há pessoas em situações de sofrimento muito maior que o meu desencanto pela vida. Me sinto egoísta por essa dor importar tanto, enquanto outras pessoas que não tiveram as oportunidades que eu tive, continuam lutando e correndo atrás de seus sonhos. E eu só quero deitar na minha cama, me enrolar e nunca mais acordar”.

Uma outra jovem, essa de 28 anos, relata que durante a adolescência sentiu vontade de cometer suicídio. Essa será chamada de Isadora.

“Acredito que em algumas fases da adolescência eu quis cometer suicídio para chamar atenção. Sou uma pessoa muito carente de atenção, com baixa autoestima e isso me faz não acreditar tanto em mim”, explica Isadora.

A jovem conta que a última vez que pensou em tirar a própria vida, foi aos 27 anos, quando tinha acabado de terminar um relacionamento.

“Eu tinha acabado de terminar uma relação, estava desempregada e sendo muito cobrada pelos meus pais. Tenho ensino superior completo, mas não sabia qual destino profissional queria para mim. A cobrança era diária. Eles repetiam sempre as frases: ‘Estude para concurso’, ‘Você acha que vai ter a gente para o resto da vida?’, ‘Seu marido é seu emprego’.”, lembra a jovem.

Isadora conta que eram justamente essas cobranças que a fazia pensar que não seria boa o suficiente par seus pais.

“Isso me fazia pensar que sou incapaz, que nunca os darei orgulho e sou apenas uma despesa. Essas cobranças me fizeram entrar uma fase depressiva muito forte, onde eu não conseguia me ver útil para ninguém. Não conseguia ver futuro para mim. Era somente uma decepção para eles e isso me fez ter sérios pensamentos de tirar minha própria vida para não os ver sofrer mais por minha causa. Eu pensava que assim iria acabar com a preocupação de todo mundo e deixaria de ser um peso”.

Isadora fazia acompanhamento psicológico, o que, segundo ela, não a permitiu que levasse seus pensamentos adiante.

“O acompanhamento psicológico ajudou muito a amenizar a minha ansiedade e desviar o pensamento do suicídio. Consegui elevar um pouco a minha autoestima e perceber que sou capaz de fazer as coisas que tenho vontade”, concluiu.

Para a psicóloga Cláudia Simões, o pensamento suicida passa pela nossa cabeça pelo menos uma vez na vida, quando acreditamos que não vamos suportar uma dor emocional, muitas vezes maior até do que a dor física.

“Muitas vezes as pessoas tentam o suicídio para chamar a atenção, porque não estão suportando as suas dores emocionais. Saber o que leva uma pessoa a cometer esse ato é complexo. Existem várias razões, principalmente o fato de não saber lidar com uma dificuldade da vida, principalmente financeira, a perda de entes queridos, o sentimento de desamor, de desamparo. Quando uma pessoa se sente desamparada, ela já pensa que a vida não tem sentido, porque imagina que ninguém a ama. Ela se sente frustrada por dar amor e não recebe de volta”, explica.

Cláudia Simões vê o ato suicida como um problema emocional que, se tratado, pode ser evitado.

“Quando se perde a esperança de que dias melhores virão, que aquela angústia irá passar, se chega a um nível de desespero tão grande que as pessoas pensam que precisam morrer para se libertar daquilo. As causas para o suicídio ainda são muito estudadas e o que se sabe é que existe uma predisposição genética Dificilmente alguém que cometeu suicídio não tem um histórico familiar, algum parente que já tenha tentado se matar. Mas com o apoio da família e dos amigos, além do acompanhando psicológico, esses pensamentos podem ser abandonados”.

A psicóloga alerta para o perigo dos jogos virtuais. De acordo com Cláudia Simões, muitos jovens, mesmo sem histórico familiar, acabam tendo maior probabilidade de acabar com a própria vida influenciados por jogos que fazem apologia à morte.

“Nesses jogos se mata naturalmente. Para ser vencedor, é preciso matar mais que os outros jogadores. Isso tem preocupado psicólogos e psiquiatras do mundo inteiro", relata.

12ª causa de morte no mundo

Cláudia Simões conta que o suicídio, de acordo com estudos, é a 12ª causa de morte em todo o mundo mas, o número pode não ser exato.

“Não se pode garantir que esse é realmente o número porque a maioria das pessoas sente vergonha de dizer que seu ente querido se suicidou. Para evitar que o número de casos aumente, as pessoas precisam dar mais atenção às frases como ‘eu quero desaparecer’ e ‘quero dormir e nunca mais acordar’, por exemplo. Isso deve ser levado a sério. Todas as vezes que se estuda as causas do suicídio, esse tipo de frase antecedeu ao ato”.

A psicóloga explica ainda que os pais devem ter mais atenção na forma de educar os seus filhos, principalmente em relação aos valores.

“Hoje em dia as pessoas dão muito mais importância ao ter do que ao ser. Eu percebo, principalmente no meu consultório, que meus pacientes adolescentes que já tentaram suicídio, o fizeram depois de receber um ‘não’ da vida. Do namorado ou da namorada. Fatores culturais contribuem com isso e tem uma diferenciação de classes sociais. Meninos e meninas que possuem o melhor celular, a roupa da moda, o sapato de marca - mesmo que os pais não tenham boas condições e acabam se esforçando mais do que podem para não dizer ‘não’ aos filhos -, acabam se tornando pessoas sem disposição para enfrentar situações difíceis”, explica a psicóloga.

Cláudia Simões conta ainda que existem inclusive casos de crianças que cometem suicídio.

“Por incrível que pareça, acontece. Principalmente quando essa criança foi violada, agredida, abusada. Muitas vezes ouvimos histórias de que foi um acidente, que a criança caiu de um lugar alto. Mas existem crianças que não suportam a dor emocional e acreditam que a única solução é tirar a própria vida”.

Os idosos também estão propícios ao suicídio quando são abandonados pela família. Cláudia Simões alerta para que as pessoas tenham atenção em relação ao isolamento da pessoa idosa.

“A família não tem a paciência devida quando o idoso regride, quando já não tem noção para peneirar o que diz e se torna um incômodo. Tentam isolar essa pessoa e ela não suporta, afinal, se dedicaram a vida toda à família. De qualquer forma, o meu alerta é para as pessoas que são apontadas como ‘desagradáveis’ ainda na juventude. Não se apeguem à frase ‘é meu jeito de ser’. Precisa tratar essa condição de personalidade que é construída  porque, se jovem já é uma pessoa desagradável, isso vai piorando ao envelhecer”.

Por fim, Cláudia Simões reforça que é preciso atenção para os sinais de quem está propício a cometer suicídio.

“Surtos psicóticos podem levar ao suicídio. Mas, na maioria dos casos existem os sinais, os pedidos de ajuda. Se a pessoa mostra tristeza profunda, não controla o choro, não se alimenta direito, deve ser encaminhada a um profissional, a um psicólogo ou psiquiatra. As vezes a gente diz que a pessoa só quer chamar atenção, que é chantagem emocional, mas não é. A bipolaridade é um fator perigoso também, assim como o uso de drogas, que podem causar esquizofrenia ou alucinações. O linear da sanidade de um ser humano é muito tênue”.